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SAL E LUZ
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A Coroa de Advento

 

Desde a sua origem a Coroa de Advento possui um sentido especificamente religioso e cristão: anunciar a chegada do Natal sobretudo às crianças, preparar-se para a celebração do Santo Natal, suscitar a oração em comum, mostrar que Jesus Cristo é a verdadeira luz, o Deus da Vida que nasce para a vida do mundo. O lugar mais natural para o seu uso é família.

Além da coroa como tal com as velas, é uso antigo pendurar uma coroa (guirlanda), neste caso sem velas, na porta da casa. Em geral laços vermelhos substituem as velas indicando os quatro pontos cardeais. Entrou também nas igrejas em formas e lugares diferentes, em geral junto ao ambão. Cada domingo do Advento se acende uma vela. Hoje está presente em escolas, hotéis, casas de comércio, nas ruas e nas praças. Tornou-se mesmo enfeite natalino. Já não se pode pensar em tempo de Advento sem a coroa com suas quatro velas.

Simbolismo da Coroa de Advento (7)
Pelo fato de se tratar de uma linguagem simbólica, a Coroa de Advento e seus elementos podem ser interpretados de diversas formas. Desde a sua origem ela possui um forte apelo de compromisso social, de promoção das pessoas pobres e marginalizadas. Trata-se de acolher e cuidar da vida onde quer que ela esteja ameaçada. Podemos dizer que a Coroa de Advento constitui um hino à natureza que se renova, à luz que vence as trevas, um hino a Cristo, a verdadeira luz, que vem para vencer as trevas do mal e da morte. É, sobretudo, um hino à vida que brota da verdadeira Vida.

A mensagem da Coroa de Advento é percebida a partir do simbolismo de cada um de seus elementos.

O Círculo
A coroa tem a forma de círculo, símbolo da eternidade, da unidade, do tempo que não tem início nem fim, de Cristo, Senhor do tempo e da história. O círculo indica o sol no seu ciclo anual, sua plenitude sem jamais se esgotar, gerando a vida. Para os cristãos este sol é símbolo de Cristo.

Desde a Antigüidade, a coroa é símbolo de vitória e do prêmio pela vitória. Lembremos a coroa de louros, a coroa de ramos de oliveira, com a qual são coroados os atletas vitoriosos nos jogos olímpicos.

Os ramos verdes
Os ramos verdes que enfeitam o círculo constumam ser de abeto ou de pinus, de ciprestes. É símbolo nórdico. Não perdem as folhas no inverno. É, pois, sinal de persistência, de esperança, de imortalidade, de vitória sobre a morte.

Para nós no Brasil este elemento é um tanto artificial e, por isso, problemático, menos significativo, visto que celebramos o Natal no início do verão e com isso não vivenciamos esta mudança da renovação da natureza. Por isso, a tendência de se substituir o verde por outros elementos ornamentais do círculo: frutos da terra, sementes, flores, raízes, nozes, espigas de trigo.

Para ornar a coroa usam-se também laços de fitas vermelhas ou rosas, símbolo do amor de Jesus Cristo que se torna homem, símbolo da sua vitória sobre a morte através da sua entrega por amor.

Deste modo, nas guirlandas penduradas nas portas das casas, os laços ocupam o lugar das velas.

Lembram os pontos cardeais, a cruz de Cristo, que irradia a luz da salvação ao mundo inteiro.

As velas
As quatro velas indicam as quatro semanas do Tempo do Advento, as quatro fases da História da Salvação preparando a vinda do Salvador, os quatro pontos cardeais, a Cruz de Cristo, o Sol da salvação, que ilumina o mundo envolto em trevas. O ato de acender gradativamente as velas significa a progressiva aproximação do Nascimento de Jesus, a progressiva vitória da luz sobre as trevas.Originariamente, a velas eram três de cor roxa e uma de cor rosa, as cores dos domingos do Advento.

O roxo, para indicar a penitência, a conversão a Deus e o rosa como sinal de alegria pelo próximo nascimento de Jesus, usada no 3º domingo do Advento, chamado de Domingo “Gaudete” (Alegrai-vos).

Existem diferentes tradições sobre os significados das velas. Uma bastante difundida:

  • a primeira vela é do profeta;
  • a segunda vela é de Belém;
  • a terceira vela é dos pastores;
  • a quarta vela é dos anjos.

Outra tradição vê nas quatro velas as grandes fases da História da Salvação até a chegada de Cristo. Assim:

  • a primeira é a vela do perdão concedido a Adão e Eva, que de mortais se tornarão seres viventes em Deus;
  • a segunda é a vela da fé dos patriarcas que crêem na promessa da Terra Prometida;
  • a terceira é a vela da alegria de Davi pela sua descendência;
  • a quarta é a vela do ensinamento dos profetas que anunciam a justiça e a paz.

Nesta perspectiva podemos ver nas quatro velas as vindas ou visitas de Deus na história, preparando sua visita ou vinda definitiva no seu Filho Encarnado, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo:

  • o tempo da criação: de Adão e Eva até Noé;
  • o tempo dos patriarcas;
  • o tempo dos reis;
  • o tempo dos profetas.

Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei – Sexto Domingo da Páscoa- São João 15, 9-17

Naquele Tempo, disse Jesus a seus discípulos: 9. “Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor. 10. Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor. 11. Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. 12. Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. 13. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos. 14. Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando. 15. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai. 16. Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda. 17. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros”.

Reflexão dos versículos:

Versículos 9-11:  “Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor. Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa”.

Jesus é o modelo de obediência ao Pai

Jesus nos dá exemplo de como a oração fortalece o nosso propósito de seguir sempre obedecendo ao Pai. O Catecismo (2620) ensina: “No Novo Testamento, o modelo perfeito da oração é a oração filial de Jesus. Feita muitas vezes na solidão, no segredo, a oração de Jesus comporta uma adesão amorosa à vontade do Pai até à cruz e uma confiança absoluta em que será atendida”. É importante uma vida de oração diária para termos força para dizer “não” ao pecado e, “sim” à obediência aos mandamentos, que o Senhor nos deixou para que seguíssemos.

“Antes ainda de ser o modelo de cada obediência, Cristo é aquele ao qual se dirige cada verdadeira obediência cristã. De fato é o colocar em prática as suas palavras que se torna efetivo o discipulado ( Mt 7,24) e é observando os seus mandamentos que torna concreto o amor a Ele e chama para si o amor do Pai”. (Vaticano)

A Palavra diz: “Quem observa os seus mandamentos permanece em (Deus) e (Deus) nele. É nisto que reconhecemos que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu”. (1 Jo 3, 24)

Por obediência amorosa ao Pai e Seu imenso amor por nós, Jesus entregou-se na cruz pela nossa salvação. O Beato João Paulo II disse assim: “E todavia , no Getsêmani, o Filho tinha rezado que, se fosse possível, afastasse d’Ele o cálice da paixão, mas exprimindo, logo a seguir, a plena disponibilidade para que se cumprisse a vontade do Pai ( Mt 26,39). Obediente por nosso amor, o Filho ofereceu-Se em sacrifício, cumprindo a obra da redenção. Hoje, todos nós somos testemunhas deste mistério desconcertante”.

O grande mandamento do amor

Viver o amor é fazer a vontade de Deus, porque Deus é amor – O Beato João Paulo II disse:  “Hoje sentimos o dever de nos reunirmos em obediência ao grande mandamento: o mandamento do amor. Queremos abraçá-lo na sua integridade, vivê-lo inteiramente e demonstrar o seu poder”.

A Palavra diz: “A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, a não ser o amor recíproco; porque aquele que ama o seu próximo cumpriu toda a lei. Pois os preceitos: Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e ainda outros mandamentos que existam, eles se resumem nestas palavras: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. A caridade não pratica o mal contra o próximo. Portanto, a caridade é o pleno cumprimento da lei”. (Rm 13, 8-10)

O Catecismo (2067) ensina:  “Os Dez Mandamentos enunciam as exigências do amor de Deus e do próximo. Os três primeiros referem-se mais ao amor de Deus: os outros sete, ao amor do próximo: «Como a caridade abrange dois preceitos, nos quais o Senhor resume toda a Lei e os Profetas, […] assim também os Dez Mandamentos estão divididos em duas tábuas. Três foram escritos numa tábua e sete na outra» .

A alegria plena

Obedecer ao mandamento do amor é receber de Deus uma porção dobrada de alegria e felicidade: “O Caminho da alegria plena é amar como vós nos amais, porque somente devolvendo aos outros o amor de vós recebido podemos nos sentir felizes e realizados. Dai-nos, Senhor,  amor e alegria no Espírito. Precisamos permanecer unidos a Cristo para produzir frutos abundantes de fé, paz e alegria.”(Círculo Bíblico)

A Palavra diz: “Digo a Deus: Sois o meu Senhor, fora de vós não há felicidade para mim”.(Sl  15,2)

Quando tomamos a Eucaristia permanecermos unidos a Cristo, fonte de eterna alegria – “Seria um contratestemunho para quem participa da Eucaristia deixar-se dominar da tristeza. A alegria cristã não nega o sofrimento, a preocupação, a dor; seria uma triste ingenuidade. Nas lágrimas de quem semeia, a Eucaristia ensina a entrever a alegria da colheita. No sofrimento da Sexta-Feira Santa faz esperar a alegria da manhã de Páscoa”. (Vaticano)

A Palavra diz: “Em nossa boca só havia expressões de alegria, e em nossos lábios canto de triunfo. Entre os pagãos se dizia: O Senhor fez por eles grandes coisas. Sim, o Senhor fez por nós grandes coisas; ficamos exultantes de alegria! Mudai, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes nos desertos do sul. Os que semeiam entre lágrimas, recolherão com alegria. Na ida, caminham chorando, os que levam a semente a espargir. Na volta, virão com alegria, quando trouxerem os seus feixes. (Salmo 125, 2-6)

Versículos 12-13: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos”.

“Amai-vos uns aos outros, como eu vos amo”

O Beato João Paulo II disse que “é desta palavra do Senhor que depende a nossa credibilidade de cristãos. E é o próprio Jesus que nos admoesta: “É por isso que todos saberão que sois meus discípulos:  se vos amardes uns aos outros” (Jo 13, 35).

Santo Agostinho disse assim:  “Este é o amor que nos dá aquele que prescreveu: Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros (Jo 13,34). Para isto é que nos amou: para que nos amássemos uns aos outros. E deu-nos a graça, pelo amor que nos tem, de nos estreitarmos uns com os outros pelo amor mútuo e de sermos unidos os membros por tão doce vínculo, o Corpo vivo de tão ilustre Cabeça”.

O amor verdadeiro é doação de si mesmo ao outro. O Catecismo (459) ensina: ”Jesus é o modelo das bem-aventuranças e a norma da Lei nova: «Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei» (Jo 15, 12). Este amor implica a oferta efetiva de nós mesmos, no seu seguimento”.

Jesus amou-nos primeiro – O Beato João Paulo II disse: “Cristo amou-nos primeiro, amou-nos não obstante a nossa pecaminosidade e a nossa debilidade humana. Foi Ele que nos tornou dignos do seu amor, o qual não conhece qualquer limite e nunca termina. Este tem um carácter definitivo e perfeitíssimo. Com efeito, Cristo redimiu-nos com o seu precioso sangue”.

A Palavra diz: “Mas amamos, porque Deus nos amou primeiro. Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê. Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus, ame também a seu irmão”.(1Jo 4, 19-21)

Jesus amou-nos até à morte de cruz

O Papa Bento XVI disse que Jesus Cristo “amou até entregar sua vida por nós sobre a Cruz. Também a ação da Igreja e dos cristãos na sociedade deve possuir esta mesma inspiração”.

A Palavra diz: “Nisto temos conhecido o amor: (Jesus) deu sua vida por nós. Também nós outros devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos”. (1 Jo 3, 16)

Deus não nos amou só com palavras, mas deu-nos o seu próprio Filho Jesus que, numa morte cruel, expiou os  nossos pecados.  O Catecismo (614) ensina: “Este sacrifício de Cristo é único, leva à perfeição e ultrapassa todos os sacrifícios. Antes de mais, é um dom do próprio Deus Pai: é o Pai que entrega o seu Filho para nos reconciliar consigo. Ao mesmo tempo, é oblação do Filho de Deus feito homem, que livremente e por amor oferece a sua vida ao Pai pelo Espírito Santo para reparar a nossa desobediência”.

O Papa Bento XVI disse que a Igreja “é sempre de novo santificada pelo Santo de Deus, pelo amor purificador de Cristo. Deus não falou apenas: amou-nos de modo muito realista, amou-nos até à morte do próprio Filho. É precisamente disto que se nos mostra toda a grandeza da revelação que quase inscreveu no coração do próprio Deus as feridas”.

Versículos 14 – 15:  “Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Mas chamei-vos amigos, pois vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai”.

“Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando”

Ser amigo de Jesus é ser amigo de Deus – Eis as palavras do Papa Bento XVI quando ainda era o Cardeal  Joseph  Ratzinger : “Nesta comunhão da vontade realiza-se a nossa redenção: ser amigos de Jesus, tornar-nos amigos de Deus. Quanto mais amamos Jesus, quanto mais o conhecemos, tanto mais cresce a nossa verdadeira liberdade, cresce a alegria de ser remidos. Obrigado Jesus, pela tua amizade!”

A amizade que Jesus tem por nós é de fidelidade e lealdade sempre.  O Beato João Paulo II disse que Jesus  “oferece-vos a sua amizade. Deu a sua vida para que aqueles que desejam responder ao seu chamado sejam efetivamente seus amigos. Trata-se de uma amizade profunda, sincera, leal e radical, como deve ser a verdadeira amizade”.

O que significa ser simplesmente servo e o que é ser também amigo do Senhor –  O Beato João Paulo II disse: “Uma frase muito significativa: Servo é aquele que não sabe nada; amigo— aquele a quem se diz tudo, a quem tudo é confiado; aquele que sabe”.

A amizade com Jesus é feita de comunhão – O Papa Bento XVI ensinou:  “Amizade significa comunhão no pensamento e na vontade. E esta comunhão de pensamento não é algo unicamente intelectual, mas sim comunhão dos sentimentos e da vontade e, por conseguinte, também do agir. Isto significa que devemos conhecer Jesus de modo cada vez mais pessoal, ouvindo-O, vivendo juntamente com Ele, permanecendo ao seu lado”.

A Eucaristia é o grande laço de amizade que nos une a Cristo e aos irmãos – O Beato João Paulo II disse:  “A incorporação em Cristo, realizada pelo Batismo, renova-se e consolida-se continuamente através da participação no sacrifício eucarístico, sobretudo na sua forma plena que é a comunhão sacramental. Podemos dizer não só que cada um de nós recebe Cristo, mas também que Cristo recebe cada um de nós. Ele intensifica a sua amizade conosco”.

Versículos 16-17:  “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi e vos constituí para que vades e produzais fruto, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda. O que vos mando é que vos ameis uns aos outros”.

A escolha é sempre do Senhor

O Papa Bento XVI ensinou:  “Tudo se define a partir de Cristo, quanto à origem e à eficácia da missão: a missão recebemo-la sempre de Cristo, que nos deu a conhecer o que ouviu a seu Pai, e somos nela investidos por meio do Espírito na Igreja”.

A Palavra diz que Jesus Cristo  “caminhando ao longo do mar da Galiléia, viu dois irmãos: Simão (chamado Pedro) e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. E disse-lhes: Vinde após mim e vos farei pescadores de homens. Na mesma hora abandonaram suas redes e o seguiram”. (Mt 4, 18-20)

O chamado especial à vida consagrada

No Evangelho desse domingo, o Senhor sublinha que Ele mesmo escolheu e constituiu os Seus discípulos, para irem pelo mundo e produzirem duradouros frutos de salvação.  Trata-se principalmente da escolha que o Senhor fez  àqueles que são os nossos pastores e representantes de Cristo na Igreja.  O Papa Bento XVI disse: “Este amoroso enlace entre a iniciativa divina e a resposta humana está presente também, de forma admirável, na vocação à vida consagrada”.

Os escolhidos, especialmente os consagrados à vida religiosa, devem procurar fazer a vontade do Senhor. O Papa Bento XVI disse: “Temos de novo aqui Jesus como o modelo exemplar de total e confiante adesão à vontade do Pai para onde deve olhar a pessoa consagrada”.

Pôr-se  a caminho

O Papa Bento XVI disse que “somente saindo de si mesmo para colocar-se em caminho com o Senhor e fazer a sua vontade, se vive a verdadeira liberdade”.

Não podemos ficar parados quando o mundo está tão precisado de Deus. Devemos ir ao encontro do irmão e ajudá-lo a ter uma experiência do amor salvífico de Jesus em sua vida. O Papa Bento XVI fala novamente em outra ocasião sobre “o sair de si mesmo”:  “A primeira tarefa dada aos discípulos, aos amigos, é pôr-se a caminho – destinei, para que vades –, sair de si mesmos e ir ao encontro dos outros”.

O discípulo é sempre chamado a dar frutos de amor

O Papa Bento XVI ensinou: “Agora, porém, devemos interrogar-nos: de que gênero é o fruto que o Senhor espera de nós? O vinho é imagem do amor: este é o verdadeiro fruto que permanece, aquele que Deus quer de nós”.

São Gregório Magno disse assim: “Se tendeis para Deus, tende cuidado que não O alcanceis sozinhos”.  Amar é:  acolher; cuidar dos nossos irmãos em suas necessidades;  perdoar;  ouvir;  estar junto;  renunciar;  sofrer;  desapegar-se;  ser amigo;  preservar os recursos naturais; respeitar as diferenças,…

A palavra diz: “Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo o que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor”. (I Jo 4, 7-8)

O  Padre Marcelo Rossi escreveu assim:  “O amor traz justiça, esperança, igualdade, respeito. É  a única forma que temos de unir todos os povos, de varrer o ódio, a maldade, a ganância. Se deixarmos o amor Ágape fluir de uma pessoa para outra, o planeta estará unido pelo Amor Divino”. (Agapinho)

“Tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos concederá”

Pedir ao Pai em nome de Jesus é a certeza do recebimento da graça. O Catecismo (2633) ensina. “Quando se participa assim no amor salvífico de Deus, compreende-se que qualquer necessidade pode tornar-se objeto de pedido. Cristo, que tudo assumiu a fim de tudo resgatar, é glorificado pelos pedidos que dirigimos ao Pai em seu nome“.

A Palavra diz: “E tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vo-lo farei”. (Jo 14, 13-14)

O Beato João Paulo II disse que “a revelação e a fé ensinam-nos, efetivamente, não tanto a meditar de modo abstrato sobre o mistério de Deus, «Pai das misericórdias», quanto a recorrer a esta mesma misericórdia em nome de Cristo e em união com Ele”.

Conclusão

Concluímos essa reflexão com as palavras do comentário litúrgico: “Jesus se apresenta hoje como o amigo que nos ama até a doação da própria vida. Agindo assim conosco, ele nos convida a amar-nos uns aos outros com amor igual ao seu.”

Oremos com:

São Paulo (1 Cor 13,1-7):  “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada.  Ainda que distribuísse todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria!  A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

O Canto Litúrgico: Prova de Amor:  Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão!  Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão!Eis que eu vos dou um novo mandamento:  Amai-vos uns aos outros, como Eu vos tenho amado! Vós sereis os meus amigos, se seguirdes meus preceitos:  Amai-vos uns aos outros, como Eu vos tenho amado! Permanecei no meu Amor, e segui meu mandamento:  Amai-vos uns aos outros, como Eu vos tenho amado.

Jane Amábile – Com. Divino Espírito Santo

Fonte: Ide e anunciai - blog católico



Resultado de imagem para apesca milagrosa“Pesca milagrosa”

 O relato da “pesca milagrosa” no lago da Galileia foi muito popular entre os primeiros cristãos. Vários evangelistas recolheram este episódio, mas somente Lucas culmina a narrativa com uma cena comovedora que tem por protagonista a Simão Pedro, discípulo de fé e pecador ao mesmo tempo.
Pedro é um homem de fé, seduzido por Jesus. As palavras de Jesus têm mais força para Pedro por causa da sua própria experiência com a profissão. Pedro sabe muito bem que ninguém sai para pescar por volta do meio dia, sobretudo quando não se conseguiu pegar nada pela noite. Mas, se Jesus o ordena, Pedro confia totalmente nele: “Por tuas palavras vou as redes lançar”
Pedro é também, um homem de coração sincero. Surpreso pela grande pesca ele se lança aos pés de Jesus com uma admirável espontaneidade dizendo: “afasta-te de mim porque sou um pecador”. Pedro reconhece diante de todos o seu pecado e a sua pouca condição para conviver com Jesus.
Jesus, por sua vez, não se assusta de ter junto de si um discípulo pecador. Ao contrário. Se Pedro se sente pecador, também poderá compreender melhor a mensagem de perdão do seu Senhor para todos os pecadores. “Não temas Simão, a partir de agora serás pescador de homens”. Jesus retira de Pedro o medo de ser um discípulo pecador e lhe associa à missão de reunir e convocar homens e mulheres de todas as condições para entrar no projeto salvador de Deus. E esta era a mesma missão de Jesus. Pedro partilha com o Mestre a sua missão.
Por que será que a Igreja tem tido, ao longo dos séculos, tanta resistência em reconhecer o seu pecado e confessar a sua necessidade de conversão. A Igreja é de Jesus Cristo, mas ela não é Jesus Cristo. Ninguém pode escandalizar que nela haja pecado. A Igreja é santa porque vem de Jesus Cristo e é animada pelo Espírito Santo. Mas a Igreja é também pecadora, porque muitas vezes tem resistido a este mesmo Espírito e não poucas vezes tem se distanciado do Evangelho de Jesus. O pecado existe em quem tem fé, nas instituições, na hierarquia e em todo povo de Deus. Todos precisamos de conversão.
É um grave erro nos habituarmos em ocultar a verdade, pois nos impede de comprometermos em uma dinâmica de conversão e de renovação. Não é mais evangélica uma Igreja frágil e vulnerável e que tem coragem de reconhecer o seu pecado, do que uma instituição empenhada inutilmente a ocultar as suas misérias? Nossas comunidades não têm maior credibilidade quando colaboram com Cristo em sua ação evangelizadora, reconhecendo humildemente os seus pecados e comprometendo-se com uma vida cada vez mais evangélica? Penso que temos muito que aprender com o Apóstolo Pedro, reconhecendo nossos pecados aos pés de Jesus.

Autor: Pe: Enivaldo Oliveira.

 

AS PERGUNTAS DE JESUS

``Sobre o que discutíeis?´´(MC 9,39)

 Atravessando a Galileia, um tanto escondido e sem se deter, Jesus ia instruindo seus discípulos. Eles conversavam e discutiam porque não entendiam as palavras de seu Mestre. No primeiro momento de pausa, o Senhor fez-lhes uma pergunta decisiva: ``Sobre o que discutíeis pelo cominho?´´.

 É um fato curioso, mas pelo menos duas vezes Jesus s preocupou com o que seus discípulos conversavam; Ele que os amava e desejava forma-los para o futuro ministério, sabia que a palavra era importante. Para ele, que se interesacva em formar apóstolos, devia causar preocupação o que se diz e como são deitas as coisas.

 Depois de Sua ressurreição, quando já estava para terminar Sua presença visível entre os Seus, a dois que se a a afastavam, desanimados, chorando a derrota , voltou a perguntar sobre o que estavam falando. Eles iam a caminho de Emaús.

 Deve ter sido triste para o Senhor constatar que, depois de tanto esforço pedagógico,a  conversa de seus discípulos tivesse tão pouca alma de Evangelho. De fato, eles haviam entendido pouco. Discutiam sobre quem era mais importante. E a  caminho de  Emaús, sem entender as Escrituras, desfeita qualquer esperança, caminhavam olhando para trás.

 Dando continuidade ao interesse de Jesus, cabe perguntar ao homem deste século sobre o que fala e como se comunica.

  É triste  constatar que em nosso tempo existe muita solidão. Por ódio, por rotina, por falta de horizontes ou por medo, há pessoas que deixaram de falar. Mudas diante da televisão, há famílias inteiras que perderam a capacidade de se olhar no rosto, de contar seus sonhos.

 ``Sobre o que discutimos?´´Perguntar isto equivale a interessar-se pelas coisas que nos apaixonam, pelas coisas importantes para nós. Quando falamos quais as que realmente têm valor para nós?

 Muitos discutem a falam de coisas que não valem a pena. Infelizmente existem homens que têm um registro de interesses muito limitado. Com eles, só se pode falar sobre dinheiro, sexo, negócios, futebol ou carros. A politica, quando tomada como tema exclusivo, pode ser também uma forma de dizer poucas coisas. A questão é ainda mais delicada quando nossa conversa, feita para comunicar-se e construir laços, ocupa-se ao contrario, da destruição de outros.

 No falar manifestamos-se os preconceitos, as estreitezas de classe, as paixões. Mas também manisfesta-se ternura, a grandeza, a objetividade e o respeito... `` pois o que sua boca fala é o que transborda o coração. 

O Senhor queria que nossa conversa fosse simples e direta: ``Sim´´ ou ``Não´´; que jamais ferisse o irmão, que nos preocupássemos com as necessidades e os sofrimentos dos outros e que dissemos a verdade em todos  os momentos.

 o falar humano deve ser também expressão de beleza. Denota pobreza o fato de possuir um vocabulário reduzido, um gramática imperfeita ou transformar a linguagem em grosseria. Às vezes a grosseria é usada para ofender: maioria das vezes, porém. é utilizada como muleta que esconde uma indigência atroz. Empobrecer a palavra é reduzir fortemente a capacidade que o homem possui de ser homem... de entrar em comunhão e de dominar a terra. Deus conferiu a Adão, como mostra de Seu senhorio, o poder de ir dando nome aos seres que povoam o universo.

 Jesus quis ensinar os  Seus a falar também com Deus. É somente nesse diálogo confiante, em que o homem pode dizer ``Pai´´ a Deus que a conversa, a palavra humana adquiri toda a sua profundidade e toda o sei esplendor. Um homem que nunca fala com Deus verá que sua palavra, cedo ou tarde, irá perder horizontes.

 Em vista de tudo isso, é bom que façamos ressoar hoje em nós a pergunta de Jesus: ``Sobre que discutíeis?´´

Fonte: Revista o Mensageiro  - Autor: Pe. Fernando Montes, SJ 

 

 

 

     A S V E L A S


Tão diferente das lâmpadas, as velas ficam adormecidas a espera de alguém que as acenda... Parecem-se conosco, aguardam a ressurreição, podem sempre aquecer de novo e com novo ardor...
Seria possível por acaso amar uma lâmpada? Que emoções mansas podem nascer de sua luz forte e indiferente? Ao morrerem queimadas, nenhuma tristeza provocam. Só o incômodo de terem de ser trocadas por outras. 
As velas são diferentes. Choram enquanto iluminam. Suas lágrimas nascidas do fogo transbordam e escorrem pelo seu corpo. Choram por saber que para brilhar é preciso morrer, se consumir. Não é possível contemplar uma vela no seu trabalho de luz sem sentir a sua grandeza... Sua chama modesta, moduladas por indecisões e tremores, faz-me voltar sobre mim mesmo. Também sou assim. Minha chama vacila ao ser tocada pelo vento.
Até o amor prefere a luz das velas. Talvez porque seja isto tudo o que desejamos de uma pessoa amada: Que ela seja uma luz suave que nos ajude a suportar o terror da noite. Sob a luz do amor que ilumina modesta e paciente, o escuro já não assusta. É paz!

Não deixe que suas velas se apaguem!

Rubem Alves

 

A VIDA É MINHA E FAÇO DELA O QUE BEM ENTENDER

Por diversas vezes, já ouvimos esta frase dita por alguém, querendo dizer que tem total liberdade e controle sobre sua vida e que dispõe dela a seu bel prazer ou como quer. É uma pessoa que acha que não tem de prestar contas a ninguém pelos seus atos, seja a pais, marido ou esposa, a sociedade ou a Deus. Pra ela não existem regras. O seu único código de regras é um código de moral interno, que lhe aponta se isto é aceitável e permitido ou não. É um código criado por ela própria, com base na sua formação familiar e nas suas observações do comportamento humano. Por ser um código com base nestes elementos, ele não é rígido, está sempre sujeito a mutação, adequando-se a nova maneira de pensar das pessoas, sendo portanto, bem flexível, ou seja, o que ela acha imoral hoje provavelmente não o será amanhã. Isto porque os padrões morais do mundo estão baixando rapidamente. O que era só visto nas sessões da madrugada ou nos cines privê, agora é transmitido no horário nobre, com a presença de crianças na sala. O código interno de moral que todos temos, que é a nossa consciência, não é um guia seguro. Ela pode ser corrompida e se desviar, assim como um barco deixado sem uma corda de fixação, mesmo numa lagoa de águas aparentemente paradas, aos poucos a ação de ventos e alguma correnteza abaixo da superfície o vai levando para outra margem sem se perceber. Da mesma forma, precisamos de uma fixação, algo que detenha o nosso impulso natural de ficarmos à deriva, achando que com isto somos mais livres. Assim, uma pessoa só poderá dizer corretamente que a vida é dele e faz dela o que bem entende, se fosse auto-criativo, ou seja, o criador de sua própria vida. Teria de ser não só o criador de sua vida, como o sustentador dela. Porque não adianta apenas criar a vida, é preciso depois do primeiro ato, mantê-la. Vamos imaginar que você pudesse se auto-criar e depois disto estivesse em outro planeta como, por exemplo, Marte. Quanto tempo você acha que ficaria vivo? Poucos instantes. Então é necessário não só criar, como sustentar a vida. Dependemos do ar, da exata distância do sol, da noite, do dia, dos animais, das árvores frutíferas e de tudo que existe no nosso planeta Terra para continuarmos vivos. Fica claro que somos totalmente dependentes do que já foi criado. Bom, se não podemos criar ou sustentar a nossa própria vida, não podemos dizer que "a vida é minha e faço dela o que bem entender". Somos seres criados e sustentados por Alguém muito superior a nós e, portanto, dependentes deste. Não possuímos a alardeada liberdade total, isto não existe para quem é criado. Se somos dependentes do Originador e Sustentador da vida, temos que prestar contas dos nossos atos a Ele. Porque ir contra a vontade Dele é uma insensatez ou uma enorme burrice. Devemos, como seres criados, ver qual é a sua orientação para a nossa vida e o que ele espera que nós façamos da vida que ele nos deu. O princípio da sabedoria é o temor de Deus. Aquele que não teme a Deus ou até acha que Ele não existe é o mais tolo dos homens. Para aqueles que temem a Deus, Este é uma pessoa real e tudo em sua vida gira em torno de fazer a sua vontade. Algumas pessoas dizem amar a Deus, mas so se lembram Dele, quando estão em dificuldade ou precisam de algo, aí até fazem uma oração fervorosa pedindo ajuda ou proteção a Ele. Passado o momento do aperto ou conseguida a coisa solicitada, nem pensam em Deus, principalmente no lazer ou na farra, aí  Deus é uma coisa abstrata, tão longe lá nos céus, que nem tem tempo para olhar ou criticar o seu modo de vida, por mais que se desrespeite os seus mandamentos. Por exemplo, Ele diz categoricamente em sua Palavra que sexo só é permitido para as pessoas casadas. Mas para estas pessoas o seu código de moral interno basicamente corrompido pelos padrões atuais, diz que não e você acha que mesmo dizendo que ama a Deus pode impunemente violar tal ordem, sem nenhuma consequência. A AIDS, SÍFILIS, HPV, HERPES e outras doenças sexualmente transmitidas, a gravidez indesejada, além das doenças emocionais e dores na consciência estão aí para mostrar a gravidade de tal conduta, que viola uma ordem explícita, não um princípio. Os pseudo espertos dizem que tudo pode, desde que você esteja devidamente prevenido contra tais doenças, mas será que o preservativo irá preveni-lo contra o julgamento adverso de Deus? Não é porque não houve gravidez, que não houve crime.  Não se iluda, mesmo se livrando de algumas doenças, você sofrerá a maior delas, que é a pena de morte. Portanto á vida é um dom que Deus lhe deu e não que você criou. Valorize este presente e o Dador dele. Procure viver de acordo com as normas estabelecidas pelo Originador e Sustentador da vida em sua Palavra e não como os tolos que ainda se dizem espertos por levarem a vida que levam, sem levar em conta o objetivo de Deus para ela, mas que brevemente  pagarão um preço bem caro  por acharem que podem fazer da sua vida o que bem entendem. Os que pensam assim não podem nem garantir a continuação de suas vidas por apenas alguns segundos a mais. Portanto, viva de maneira correta, como o que o Criador espera que você faça e por certo a terá  para sempre, aqui mesmo na Terra e não como os tolos que logo desaparecerão do cenário, como coisas indesejáveis e repugnantes.

O MAL DISFARÇADO DE BEM

Muitas vezes por não termos todo o conhecimento dos fatos, julgamos algo como sendo bom, quando na verdade é um grande mal. Somos enganados pela nossa vista, que vê apenas o que aparece filtrado pela nossa retina  e não as intenções e o que acontece posteriormente. Assim, aquilo que tem uma aparência de bom, pode esconder um grande intento do mal. Os nossos olhos não conseguem perceber aquilo que vai no coração de alguém, que demonstra por atos visíveis uma atitude benévola, com o fim único de atrair uma presa e matá-la. É o mal disfarçado de bem. São tantas coisas assim. Quantas vezes lemos no noticiário de que alguém foi morto após ser socorrido pelo seu pretenso benfeitor, que a princípio fez um grande ato humanitário. Muitos, tidos como benfeitores, na verdade usam uma capa para esconder as suas garras, assim como o lobo mau da estória de chapeuzinho vermelho. Assim se dava com os "capo" da Máfia, com os líderes do tráfico e os chefes da milícia em suas comunidades, sempre pareciam como seus protetores, quando na verdade eram algozes e traziam as pessoas cativas. A melhor maneira de enganar alguém é fazer algo aparentemente bom para ela. Depois da boa isca lançada, é só esperar o momento oportuno que com certeza acontecerá com o incauto tentando engoli-la, sem saber que na ponta tem um mortífero anzol. O inimigo da vida, Satanás, tem usado destes ardis para depois consumar seu intento. Alguns de seus ardis é fazer-nos crer que todos os caminhos levam a Deus; que existem vários caminhos, mas o fim único é chegar a Deus; que não importa no que você crê, mas que você creia; o importante é ter uma religião; que você deve seguir seu coração; que você tem direito a usufruir da vida sem dar contas a ninguém pelos seus atos; que você deve ser livre;  que o mal não existe e que ele, o Diabo, está morto; que Deus é bom e perdoador e sempre vai entender as suas fraquezas e repetidas recaídas, basta você confessar os seus pecados e continuar levando a sua vida normal. Ora, aparentemente são coisas boas que dão uma falsa aparência de liberdade a pessoa de fazer o que bem entende, sem ter de prestar contas de seus atos e ainda por cima não ter dores de consciência. Como Paulo disse, ele, o Diabo, persiste em transformar-se em anjo de luz, fazendo curas e todo o tipo de milagres com o fim de desviar o inocente do único caminho correto para se chegar a Deus, que é o especificado em sua Palavra. Não existem duas verdades, a verdade é uma  só, ainda mais se forem totalmente conflitantes. No famoso sermão do monte, Jesus falou que só existe um caminho difícil e estreito para se chegar a Deus e que poucos estariam nele. Como já disse anteriormente, o inimigo diz que não, que todos os caminhos levam a Deus. Apenas são formas diferentes de se chegar a Deus. O amigo verdadeiro manda você ser vigilante e ficar na expectativa para não ser apanhado de surpresa e vir a perder a sua vida, enquanto o falso manda você não se preocupar, que você é uma filha ou um filho de Deus e nada de mal te acontecerá e que se houver alguma mudança não é para agora, ainda vai levar muito tempo, então, enquanto isso, você deve aproveitar a vida, que é uma só. Quando este conselho vem de alguém que se diz religioso e é um superstar gospel com milhares de fãs fascinados, não pelo que ele diz mas por sua aparência, ou o caminho é mostrado por um guru famoso, com best-sellers  no mundo inteiro, muitos ficam propensos e até contagiados pelas suas idéias e passam a crer neles. Em quem você acredita? Vai ser vigilante, ouvindo a Jesus ou a estes que se dizem seus seguidores mas falam ao contrário dele? Vai ficar atento aos sinais que estão todos aí, ou continuar vivendo a sua vida normal, como se nada estivesse prestes a acontecer? Cuidado para não ser enganado pelo mal disfarçado de bem e a sua aparente liberdade de você fazer o que bem entende, pois isto é como trocar um valioso diamante, que é sua vida por  uma bola de gude, que é qualquer prazer temporário e você ainda achar que é esperto e está levando vantagem. Lembre-se de que ele tem milhares de anos na arte do engano e você é como um bebê recém-nascido sem qualquer experiência..

 

 

Uma das coisas que eu acho fascinante em Jesus, é a capacidade que ele tinha de encontrar no meio da multidão, pessoas.
Ele era capaz de reconhecer em cima de uma árvore um homem, e descobrir nele um amigo.
Bonito uma amizade que nasce a partir da precariedade, quando você chega desprevenido, o outro viu o que você tem de pior, e mesmo assim, ele se apaixonou por você. Amor concreto, cotidiano, diário.
Jesus se apaixonava assim pelas pessoas e as tornava suas amigas. As trazia para perto Dele.
É fascinante olhar para a capacidade que esse homem, que esse Deus tem, de investigar a miséria do outro e encontrar a pedra preciosa que está escondida. Isso é Páscoa, isso é ressurreição. É quando no sepulcro do nosso coração, alguém descobre um fio de vida, e ao puxar esse fio, vai fazendo com que a gente se torne melhor.
Não há nada mais bonito do que você ser achado quando você está perdido.
Não há nada mais bonito do que você ser encontrado, no momento que você não sabe para onde ir e não sabe nem onde está...
O amor humano tem a capacidade de ser o amor de Deus na nossa vida por causa disso: porque ele nos elege!
Por isso que é bom termos amigos, porque na verdade, as pessoas amigas antecipam no tempo, aquilo que acreditamos ser eterno...
Quando elas são capazes de olhar para nós e descobrir o que temos de bonito. Mesmo que isso, as vezes costuma ficar escondido por trás daquilo que é precário.
Por isso agradeço muito a Deus pelos amigos que tenho. Pelas pessoas que descobriram no que eu tenho de pior, uma coisinha que eu tenho de bom, e mesmo assim continuam ao meu lado, me ajudando a ser gente, me ajudando a ser mais de Deus, ajudando a buscar dentro de mim, a essência boa que acreditamos que Deus colocou em cada um de nós.

Ter amigos, é como arvorear: lançar galhos, lançar raízes... Para que o outro quando olhar a árvore, saiba que nós estamos ali...Que nós permanecemos para fazer sombra, para trazer ao outro, um pouco de aconchego que ás vezes ele precisa na vida...

ARVOREIE! CRIE ÁRVORES! SEJA AMIGO

Padre Fábio de Mello

 

                                              Disse asneira                                                    Avarez 

 

Honra teu pai e tua mãe, para que teus dias se prolonguem sobre a terra que te dá o Senhor, teu Deus. (Ex 20, 12)

 

O Quarto Mandamento do Decálogo refere-se, em primeiro lugar, aos pais biológicos, mas também às pessoas a quem devemos a nossa vida, a nossa prosperidade, a nossa segurança e a nossa fé. Aquilo que devemos aos nossos pais: amor, gratidão e atenção, também deve reger o nosso relacionamento com as pessoas e com nossos deveres de cidadãos diante do Estado. Ele nos manda honrar e respeitar os nossos pais e aqueles que Deus, para o nosso bem, revestiu com a Sua autoridade.

O Quarto Mandamento refere-se, em primeiro lugar, às relações entre pais e filhos no seio da família. «Ao criar ao homem e à mulher, Deus instituiu a família humana e dotou-a de sua constituição fundamental» (CIC 2203). «Um homem e uma mulher unidos em casamento formam com seus filhos uma família» (CIC 2202). «A família cristã é uma comunhão de pessoas, reflexo e imagem da comunhão do Pai e do Filho no Espírito Santo» (CIC 2205).

Um homem e uma mulher, unidos em matrimônio, formam com os filhos uma família. Deus instituiu a família e dotou-a de sua constituição fundamental. O matrimônio e a família são ordenados ao bem dos esposos e à procriação e educação dos filhos. Entre os membros da família estabelecem-se relações pessoais e responsabilidades primárias. Em Cristo, a família torna-se Igreja doméstica, porque ela é comunidade de fé, de esperança e de amor.

Sendo assim, a família é a célula originária da sociedade humana e precede qualquer reconhecimento da autoridade pública. Os princípios e os valores familiares constituem o fundamento da vida social. A vida de família é uma iniciação à vida da sociedade. A sociedade tem o dever de sustentar e consolidar o matrimônio e a família, no respeito também do princípio de subsidiariedade. Os poderes públicos devem respeitar, proteger e favorecer a verdadeira natureza do matrimônio e da família, a moral pública, os direitos dos pais e a prosperidade doméstica.

Os filhos devem aos pais respeito (piedade filial), reconhecimento, docilidade e obediência, contribuindo, assim, também com as boas relações entre irmãos e irmãs, para o crescimento da harmonia e da santidade de toda a vida familiar. Se os pais se encontrarem em situação de indigência, de doença, de solidão ou de velhice, os filhos adultos devem-lhes ajuda moral e material.

Os pais são os primeiros responsáveis pela educação dos filhos e os primeiros anunciadores da fé. Têm o dever de amar e respeitá-los [filhos] como pessoas e filhos de Deus e, dentro do possível, de prover suas necessidades materiais e espirituais, escolhendo-lhes uma escola adequada e ajudando-os com prudentes conselhos na escolha da profissão e do estado de vida. Em particular, têm a missão de educá-los na fé cristã.

Desta forma, os laços familiares são importantes, mas não absolutos, porque a primeira vocação do cristão é seguir Jesus e amá-Lo: «Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim; quem ama a filha ou o filho mais do que a Mim não é digno de Mim» (Mt 10,37). Os pais devem, com alegria, ajudar os filhos no seguimento de Jesus, em todos os estados de vida, mesmo na vida consagrada ou no ministério sacerdotal.

No âmbito civil a autoridade deve ser exercida, como um serviço, respeitando os direitos fundamentais da pessoa humana, uma justa hierarquia de valores, as leis, a justiça distributiva, e o princípio de subsidiariedade. No exercício da autoridade, cada um deve procurar o interesse da comunidade em vez do próprio e deve inspirar as suas decisões na verdade acerca de Deus, do homem e do mundo.

Portanto, os que estão submetidos à autoridade devem ver os superiores como representantes de Deus e colaborarem lealmente no bom funcionamento da vida pública e social. Isso comporta o amor e o serviço da Pátria, o direito e o dever de votar, o pagamento dos impostos, a defesa do país e o direito a uma crítica construtiva. Porém, a estes, em consciência, não devem obedecer quando os mandamentos das autoridades civis se opõem às exigências da ordem moral: «É necessário obedecer mais a Deus do que aos homens» (At 5,29).

 

Leia mais no Catecismo da Igreja Católica, de 2197 a 2257.

 Havia, certa vez, um jovem universitário que não tinha fé. Ele desejava muito vencer a incredulidade e encontrar-se com Deus. Empregava todos os meios, mas não conseguia. Isso o angustiava e o tornava infeliz.

Um dia, lendo a Bíblia, ele encontrou a seguinte frase: "Aquele que ama conhece a Deus" (1

Jo 4,7). Tentou então este caminho e começou a fazer o que podia pelo bem do próximo.

Logo encontrou a fé, e junto com ela o amor a Deus e a felicidade.

Foi este rapaz que disse aquela célebre frase: "Procurei a Deus, não encontrei; procurei a mim

 mesmo, não encontrei; procurei o próximo, encontrei os três".

 

Certa vez, apareceu numa pequena cidade um caminhão baú, com chapa de uma cidade grande. O motorista, que era desconhecido, parou na praça central da cidade, abriu a porta traseira do caminhão e começou a dizer em um alto falante:

"Atenção. Eu trouxe aqui muitos presentes para vocês. Podem pegar à vontade e levar para suas casas. É tudo de graça".

De fora dava para ver as caixas lá dentro. Eram televisores de última geração, aparelhos de DVD, jogos de porcelana e de cristal para mesa, note books e muitos outros objetos valiosos.

Tudo em caixas da fábrica e com os certificados de garantia, exatamente como quando compramos um objeto desses nas lojas.

Entretanto, as pessoas não acreditaram. Uns pensaram que era pegadinha, outros pensaram ser objetos roubados, ou truque para envolver as pessoas em crimes etc.

Depois de muito insistir, o homem, cheio de tristeza, fechou a porta traseira do caminhão, entrou nele e foi para outra cidade.

Lá foi o contrário. Logo que ele ofereceu, o povo se ajuntou e as pessoas pegaram os presentes e foram felizes para suas casas.

Aquele senhor era um motorista contratado por um homem muito rico daquela cidade grande, que havia feito a promessa de fazer essas doações sem se identificar.

Jesus fez a mesma coisa conosco. Trouxe do Céu presentes valiosíssimos para nós: A santa Igreja, os sacramentos, os Evangelhos... Fez isso unicamente por amor a nós. Entretanto, muitos têm preconceito, ou não valorizam esses presentes.

Maria Santíssima é uma voluntária na distribuição desses presentes do seu Filho. Mãe da divina graça, rogai por nós.

 

 burrinho que entrou com Jesus em Jerusalém

Conta-se que aquele burrinho que entrou em Jerusalém, carregando Jesus, ficou deslumbrado com tantas homenagens. Ele pensava que aquilo era para ele.

Dias depois, resolveu voltar lá e entrar pela mesma rua, a fim de receber novas homenagens: As pessoas estenderem seus mantos para ele pisar etc. Mas aconteceu o contrário. O burrinho foi enxotado para fora da cidade com chicotadas.

Quantas vezes, no trabalho pastoral, somos como aquele burrinho! Depois que falamos, escrevemos ou cantamos, somos elogiados, aplaudidos, e pensamos que somos o tal, e que aquelas homenagens são para nós, quando na verdade é para Deus. Ele é que colocou dons em nós a fim de os usarmos como seus instrumentos. O mérito e as homenagens cabem a ele e não a nós.

“Eu te louvo, Pai, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos!” (Mt 11,25-30).

“Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mt 11,29-30). Jesus une a humildade com a mansidão. De fato, as duas virtudes são unidas.

“Rejubila-te Jerusalém! Eis que vem teu rei ao teu encontro. Ele é humilde, e vem montado num jumentinho, filho de uma jumenta” (Zc 9,9)

 

 Intervenção de Jesus no Templo de  Jerusalém

O episódio da intervenção de Jesus no Templo de Jerusalém foi recolhido pelos quatro evangelhos. Mas é João quem descreve a reação de Jesus de uma maneira magnífica: “Jesus fez um chicote de cordas e expulsou todos do Templo, junto com as ovelhas e bois, espalhou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas...” Dos seus lábios sai um grito: “Tirai isto daqui! Não façais da casa do meu Pai uma casa de comercio!” 
Este gesto foi o que desencadeou a sua detenção e a sua rápida execução. Atacar o Templo era atacar o coração do povo judeu: o centro da vida religiosa, social e econômica. O Templo era intocável. Ali habita o Deus de Israel. È um dos lugares privilegiados da revelação de Deus. Jesus, no entanto, não se sente bem naquele lugar, pois aquele Templo havia perdido o sentido de lugar de encontro e intimidade com o Pai, tornando-se um recinto mercadológico. 
Alguns estudiosos vêem neste gesto um tanto duro de Jesus, uma tentativa de purificar uma religião demasiadamente primitiva e substituí-la por um culto mais digno com ritos menos sangrentos. No entanto, o seu gesto profético tem um conteúdo radical: Deus não pode ser responsável por uma religião em que cada um busca o seu próprio interesse. Jesus não pode ver ali a grande família de Deus que Ele começara a formar com os seus primeiro discípulos e discípulas. Precisava imprimir um novo sentido nas relações interpessoais e de intimidade com o Pai.
Naquele Templo ninguém se recordava dos campesinos e agricultores pobres e desnutridos das aldeias da Galiléia. O Pai dos pobres não poderia estar habitando naquele Templo. Com seu gesto profético, Jesus está denunciando a raiz de um sistema religioso, político e econômico que esquecem dos últimos, os “preferidos” de Deus. 
A atitude de Jesus deverá, no mínimo, nos questionar: que religião estamos cultuando em nossos templos? Se não estiver inspirada por Jesus, pode estar se convertendo em uma maneira “santa” de nos fecharmos ao projeto do Pai impulsionado por Jesus de Nazaré. A religião dos seguem a Jesus deve estar sempre a serviço do Reino de Deus e da sua justiça. 
Por outro lado precisamos avaliar se as nossas comunidades são espaços onde todas as pessoas sentem que estão na casa do Pai. Se estão sentido acolhidas pelo Pai e pela comunidade cristã em suas complexas relações interpessoais, muitas desaprovadas pela Igreja institucional. Precisamos construir uma comunidade acolhedora onde ninguém se sinta excluída; onde as portas não são fechadas para ninguém e nenhuma pessoa possa sentir-se discriminada. Nossos templos devem se casas onde aprendamos a escutar o sofrimento das pessoas e não nossos os interesses. 
Nunca podemos esquecer que o cristianismo é uma religião profética nascida do Espírito de Jesus para nos abrir caminhos ao reino de Deus, construindo um mundo mais humano e fraterno. Caminhos para salvação definitiva em Deus.

De: Pe. Enivaldo João de Oliveira

 

 

A missão dos setenta e dois discípulos

Lc 10,1-12.17-20

 

O Senhor escolheu outros setenta e dois e enviou-os, dois a dois, à sua frente, a toda cidade e lugar para onde ele mesmo devia ir. E dizia-lhes: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para sua colheita. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não vos demoreis para saudar ninguém pelo caminho! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; senão, ela retornará a vós. Permanecei naquela mesma casa; comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador tem direito a seu salário. Não passeis de casa em casa. Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’. Mas quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: ‘Até a poeira de vossa cidade que se grudou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo!’ Eu vos digo: naquele dia, Sodoma receberá sentença menos dura do que aquela cidade”. Os setenta e dois voltaram alegres, dizendo: “Senhor, até os demônios nos obedecem por causa do teu nome”. Jesus respondeu: “Eu vi Satanás cair do céu, como um relâmpago. Eu vos dei o poder de pisar em cobras e escorpiões, e sobre toda a força do inimigo. Nada vos poderá fazer mal. Contudo, não vos alegreis porque os espíritos se submetem a vós. Antes, ficai alegres porque vossos nomes estão escritos nos céus”.

 

Comentários

O agricultor é Deus 
O texto do evangelho deste domingo está situado no início da subida de Jesus para Jerusalém, que é, no terceiro evangelho, a parte central, como se pode ver na introdução ao nosso comentário, no início desta agenda.
Setenta ou setenta e dois, dependendo do manuscrito, é o número dos enviados. Baseando-nos em Gênesis 10, que diz ser setenta o número das nações que compõem a humanidade, podemos dizer que nossa perícope diz respeito à universalidade da missão da Igreja, enviada pelo seu Senhor, “a toda cidade e lugar para onde ele mesmo devia ir” (v. 1). Trata-se de colheita (v. 2), pois o agricultor é Deus (cf. Jo 15,1); é Deus quem faz a boa semente frutificar (cf. Mc 4,26-29). Para esta missão universal é que Jesus dá as orientações. O conteúdo do anúncio é a proximidade do Reino de Deus; anúncio que deve ser feito mesmo em situações adversas (cf. vv. 9.11). A proximidade do Reino de Deus é sentida, em primeiro lugar, na pessoa de Jesus Cristo, e deve ser prolongada historicamente no anúncio e na ação da Igreja, Corpo de Cristo. Como o discípulo não é maior que o Mestre, os discípulos enviados devem ter presente a possibilidade de hostilidade, resistência e rejeição da missão cristã: “Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos” (v. 3; ver também: vv. 10-11). Mas não se paga o mal com o mal, por isso o discípulo é portador da paz, que é dom do Cristo Ressuscitado: “… dizei primeiro: a paz esteja nesta casa” (v. 5). Na rejeição, sacudir o pó da sandália (v. 11), isto é, não se deixar abater pelo fracasso, pois a segurança e a força vêm do Senhor. “Comer e beber do que tiverem” (vv. 7.8): é preciso viver cada dia, sem se preocupar com o amanhã. É indispensável se prevenir contra a tentação do sucesso: “Não passeis de casa em casa” (v. 7). A missão é urgente, por isso, deve-se fazer escolhas claras (cf. v. 4). A necessidade de ajuda para o exercício da missão será sempre grande, daí ser indispensável pedir àquele que a pode suscitar e oferecer: “Pedi ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para a sua colheita” (v. 2). O sucesso pode ser uma tentação para os discípulos. Sua alegria e recompensa é Deus quem o admite ao seu serviço (cf. v. 20).
Carlos Alberto Contieri, sj

Oração

Espírito de coragem e generosidade, predispõe-me a trabalhar na messe do Senhor, concedendo-me os pré-requisitos necessários para um serviço eficaz.

Leitura

Is 66,10-14c e Gl 6,14-18

Salmo

Aclamai a Deus, terra inteira.
Cantai hinos à gloria do seu nome.
Sl 66(65)

 

  • Leitura Orante

Oração Inicial

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando:
Creio, meu Deus, que estou diante de Ti.
Que me vês e escutas as minhas orações.
Tu és tão grande e tão santo: eu te adoro.
Tu me deste tudo: eu te agradeço.
Foste tão ofendido por mim:
eu te peço perdão de todo o coração.
Tu és tão misericordioso: eu te peço todas as graças
que sabes serem necessárias para mim.

1- Leitura (Verdade)

O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente o texto: Lc 10,1-12.
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Jesus Mestre organiza a equipe de discípulos. Tem objetivo, conteúdo, estratégia e missão claros.
Equipe: setenta e dois discípulos. Setenta (setenta e dois) na tradição judaica significava o número dos povos do mundo. O número de setenta discípulos manifesta o objetivo de Jesus com relação à humanidade inteira. O novo Povo de Deus envolverá todos os povos da terra.
Objetivo: Atenção à vida das pessoas ("cura dos doentes") e anúncio do Reino de Deus.
Conteúdo: preparar a acolhida do Senhor (pré-missão).
Estratégia: oração, despojamento, ir ao encontro, visitar todas as casas, iniciando com saudação de paz. Missão: a "colheita". Ou seja: formar o novo Povo de Deus.

2- Meditação (Caminho)

O que a Palavra diz para mim?
Respondo aos apelos e convites de Jesus Mestre?
Atualizo a Palavra, ligando-a à minha vida. 
Faço parte do Novo Povo de Deus. Sou também convocado/a a ser discípulo/a missionário/a atento/a ao bem das pessoas e ao anúncio do Reino. Qual o meu compromisso com a Igreja? 
Os bispos, em Aparecida disseram: "Jesus saiu ao encontro de pessoas em situações muito diferentes: homens e mulheres, pobres e ricos, judeus e estrangeiros, justos e pecadores... convidando-os a segui-lo. Hoje, continua convidando a encontrar nele o amor do Pai. Por isso mesmo, o discípulo missionário há de ser um homem ou uma mulher que torna visível o amor misericordioso do Pai, especialmente para com os pobres e pecadores." (DAp 147).
Minha fé é dinâmica, comunicativa. Às vezes, tenho minha fé e compromissos adormecidos, sem expressão.

3- Oração (Vida)

O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Em silêncio dou minha resposta de adesão ao Senhor que me convoca e envia e "peço ao dono da plantação que mande mais trabalhadores". E rezo:
Senhor, que a Messe não se perca por falta
de operários. Desperta nossas comunidades
para a Missão. 
Ensina nossa vida a ser serviço.

4- Contemplação (Vida e Missão)

Qual o novo olhar que a Palavra despertou em mim? 
Renovo meu compromisso de ir ao encontro das pessoas para lhes anunciar a paz.

Bênção

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.


Irmã Patrícia Silva, fsp - Portal Paulinas

 

 

 


Sair às periferias


Jesus, com duas imagens audaciosas e surpreendentes, nos dá a conhecer o que Ele pensa e espera de seus seguidores. Não deverão viver pensando sempre em seus próprios interesses, prestígios ou poder. Os seguidores de Jesus, ainda que seja um grupo pequeno em meio ao vasto Império Romano, devem ser o sal que a terra precisa e a luz que mundo necessita. 
“Vós sois o sal da terra”. As pessoas simples da Galiléia captam espontaneamente a linguagem de Jesus. O mundo todo sabe que o sal serve, sobretudo, para dar sabor à comida e para conservar os alimentos, não permitindo que estes se corrompam. Do mesmo modo, os discípulos de Jesus devem contribuir para que as pessoas saboreiem a vida sem cair na corrupção. 
“Vós sois a luz do mundo.” Sem a luz do sol, o mundo fica na escuridão e não podemos nos orientar nem desfrutar da vida em meio às trevas. Os discípulos de Jesus podem a luz que necessitamos para orientar-nos, aprofundar o sentido último da existência e caminhar com esperança. 
As duas metáforas coincidem com algo muito importante. Se permanece ilhada em um recipiente, o sal não serve para nada. Somente quando entra em contato com os alimentos e se dissolve com a comida, pode dar sabor ao que comemos. Se permanece fechada e oculta, a luz não pode iluminar a ninguém. Somente quando está no meio das trevas a luz pode iluminar e orientar. Uma Igreja isolada do mundo não pode ser luz e nem sal. 
O Papa Francisco percebeu que a Igreja vive hoje fechada em si mesma, paralisada por causa de seus medos e demasiadamente distanciada dos problemas e sofrimentos das pessoas. Nesta atitude Ela será incapaz de dar sabor à vida moderna e oferecer a luz genuína do Evangelho de Jesus. Sua reação foi imediata: “temos que sair para as periferias”. E Papa tem insistido mais uma vez: “Não só as periferias das cidades ou do campo, mas sobretudo, as periferias existências”. E alerta aos pastores: “pastores tem carregar em seu corpo o cheiro das ovelhas”. 
Francisco tem insistido muitas vezes: “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida, lameada por sair para as ruas e estradas a uma Igreja que acaba ficando doente por ficar fechada em si mesma e presa em suas comodidades e seguranças próprias. Não quero uma Igreja preocupada por ser o centro e que termina enclausurada em um emaranhado de obsessões e procedimentos internos”. 
A chamada do Papa está dirigida a todos os cristãos: “Não podemos ficar traquilos, esperando passivamente em nossos templos”. “O Evangelho nos convida sempre a correr o risco do encontro com o rosto do outro”. O Papa Bergóglio quer introduzir na Igreja o que ele chama de “a cultura do encontro”. Ele está convencido de que o que Igreja precisa hoje é da capacidade de curar as feridas e aquecer os corações. Sem esta atitude a Igreja será incapaz de ser luz e sal. 
Mateus 5,13-16  

Autor: Pe Enivaldo João de Oliveira .Sch.P 

 

 

Vaticano, 26 Fev. 14 / 12:20 pm (ACI).- Nesta quarta-feira, 26, o Santo Padre continuou sua reflexão sobre os sacramentos, referindo-se agora ao sacramento da Unção dos Enfermos. Em sua alocução depois da oração do Ângelus, o Papa afirmou que nem a doença nem a morte podem separar-nos de Cristo. Ele, como o Bom Samaritano da parábola, estende seus cuidados aos enfermos e confia à Igreja o óleo deste sacramento para os doentes do corpo e atribulados no espírito.

O Papa Francisco usou a parábola do Bom Samaritano, para ilustrar a realidade que a Unção dos Enfermos representa, recordando como este Bom Samaritano cuida de um homem ferido derramando sobre as suas feridas óleo e vinho.

“É o óleo abençoado pelos Bispos a cada ano, na missa do Crisma de Quinta feira Santa, utilizado na Unção dos enfermos. O vinho, por sua vez, é o sinal do amor e da graça de Cristo, que se expressam em toda sua riqueza na vida sacramental da Igreja”, disse o Santo Padre.

Lembrando como o Samaritano confia o doente ao dono de uma pousada, o Papa refletiu:
“Agora, quem é esse pousadeiro?  É à Igreja, à comunidade cristã, somos nós, a quem cotidianamente o Senhor confia os aflitos no corpo e no espírito para que possamos continuar a lhes doar, sem medida, toda a sua misericórdia e salvação”.

Continuando a catequese, Francisco lembrou que também a Carta de São Tiago recomenda que os doentes chamem os presbíteros, para que rezem por eles ungindo-os com o óleo.
“É uma praxe que já se usava no tempo dos Apóstolos”, comentou o Papa.

De fato, Jesus ensinou aos seus discípulos a mesma predileção que Ele tinha pelos doentes e atribulados, difundindo alívio e paz, e lhes transmitiu a capacidade e o dever de continuar a dispor da graça especial deste Sacramento. “No entanto, isto não nos deve levar a uma busca obsessiva do milagre ou à presunção de poder obter sempre a cura”, ponderou.

“Existe uma certa convicção de que chamar o sacerdote dá azar, que é melhor não chamá-lo para não assustar o doente”, disse o Papa, improvisando. “Existe a ideia que depois do sacerdote, vem a agência funerária...”.

“O problema -disse o Papa- é que este Sacramento é pedido cada vez menos, e a razão principal reside no fato que muitas famílias cristãs, devido à cultura e à sensibilidade atuais, consideram o sofrimento e a morte como um tabu, como algo a esconder ou sobre o qual falar o menos possível. É verdade que o sofrimento, o mal e a própria morte continuam sendo um mistério, e diante dele, nos faltam palavras. É o que acontece no rito da Unção, quando de modo sóbrio e respeitoso, o sacerdote impõe as mãos sobre o corpo do doente, sem dizer nada”.

Por isso, diante daqueles que consideram o sofrimento e a morte como um tabu, deixando de se beneficiar com esse Sacramento, é preciso lembrar que “no momento da dor e da doença, devemos saber que não estamos sozinhos. O sacerdote e aqueles que estão presentes representam toda a comunidade cristã, que ao redor do enfermo, alimentam nele e em sua família a fé e a esperança, amparando-os com a oração e o calor fraterno”.

“Na Unção dos enfermos, Jesus nos mostra que pertencemos a Ele e que nem a doença, nem a morte poderão nos separar Dele”, concluiu o Papa.

Na síntese de sua catequese em português o Papa Francisco escreveu:

O sacramento da Unção dos Enfermos fala da compaixão de Deus pelo homem no momento da doença e da velhice. A parábola do "bom samaritano" nos oferece uma imagem desse mistério. O bom samaritano cuida de um homem ferido, derramando sobre as suas feridas óleo e vinho, recordando o óleo dos enfermos. Em seguida, sem olhar a gastos, confia o homem ferido aos cuidados do dono de uma pensão: este representa a Igreja, a quem Jesus confia os atribulados no corpo ou no espírito. Também a Carta de S. Tiago recomenda que os doentes chamem os presbíteros, para que rezem por eles ungindo-os com o óleo. De fato, Jesus ensinou aos seus discípulos a mesma predileção que Ele tinha pelos doentes e atribulados, difundindo alívio e paz. Por isso, diante daqueles que consideram o sofrimento e a morte como um tabu, deixando de se beneficiar com esse sacramento, é preciso lembrar que, na unção dos enfermos, Jesus nos mostra que pertencemos a Ele e que nem a doença, nem a morte, poderá nos separar d’Ele.

Concluindo a audiência geral desta quarta-feira, o Papa também dirigiu algumas palavras aos peregrinos de língua portuguesa presentes na Praça de São Pedro:

Queridos peregrinos de língua portuguesa: sede bem vindos! Em cada um dos sacramentos da Igreja, Jesus está presente e nos faz participar da sua vida e da sua misericórdia. Procurem conhecê-Lo sempre mais, para poderem servi-Lo nos irmãos, especialmente nos doentes. Sobre vós e sobre vossas comunidades, desça a benção do Senhor!

 

 

 

Naquele tempo, um fariseu convidou Jesus para uma refeição em sua casa. Jesus entrou na casa do fariseu e pôs-se à mesa. 
Certa mulher, conhecida na cidade como pecadora, soube que Jesus estava à mesa, na casa do fariseu. Ela trouxe um frasco de alabastro com perfume, e, ficando por detrás, chorava aos pés de Jesus; com as lágrimas começou a banhar-lhe os pés, enxugava-os com os cabelos, cobria-os de beijos e os ungia com perfume.
Vendo isso, o fariseu que o havia convidado ficou pensando: “Se este homem fosse um profeta, saberia que tipo de mulher está tocando nele, pois é uma pecadora”. 
Jesus disse então ao fariseu: “Simão, tenho uma coisa para te dizer”. Simão respondeu: “Fala, Mestre!”
“Certo credor tinha dois devedores; um lhe devia quinhentas moedas de prata, o outro, cinquenta. Como não tivessem com que pagar, o homem perdoou os dois. Qual deles o amará mais?”
Simão respondeu: “Acho que é aquele ao qual perdoou mais”. Jesus lhe disse: “Tu julgaste corretamente”. 
Então Jesus virou-se para a mulher e disse a Simão: “Estás vendo esta mulher? Quando entrei em tua casa, tu não me ofereceste água para lavar os pés; ela, porém, banhou meus pés com lágrimas e enxugou-os com os cabelos. Tu não me deste o beijo de saudação; ela, porém, desde que entrei, não parou de beijar meus pés. Tu não derramaste óleo na minha cabeça; ela, porém, ungiu meus pés com perfume.
Por esta razão, eu te declaro: os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados porque ela mostrou muito amor. Aquele a quem se perdoa pouco, mostra pouco amor”. 
E Jesus disse à mulher: “Teus pecados estão perdoados”.
Então, os convidados começaram a pensar: “Quem é este que até perdoa pecados?”
Mas Jesus disse à mulher: “Tua fé te salvou. Vai em paz!”. Depois disso, Jesus andava por cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa-nova do Reino de Deus. Os doze iam com ele; e também algumas mulheres que haviam sido curadas de maus espíritos e doenças: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios; Joana, mulher de Cuza, alto funcionário de Herodes; Susana, e várias outras mulheres que ajudavam a Jesus e aos discípulos com os bens que possuíam.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
PERDÃO E AMOR ... 
Nesta liturgia do 11º domingo do tempo comum podemos viver a dinâmica do Amor-Perdão!
Neste evangelho, Jesus chama a atenção aos gestos de amor.
Olhemos para os GESTOS DA MULHER do Evangelho de hoje: 
O choro daquela mulher era expressão da sua condição de pecadora arrependida, que naquele momento reconhecia Jesus como o seu salvador ( “ela soube que Jesus estava na casa do fariseu” e foi até Ele ). Seus longos cabelos, que provavelmente eram usados para seduzir os homens, agora enxugavam os pés do Salvador… infelizmente, quando pecamos , restam as marcas, as lembranças, mas não podemos por isso, desistir da vida de conversão, mas sim usar os motivos de quedas como impulso para irmos mais longe e alcançarmos a vitória. Os seus beijos agora serviam para adorar o Senhor e nesta adoração ela encontrava suas delícias… no nosso processo diário de conversão, também deixamos muitas coisas de lado e vamos descobrindo que nosso prazer está nas coisas do Senhor! Naquele perfume (um vaso precioso cheio de perfume) derramado nos pés do Cristo, ela mostra que sua riqueza só tem sentido se for para agradar a Deus e assim também nós, quando nos deixamos guiar pelo amor infinito do Cristo, não servimos mais o Deus dinheiro, mas o nosso Deus de Amor!
Agora olhemos para os GESTOS DO FARISEU: ele convidou Jesus para ir na sua casa… quantas vezes, nós chamamos o Senhor para entrar na nossa casa, mas num ritual simplesmente exterior (farisaico), não nos dobramos realmente a sua presença no meio de nós, reconhecendo realmente quem somos. Em pensamento, o fariseu concluiu que Jesus não era profeta e ao mesmo tempo tratava com desprezo aquela mulher pelos seus atos passados… aquele homem não reconhecia que só de Jesus estar em sua casa, Ele era um Deus de misericórdia, pois todos somos pecadores e não merecemos esta presença tão sublime! Nós em seu lugar, faríamos o que?
E agora o principal, os GESTOS DE JESUS: Jesus entrou na casa daquele homem e sentou-se a mesa com ele e seus amigos, ou seja, Ele se importou com aquele homem, como se importa conosco, como quer fazer parte da nossa vida e quer partilhar conosco seu amor, seu perdão, sua palavra, seu corpo, sangue, alma e divindade. Depois Jesus dirige a palavra a Simão, a pedagogia do Cristo é realmente encantadora… Ele poderia ter passado o dia inteiro explicando para o fariseu sua misericórdia, o seu amor, mas Ele usou algo da vida quotidiana, que o fariseu entendia bem (tanto que deu um reposta correta), para evangelizar aquele homem. E por fim, Jesus dirige a palavra aquela mulher… palavras de perdão, palavras de Amor… Jesus acolhe aquela mulher que tanto amor demonstrou por Ele… e lhe apresenta um caminho de paz, no qual ela poderá percorrer livre a partir de agora.
Que nossos gestos também exprimam nosso Amor sempre fiel a Jesus e as suas coisas… que decidindo pelos caminhos do Senhor, saiamos da hipocrisia, reconheçamos quem somos (ao invés de julgar os outros), que perdoemos uns aos outros, que nos humilhemos de todo coração e rendamos graças ao Senhor! E que assim possamos receber todos os dias Jesus em nossa casa, com seu Amor e Perdão!!!!
 
POR MPGPADRE

       1 – "Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora".

       Na semana em que celebrámos a eternidade, na solenidade de Todos os Santos e na evocação dos fiéis defuntos, e quando nos aproximamos do final do ano litúrgico, a Palavra de Deus interpela-nos para a vivência do tempo presente, como resposta vivida e antecipada perante o desenlace certo da nossa existência na história e no tempo.

       Sabemos que a nossa permanência na terra não é para sempre, tal como nos conhecemos, de carne e osso, alma e corpo. Há-de chegar um dia, que não sabemos quando será, em que terminará a nossa caminhada. Nesse sentido, temos várias escolhas, tais como cruzar os braços e esperar que cheguem ao fim os nossos dias, viver com amargura por sabermos que a nossa vida é efémera e que não podemos fazer nada para alterar esse facto, deixar que outros decidam por nós a vida que nos foi dada por amor, lamentar-nos pelos momentos de fragilidade, na doença, na solidão, na morte de familiares, amigos e vizinhos e pelas contrariedades quotidianas, ou viver com garra, comprometidos em dar o nosso melhor para tornar o mundo à nossa volta mais habitável, mais justo, mais fraterno, conscientes que não estamos dispensados do sofrimento e da própria morte.

       A comemoração dos fiéis defuntos coloca-nos numa atitude de gratidão por tudo o que os antepassados nos legaram. Agora é a nossa vez e o tempo de fazermos alguma coisa pelos outros e pelo mundo que habitamos, para o deixarmos a outros melhor do que o encontramos. É o nosso compromisso, a nossa sina, se queremos dar sentido à nossa vida terrena.

       Do mesmo modo, a celebração dos SANTOS nos recorda que muitos homens e mulheres, de todas as raças, cores e feitios, tornaram úteis as suas vidas e fizeram com que as qualidades pessoais estivessem ao serviço dos outros, na promoção da paz, da justiça, do bem pessoal, familiar e social. Eles cumpriram. Viveram não apenas para si mesmos, mas no serviço caritativo aos demais. Foram rosto de Deus para os irmãos. Agora está nas nossas mãos.

 

       2 – Jesus conta-nos mais uma parábola sobre o reino de Deus, mas desta feita sobre a hora em que estaremos na presença de Deus, na passagem deste mundo para a eternidade. 10 virgens, cinco sensatas e cinco imprudentes. Quem vai para o mar prepara-se em terra. Depois não há nada a fazer. Não se pode voltar para trás, o barco segue o seu rumo, também a vida segue connosco ou sem nós, nem abandonar o barco, seria desistir de nós e comprometer a viagem dos outros, somos sempre co-responsáveis uns pelos outros.

       Cinco virgens preparam-se para serem recebidas pelo noivo, as outras cinco deixam-se dormir. Quando se aproxima a hora dão-se conta que não têm azeite para manter acesas as suas lâmpadas. Que fazer? Ir à procura de azeite? E por que não pedir às outras cinco virgens? Mas depois nem umas nem outras terão azeite suficiente! Pelo menos cinco ficam garantidas. Vão então à procura de azeite, mas quando regressam a porta já está fechada.

       Voltemos à história do mar. Imaginando 10 tripulantes que deveriam levar alimento para todos os dias da viagem, mas cinco esqueceram-se de levar a sua parte, ou por pensarem que o dos outros chagava, ou que iriam encontrar alimento alternativo. Que fazer? Os cinco que se prepararam em terra dividem, correndo o risco de morrerem todos à fome uma vez que, dividindo, o alimento só dá para meia viagem?!

       A questão colocada na parábola é pertinente e obriga-nos a pensar a nossa vida a partir do fim, a partir do cemitério, a partir da eternidade. Quando morrermos, já nada poderemos fazer, a não ser confiar na misericórdia de Deus. Porquanto, com mais ou menos talentos, com mais ou menos contrariedades, ainda podemos fazer algo por nós, pelos outros, pelo mundo em que vivemos e pelo qual também somos responsáveis. Podemos lamentar-nos. Ou podemos fazer (ou pelo menos tentar) a nossa parte, fazendo o que está ao nosso alcance, deixando que Deus opere em nós, abrindo-nos à Sua graça e à Sua força, movendo-nos para que os nossos braços, a nossa voz, os nossos passos, possam prestar-se a realizar a vontade de Deus, o que Lhe é agradável: nossa e a felicidade dos outros, vivendo na caridade.

 

       3 – Nesta lógica, o Apóstolo São Paulo, acalenta a nossa esperança: "Se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, do mesmo modo, Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido... Consolai-vos uns aos outros com estas palavras". A morte e a ressurreição de Jesus antecipa o que sucederá connosco.

       A morte temo-la como certa, só não sabemos nem o dia nem a hora. A ressurreição é uma garantida da nossa fé em Jesus e da fé na eternidade e no próprio Deus. Não adiantaria de muito ter um Deus que não assegurasse o nosso futuro, preservando a nossa identidade e a nossa memória. Com a morte perder-nos-íamos para sempre. De pouco teria valido, nesse caso, fazermos algo de bom, pois seria esquecido, ainda que tivesse tido a dita de nos fazer sentir bem connosco.

       A esperança na ressurreição dos mortos, seguindo a Ressurreição de Jesus Cristo, exige que vivamos n'Ele, para que Ele, que nos atrai de junto de Deu, nos leve (e eleve) para Deus. Consolamo-nos com estas palavras, para estarmos vigilantes e vivermos procurando imitá-l'O no perdão e na caridade.

       Com este propósito, procuremos a sabedoria que nos vem do alto: "a Sabedoria é luminosa e o seu brilho é inalterável; deixa-se ver facilmente àqueles que a amam e faz-se encontrar aos que a procuram", para que os nossos caminhos não se afastem do d'Ele, Senhor nosso Deus.

 

 

     .

 

  

Joio e trigo: sementes do coração humano

Sob a forma de uma parábola, Jesus Cristo nos fala sobre o joio e o trigo.  O primeiro, a semente ruim; o outro, a boa semente.  Por serem parecidas, acabam sendo lançadas juntas no mesmo campo.  E juntas acabam por crescer.  O joio, porém, é uma planta que sufoca as que crescem perto dela, impedindo seu desenvolvimento.  O trigo, por sua vez, é a semente que vai gerar o pão que alimenta corpo e alma.  Se o joio não for arrancado a tempo poderá estragar toda uma plantação.  Mais: muitas vezes é necessário que cresça junto com o trigo, pois o ato de arrancá-lo pode comprometer também a boa planta.  Na colheita é necessário separá-los e lançar fora o joio que de nada serve para o homem e preservar o trigo que se tornará alimento.

Jesus nos conta essa parábola para comparar com as características de ambas as plantas a natureza humana. Trazemos dentro de nós a boa e a má semente; a bondade e a maldade; o divino e o pecado.  Muitas vezes fazemos papel de joio, sufocando aqueles que nos cercam, sem entender-lhes as razões, embotados que ficamos em nosso próprio egoísmo.  Muitas vezes somos trigo, alimentando nosso irmão com ações concretas de ajuda ou com nossas orações ou, ainda, apoio moral e afetivo.

Como joio precisamos também ser lançados fora para que não prejudiquemos nossos semelhantes.  É isso que Jesus vai explicar ao final de sua parábola que não poderemos ser salvos se vivermos uma vida em que nossa porção joio seja a que mais aparece.  Ao contrário, precisamos conviver com este mal que existe em nós e aprender os caminhos por onde ele aparece.  E, assim, quando chegar a época de crescer junto com o trigo, poder conhecer-lhe os movimentos e ter a precaução de não deixar o mal tomar conta de nosso coração.  Então, quando chegar a época da colheita poderemos ver que nossas boas ações suplantaram as más e que o divino é o que brilha em nossas atitudes.

Joio e trigo sementes que crescem juntas no coração humano!  Sementes que não podem, porém, ser misturadas sob pena de uma sufocar a outra e, pior, a ruim sufocar a boa.  É preciso, por isso, uma constante vigilância, uma permanente escuta e leitura de nossa vida para perceber qual a semente que mais cresce em nós.  É fundamental, por fim, a oração, via por onde Deus nos fala e nos aponta caminhos para descobrir as condições ideais para crescimento da boa semente, afastando com sua mão poderosa o temido joio.  Possamos, pois, produzir constantes frutos bons, alimentando os outros e semeando boas sementes.

Texto para reflexão: Mt 13, 24-43 Autor: Gilda Carvalho

 

 

 

                         O sacramento da reconciliação

 O Sacramento da Reconciliação nem sempre é bem compreendido, nos dias de hoje. A primeira distorção a ser corrigida é a concepção de um ritual predominantemente marcado pela tristeza, advinda de certa humilhação mórbida e penitencial. Pelo contrário, Reconciliação é sempre fonte de paz e de alegria.

 Embora todos os Sacramentos tenham sua origem na Páscoa de Cristo, o Sacramento da Penitência configura-se a um “sopro de Ressurreição” que Jesus infundiu aos Apóstolos, ao instituí-lo na tarde daquele mesmo dia: “’A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, também eu vos envio’. Dizendo isso, soprou sobre eles e lhes disse: ‘Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; aqueles aos quais os retiverdes, ser-lhes-ão retidos’” (Jo 20,21-23).

 Estas palavras de Cristo, no dia em que abandona o túmulo, mostram bem a tonalidade vivificante do Sacramento da Reconciliação. Originada na miséria do pecado e na tristeza de nossa fragilidade, germina como primeiro fruto da Redenção do Senhor, transformando-se em um culto de louvor ao próprio Deus. Depois de tudo o que padeceu, e dos seus méritos infinitos, obtidos em nosso favor, Cristo nos oferece a eliminação do pecado e de todo mal moral que assola o homem. Daí ressaltam a paz e a alegria que inundam todo o ambiente pascal. É o Espírito Santo, o próprio amor do Pai e do Filho, que brota da Trindade, atuando para eliminar tudo o que se lhe opõe, que é exatamente o pecado.

 Evidentemente, o tema da Reconciliação envolve a tristeza do pecado, que, na concepção mais antiga da Bíblia, significa errar o alvo, desviar do objetivo. O objetivo não é material, mas transcendente: o caminho reto que leva aos braços do Pai, pelo Cristo, no amor do Espírito Santo. A conversão será sempre voltar a este caminho, direção originária de nossa vida, para o encontro com o Deus da misericórdia.

 O pecado assemelha-se a um roubo: subtrair a propriedade de alguém e assenhorear-se de algo que não lhe pertence. Somos criaturas de Deus, exclusivamente feitas para Ele, e para gozarmos n’Ele a felicidade. O sinal permanente disto é a unção batismal, pela qual nós nos tornamos propriedade exclusiva de Deus. Como Senhor da nossa vida, todos os nossos atos devem ser direcionados para Ele. Quando nos arvoramos em nossos próprios donos absolutos, profanamos a dignidade do nosso ser, que deveria estar submisso a Deus.

 O pecado tem, ainda, uma conotação diabólica. Diá + ballo significa separar. Deus nos ama sempre com amor infinito, que, ao mesmo tempo, se dirige a cada pessoa em particular. O que faz o pecado? Erige uma barreira, que nos afasta de Deus, impedindo que seu amor nos atinja. Temos um exemplo disto na história do filho pródigo, que se afastou da casa paterna, decaindo a ponto de invejar o alimento dos porcos (cf. Lc 15,11ss). Essa é a situação miserável do pecador.

 Uma outra objeção comum ao sacramento é a alegação de que, pouco tempo após se obter o perdão, acaba-se caindo nas mesmas faltas. Entretanto, se alguém está tão fraco, apesar de buscar a graça do Sacramento, o que seria dele se não o fizesse? Mediante a perspectiva de reincidência de uma doença, se desistíssemos de ir ao médico e de tomar os medicamentos prescritos, acabaríamos morrendo. Assim como o banho é exigência permanente para nossa higiene corporal, e a visita ao médico é imprescindível à nossa saúde, o Sacramento da Reconciliação, verdadeiro lavacro que purifica a alma, nos preserva da morte espiritual. Que seria de nós sem o poder de Deus que nos transforma e nos fortalece no combate contra a tentação?

 Atitude fundamental para receber o Sacramento da Reconciliação é a humildade, da qual encontramos diversos exemplos na Sagrada Escritura. Davi, recriminado pelo profeta, confessou: “Pequei contra Iahweh!” (2 Sm 12,13). “Tem piedade de mim, ó Deus, por teu amor! Apaga minhas transgressões, por tua grande compaixão! Lava-me inteiro da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado! Pois reconheço minhas transgressões e diante de mim está sempre meu pecado; pequei contra ti, contra ti somente, pratiquei o que é mau aos teus olhos” (Sl 50 [51],3-6).

 Zaqueu, homem rico e de posição social elevada, teve a humildade de subir numa árvore para ver Jesus passar (cf. Lc 19,2-10). Quem de nós teria essa coragem? O publicano no templo, “mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos para o céu, mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim, pecador!’” (Lc 18,13). Ou, ainda, Pedro: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador” (Lc 5,8). São Dimas, que nós chamamos de “bom ladrão”, porque se converteu à última hora, reconheceu: “Quanto a nós, é de justiça; estamos pagando por nossos atos; mas ele não fez nenhum mal” (Lc 23,41).

 Muitos são os motivos que temos para pedir perdão a Deus, mas só podemos fazê-lo porque temos fé. Este dom, que o próprio Deus nos concedeu, leva-nos a reconhecer sua divindade, cuja glória queremos restituir ao nosso próprio ser, restaurando em nós o brilho da sua Beleza, a magnificência da mais elevada obra do Criador: o ser humano. 
Pela fé, ousamos aproximar-nos de Deus, tocando sua misericórdia bem de perto, pois só Ele nos pode perdoar. Aí se aplicam, de modo quase palpável, os frutos da Redenção. Todo aquele sangue vertido, desde o Horto das Oliveiras, até às últimas gotas que saíram do Coração transpassado, é derramado sobre as sombras e a miséria do pecado. E assim se transforma e se purifica completamente o ser humano.

 Nosso encontro com Jesus Salvador, na Reconciliação, é um momento todo especial. Vamos a Ele doentes psicológica, corporal e, até, espiritualmente. Jesus é o divino Médico: “Os sãos não têm necessidade de médico e sim os doentes; não vim chamar os justos, mas sim os pecadores, ao arrependimento” (Lc 5,31). Ovelhas tresmalhadas, perdidas nas colinas da vida, aparentemente tão distantes de Deus, Ele nos busca como Bom Pastor, pois nada está longe da sua misericórdia (cf. Lc 15,4-7).

 Este se torna, então, um encontro com o grande Amigo, Jesus Cristo: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz; mas vos chamo amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu vos dei a conhecer” (Jo 15,15). Ele manifestou esta amizade no momento da instituição da Eucaristia e, definitivamente, no alto da cruz. É esta relação de amizade que nós buscamos reatar no Sacramento da Reconciliação.
A vida é um caminhar, ao longo do qual, necessariamente, nos sujamos. Andamos por estradas poeirentas, caímos em poças de lama, realidades ignóbeis, que nos levam, em fim de contas, à miséria. Nossa veste batismal fica conspurcada pelo contato com tantas ocorrências negativas.

 Por isso, é que tanto precisamos desse encontro com Cristo que, pela Reconciliação, nos faz lavar as nossas vestes originais.  Profetizando sobre as fontes da salvação, Isaías diz que nós nos acercamos de uma torrente, da qual sorvemos a água que nos purifica e mata a sede (cf. Is 12,3). E nós devemos espargi-la, também, sobre o ambiente e as pessoas que nos cercam, a comunidade à qual pertencemos, e os lugares por onde estivermos. A graça de Deus tem o poder de destruir o que há de sombrio em nossa vida, iluminando tudo pelo seu amor. Esta é a beleza do ato da Reconciliação.   

D. EUSD. EUSÉBIO SCHEIDD. 

 

 

A luta contra o mal | Frei Raniero Cantalamessa

Acção carismática do Espírito Santo | Frei Raniero Cantalamessa

Espírito Santo Paráclito | Frei Raniero Cantalamessa

FAMÍLIA, FILHOS E DROGAS

 

 

Ir. Kelly Patrícia - Tarde te amei

 

 

 
ESTAR À VONTADE COM DEUS


  A cena é cativante. Cansado do caminho, Jesus senta-se junto ao poço de Jacó. De imediato chega uma mulher para buscar água. Ela faz parte de uma população considerada pagã e rejeitada pelos judeus. Com toda espontaneidade Jesus inicia um diálogo com ela. Jesus não sabe olhar para ninguém com desprezo, mas sim com uma grande ternura. Jesus inicia fazendo um pedido: “Mulher, dá-me de beber”. 
 A mulher fica surpreendida. Como se atreve falar com uma samaritana? Como se rebaixa a falar com uma mulher e ainda samaritana “adúltera”? Porém, as palavras de Jesus a surpreende ainda mais: “Se conhecesse o poder de Deus e quem lhe está pedindo de beber, é você quem pedirias de beber e Ele lhe daria da água da vida”. 
São muitas as pessoas que ao longo da vida foram se afastando de Deus sem ao menos tomar consciência do que realmente estava acontecendo em sua vida, em seu interior. Hoje, Deus até parece ser um “ser estranho” em sua vida. Tudo que está relacionado com Ele parece vazio e sem sentido. Um mundo infantil e cada vez mais distante do seu verdadeiro ser. 
Podemos compreender essas pessoas em suas realidades. Sabemos o que podem sentir e viver. Eu também fui me distanciando, pouco a pouco, daquele Deus da minha infância que despertava dentro de mim tantos medos. Isso vinha de avós, pais e catequistas. O que é ainda pior. Provavelmente, sem Jesus nunca teria encontrado com um Deus que hoje é para mim um grande mistério de bondade. Uma presença amorosa, acolhedora, misericordiosa... Um Deus que em sua essência é amor. Assim sendo não quer, não sabe e não pode fazer outra coisa a não ser amar. É este o Deus de Jesus Cristo. É esse o Deus que nós precisamos anunciar e levar as pessoas a fazer d’Ele essa experiência. Deus é amor e, sendo amor, somente pode amar.
Nunca me preocupei de verificar minha fé com provas científicas. Disso já se ocuparam muitas pessoas de grande intelectualidade como Santo Tomaz de Aquino, Descartes... sem sucessos. Creio que é um equívoco tratar o mistério de Deus como se fosse um objeto de laboratório. Também os dogmas religiosos não têm ajudado tanto a encontrar-me com esse Deus. Eles falam dos mistérios da fé, mas não expressam o Mistério. Humildemente vou me deixando conduzir por uma confiança em Jesus. E essa confiança me faz viver desde a experiência se sentir amado e cuidado por Deus. 
 Não saberia dizer com exatidão, como a minha fé se sustenta em meio a esta forte crise religiosa que sacode a muitos de nós. Mas sei afirmar que Jesus me atrai a viver minha fé em Deus de maneira simples e humilde desde o mais profundo do meu ser. Se eu me coloco a escutar, Deus não se cala e me fala ao coração. Se eu me abro, Deus não se fecha em Si e vem a mim. Se me entrego, Deus me sustenta. Se eu caio, Deus me levanta. Se eu me afundo, Deus me resgata. 
 Creio que a experiência primeira e mais importante é estar “à vontade” com Deus. Sentir prazer em falar com Ele. Ter a alegria de sentar com Ele na beira do poço porque o percebo como una “presença salvadora”. Quando uma pessoa sabe o que é viver de forma agradável com Deus, também sabe que a pesar de sua mediocridade, dos seus erros e egoísmos, Ele o acolhe exatamente como o e o impulsiona a enfrentar a vida com paz e serenidade. Se assim vivermos, dificilmente abandonaremos a fé. Muitas pessoas abandonam a Deus sem antes conhecê-lo. Se o conhecessem e fizessem uma experiência d’Ele, como o fez a samaritana contagiada por Jesus, o buscaria sempre mais e jamais o abandonaria. 
 Somos convocados a corrigir ou a construir uma nova imagem de Deus a partir da experiência reveladora de Deus. Precisamos nos abrir a essa mudança como a mulher samaritana e sair propagando um Deus próximo que desce a nossa realidade e nos acolhe tal como eu somos. Não nos condena. Simplesmente nos ama.

 Autor: Pe Enivaldo João de Oliveira - S.ch.P
 

    Jesus, como Elias e Eliseu, não é enviado só aos judeus - 

Jesus, como Elias e Eliseu, não é enviado só aos judeus.
Este Evangelho narra a expulsão de Jesus da sua cidade, Nazaré. Isso porque ele desagradou os ouvintes na sinagoga, dizendo que Deus quer bem aos pagãos como aos judeus, igualmente.
O povo de Israel, por ter sido escolhido por Deus para dele nascer o Messias, julgava ser um povo mais querido de Deus do que os demais povos. Mas a eleição foi provisória; depois que Jesus nasceu, acabou a história de povo eleito. Deus ama a todos os povos igualmente e não há nenhum povo superior a outro.
Jesus mostra que os profetas enviados por Deus, não privilegiavam o povo de Israel, mas tratavam a todos os povos igualmente. E cita o exemplo de Elias, ajudando uma viúva estrangeira, e de Eliseu, curando o leproso Naamã, sendo que havia muitas viúvas e muitos leprosos em Israel, e nenhum foi agraciado.
Essas citações, apesar de serem fatos bíblicos, irritaram os ouvintes, que expulsaram Jesus da sua própria cidade natal e quase o mataram. Só não o fizeram porque Jesus se mostrou com uma força especial.
Jesus veio ao mundo para salvar a todos os povos. Deus ama a todos igualmente, como seus filhos e filhas. “Não se faz mais distinção entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro, cita, escravo, livre, porque agora o que conta é Cristo, que é tudo e está em todos” (Cl 3,11).
“Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria.” O que fizeram com Jesus confirmou essa sua afirmação. E é para nós um alerta: será que acolhemos bem o trabalho pastoral e missionário dos líderes cristãos da nossa cidade ou bairro?
Esta rejeição de Jesus, no comecinho de sua vida pública, prenuncia a sua sorte como profeta no meio do seu povo: incompreendido, perseguido, morto. Entretanto, seu Evangelho ultrapassou as fronteiras do seu país e chega a todos os cantos da terra.
Também nós somos chamados a dar testemunho no meio em que vivemos. O dom profético não é monopólio dos padres, bispos, diáconos e religiosos. Esse dom é exercido de diversas formas, de acordo com o carisma de cada um. “A cada um é dada a manifestação do Espírito, em vista do bem de todos. A um é dada pelo Espírito a palavra da sabedoria, a outro a palavra do conhecimento, a outro a fé... a outro a profecia” (1Cor 12,7-10).
O importante é não deixar apagar o Espírito de Jesus em nós e na nossa Comunidade. Para isso temos de nos comprometer, especialmente em favor dos mais pobres, como o próprio Jesus havia dito um pouco antes, no seu discurso em Nazaré (Lc 4,18ss).
A grande sociedade costuma associar a violência à favela e à pobreza, o que não é verdade. Os chefes do crime organizado não são pobres nem moram em favelas. Devido a esse preconceito, milhares de moradores de certos bairros das grandes cidades sequer ousam apresentar o próprio endereço quando encaminham currículos com a finalidade de obter um emprego. O simples fato de morar em certas regiões já é suficiente para estigmatizá-los, como se fossem todos delinqüentes. Isso é um pecado!
Havia, certa vez, um senhor pai de família, que morava na roça e era muito religioso. Ele rezava o terço todos os dias à noite, com a família. No domingo, a família toda ia à Missa, caminhando a pé, numa distância de vinte e quatro quilômetros. Uma filha, deste os oito anos de idade, acompanhava o pai em tudo.
Um dia este senhor adoeceu. Ficou três anos na cama, sofrendo dores horríveis, mas nunca reclamou. Quando alguém o visitava, ele dizia que estava bem e feliz. Quando ficou inconsciente, só rezava o tempo todo.
Seis anos após o falecimento do pai, a menina, agora moça, foi fazer tratamento médico numa cidade grande, onde ficou hospedada na casa de uma família de parentes, durante alguns meses.
As famílias católicas vizinhas, ao saberem do seu trabalho de líder cristã, começaram a convidá-la para rezar o terço em suas casas e ela sempre aceitava o convite com prazer.
Ela ouviu vários comentários negativos a respeito de uma vizinha que morava sozinha. As pessoas diziam à moça: “Naquela casa ali mora uma mulher que não presta!” Entretanto, a jovem, na sua prática pastoral, não deu muita importância aos comentários, e procurou aproximar-se da tal “mulher que não presta”.
De início, aproveitava os momentos em que ela saía de casa, para conversar. Dias depois, foi convidada pela mulher para ir à sua casa. A jovem ouvia mais do que falava, porque percebia que a senhora sentia necessidade de falar e de se abrir com alguém.
Resultado: as duas ficaram amigas. A mulher começou a participar dos terços, e acabou nos vizinhos aquele estigma de “mulher que não presta”.
Depois que a jovem voltou para a roça, ficou sabendo que aquela mulher se transformou. Não era mais aquela pessoa fechada, mas comunicativa e alegre.
Seguindo os passos de Jesus, todos nós somos chamados a ser profetas, continuando o trabalho dele e dando testemunho, no lugar onde vivemos.
Maria Santíssima é a Rainha dos Profetas. Que ela nos ajude a dar testemunho do seu Filho, no meio em que vivemos.
Jesus, como Elias e Eliseu, não é enviado só aos judeus.

Autor:Pe. Antônio Queiroz CSsR

 



 ACOLHER OS EXCLUÍDOS DA RELIGIÃO OFICIAL

É cego de nascença. Nem ele, nem seus pais têm culpa alguma, mas o seu destino ficará marcado para sempre. As pessoas olham-no como um pecador castigado por Deus. Os discípulos de Jesus lhe perguntam se o pecado é do cego ou de seus pais. Mas Jesus o olha de maneira diferente. Desde que o viu, Jesus somente pensa em resgatá-lo daquela vida desgraçada, de mendigo e de rejeitado por todos como pecador. Jesus se sente chamado por Deus para defender, acolher e curar precisamente aos que vivem excluídos e humilhados. A missão de Jesus é revelar o amor e o sublime cuidado de Deus para com a vida: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”. (Jo 10,10). Não é qualquer vida. É vida com abundância e dignidade. 
Depois da cura trabalhosa, na qual o próprio teve que colaborar com Jesus, o cego descobre a luz pela primeira vez. O encontro com Jesus mudou a sua vida. Por fim, poderá desfrutar de uma vida digna, sem medo de passar vergonha diante das pessoas. 
A hierarquia religiosa comete um tremendo erro. Os dirigentes da religião sentem-se obrigados a controlar a pureza religiosa. Eles têm a pretensão de saber quem não é pecador e quem está em pecado. São eles que decidem quem pode ser aceito na comunidade religiosa. 
O mendigo curado confessa abertamente que foi Jesus quem o tocou e o curou, mas os fariseus o rejeita irritadamente: “Nós sabemos que este homem é um pecador”. O ex-cego, porém, insiste em defender a Jesus: “é um Profeta, vem de Deus”. Isso provoca ainda mais a ira dos fariseus: “Tu nascestes todo em pecado e estás nos ensinado? E expulsaram-no da comunidade .” 
O evangelista diz que “quando Jesus ouviu que o haviam expulsado, foi ao encontro dele”. Jesus mantém com ele um breve diálogo. Simplesmente pergunta se ele crê no Messias, o Filho do Homem. O expulso diz: “Quem é ele Senhor, para que eu creia nele?” Jesus o responde até meio comovido: “Tu o estás vendo; é aquele que está falando contigo”. E o mendigo não titubeia e contesta com firmeza: “Eu creio Senhor!”. E se prostra em adoração. 
Assim é Jesus. Ele sempre vem ao encontro daqueles que não são acolhidos oficialmente pela religião. Não abandona a quem o busca e o ama, ainda que seja excluído da comunidade e instituição religiosas. Os que não têm lugar em nossas igrejas tem lugar privilegiado no coração de Jesus. Os que são rejeitados em nome da fé em Deus são acolhidos pelo próprio Deus. Para Jesus não há pecado ou limite humano que possa separar a pessoa de ser amada por Deus. Precisamos aprender a deixar Deus a ser Deus. 
Quem leva hoje esta mensagem de Jesus a esses excluídos rejeitados pela sociedade e pelos dirigentes religiosos surdos e cegos? Quem vai ao encontro dos que não podem comungar em paz, em nossas Eucaristias? Quem se aproxima dos que se veem obrigados a viver a sua fé em Jesus no silêncio do seu coração, quase de maneira secreta ou clandestina? Amigos e amigas, não nos esqueçamos: quando nós cristãos os rejeitamos, Jesus está convidando-os, acolhendo-os, amando-os.

Autor: Pe Enivaldo João de Oliveira - S.ch.P

 

 

A pequena moeda 

Dentro de um antigo baú empoeirado se encontrava, entre algumas bugigangas, uma pequena moeda. Estava escurecida e desgastada pelo tempo e tudo indicava que havia sido muito manuseada. Contudo, nada era sabido sobre o seu valor e há muito já fora esquecida.
Um dia, porém, o baú foi aberto e, após ser vasculhado, ela foi encontrada. O homem que a descobriu levou-a primeiramente a um economista para que fosse examinada. Este, ao ver a moeda, negligenciou-a. Afirmou a sua antiguidade, mas desprezou o seu valor.
Não conformado com a avaliação feita, o dono da moeda se dirigiu a um conhecido especialista em raridades. Ao apresentá-la, pôde perceber de imediato, nas feições do homem, um certo ar de interesse e curiosidade. Da moeda foi retirada toda a escória e o seu brilho ressurgiu. Após uma detida análise, o especialista voltou-se para ele e declarou ser ele possuidor de uma peça de imenso valor, uma rara moeda de ouro, na verdade, um exemplar único.
Em muitas ocasiões, as pessoas são negligenciadas e desprezadas pelo juízo dos outros. Ouvem palavras severas que as reduzem à insignificância. Porém, o grande problema em tudo isso é que baseiam as suas vidas nestas avaliações e vivem desconsiderando a sua real importância.
Para que se possa tomar consciência do próprio valor é preciso que o indivíduo recorra a um especialista em raridades. Deus é este especialista em raridades. Ele pode retirar toda a escória, resgatar e declarar a real significância do ser humano. Ele faz ressurgir o brilho esquecido pelas estações do tempo que foram vividas no pecado.
Coloque-se diante do Senhor, deixe que Ele dissipe todo o resíduo que o impede de brilhar. Permita que Ele resgate o seu valor através de Jesus Cristo.

Roberto Montechiari Werneck

 

CONVITES DE JESUS



O evangelista Mateus recolhe três convites de Jesus que todos os seus seguidores precisam escutar com atenção, pois eles podem transformar o clima de desalento, cansaço e desmotivação que existem em alguns setores das nossas comunidades.
“Vem para mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu lhes darei descanso”. É o primeiro chamado. E está dirigido a todos os que vivem a sua religião como uma carga pesada. Não são poucos os cristãos que vivem atormentados pela sua consciência. A grande maioria deles não são grande pecadores. São pessoas humildes simples que foram educadas para ter sempre presente o seu pecado e não conhecem a alegria do perdão contínuo de Deus. Jesus os convida para um encontro pessoal com ele e a se sentirem aliviados. Também há cristãos cansados de viver a sua religião como uma tradição desgastada. Se estes, se encontrarem com Jesus, também aprenderão a viver com Deus em alegria. Descobrirão uma alegria interior que ainda não conhecem. Seguirão a Jesus não por obrigação, mas por gosto e atração. 
“Carreguem a minha carga, pois a minha carga é suave e o meu jugo é leve”. É o segundo convite. Jesus não sobrecarrega a ninguém. Ao contrário, liberta o que há de melhor em nós, pois nos propões viver uma vida mais humana, digna e sadia. Não é fácil encontrar uma maneira mais apaixonante de viver do que a que Jesus propõe. Jesus nos tira os medos e as opressões. Não nos coloca nenhum fardo. Faz crescer a nossa liberdade e não a nossa servidão; desperta em nós a confiança e nunca a tristeza; atrai-nos para o amor e não para as leis e os preceitos. Convida-nos a viver fazendo o bem. 
“Aprendam de mim por que sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas vidas. É o terceiro convite. Devemos aprender com Jesus a viver como ele. Jesus não complica a nossa vida. Pelo contrário, ele a torna mais leve e mais simples; mais humilde e mais sadia. Ele nos oferece descanso. Nunca propõe aos seus seguidores algo que ele não tenha vivido. Ele nos convida a segui-lo pelo mesmo caminho que ele percorreu. Por isso pode entender as nossas dificuldades e nossos esforços; pode perdoar as nossas torpezas e erros, ajudando-nos sempre a levantar-nos. 
Precisamos centrar os nossos esforços em promover um contato mais vital com Jesus em tantas mulheres e homens necessitados de alento, descanso e paz. Entristece-nos ver que é precisamente as maneiras equivocadas de ver e entender a religião que conduz a tanta gente a não fazer uma experiência fundante de Jesus. Poderíamos levantar aqui, algumas hipóteses que tenham levado a tantas pessoas a pensarem equivocadamente a região e a rejeitar. Mas não vem ao caso agora. Simplesmente quero deixar o convite: faça a experiência de aceitar os três convites feitos por Jesus no Evangelho de hoje e verás a grandeza de seu amor. Este convite não está direcionado somente aos que estão fora da Igreja, mas aos que estamos dentro também. Lamentavelmente são muitas pessoas, dentro e fora da Igreja, que vivem perdidos, sem saber em que porta bater

Por: Pe. Enivaldo João de Oliveira

A família de Jesus (Mt 12,46-50) (21/11/09)

                Jesus não excluiu sua família, nem muito menos foi grosseiro com a sua mãe.  O que Ele quis nos dizer, é que todos aqueles que fazem a vontade do Pai, aqueles que seguem seus ensinamentos, são pertencentes a grande família universal de cristãos. Aqueles que seguem ou tentam seguir a Jesus.

        Esta é a explicação ou definição de família cristã, explicada pelo próprio Jesus Cristo. É a definição da verdadeira família de Jesus como os que fazem a vontade de Deus. O relato de Mateus não contém nenhuma crítica explícita aos parentes de Jesus; eles servem apenas de realce para enfatizar o ponto prin­cipal: os que obedecem a Deus constituem a verda­deira família de Jesus. Em uma sociedade que atri­buía valor muito alto a laços de sangue, o ensina­mento de que os discípulos de Jesus formavam uma família espiritual era bastante desafiador.

        E nós fazemos parte dessa imensa família universal indiferente de raça nação ou país, formamos a grande família de Jesus pelo mundo inteiro. E como participantes desta santa e sagrada família, temos de evangelizar muito com o nosso bom exemplo. Ensinar com o nosso exemplo, como é ser da família de Cristo. Amando-nos, ajudando-nos compreendendo-nos, perdoando-nos, rezando em comunidade, nos unindo para ajudar e converter os que não pertencem à nossa família, atraindo-nos para o nosso meio, etc.

        Essa  família divina não está  fundamentada  em nascimento, raça ou tradição, mas a sua razão de ser é a fé em um só Deus todo poderoso Criador do Céu e da Terra, e esta fé que une a nós todos nos conduz a fazer a vontade do Pai.

         E é bom não esquecer aqui que fazer a vontade do Pai, é acima de tudo uma coisa prática. É acima de tudo, praticar a caridade. Em outras palavras, é amar a Deus e ao irmão, que é o resumo da vontade do Pai.

        É esta a prática a ser assimilada por todos nós na nossa convivência, nessa grande família, nessa grande comunidade cristã mundial, a verdadeira família de Jesus.

Autor: Sal.


O Pai misericordioso (Lc 16,1-2.11-32) (14/03/2010)

Um abraço a todos.

        Os publicanos e pecadores se aproximam de Jesus para ouvi-lo. E não poderiam ficar de fora, como sempre, para criticá-los os fariseus e os mestres da lei. E Jesus conta a parábola do filho pródigo. Um pai que tinha dois filhos, sendo um mais velho que representa os judeus e o filho mai novo representa os pagãos, o povo gentio. O filho mais novo pede a parte que lhe cabe da herança e parte. Vivendo no pecado, esqueceu e se afastou do pai. Gastou tudo, passou fome, perdeu toda sua dignidade. Lembrou-se de como seu pai tratava seus empregados, e arrependido resolveu voltar. Mas sentido indigno pede pensou em pedir ao que ficasse como seu empregado. Mas o pai amoroso que o esperava todos os dias, ao vê-lo corre ao seu encontro e acolhe o filho com alegria, abraços e beijos. E com um banquete comemorou a volta do filho que estava perdido. Mas, esse pai amoroso tem um outro filho, o mais velho, que era obediente, justo e ao saber o que estava acontecendo ficou com raiva, pois deseja também festejar com seus amigos, e nunca o fez. Esse filho não entendeu a alegria do pai, é como se mesmo estando perto, não tivesse intimidade com pai, não entendeu sua tristeza pela perda do filho e nem alegria por tê-lo de volta. Ao acolher seu filho que estava perdido o pai jamais excluirá qualquer um de seus filhos.

        Atualizando o evangelho, quem hoje seria o filho mais velho e o filho mais novo? O Pai é a imagem de Deus. E Cristo revela a todos no evangelho de hoje seu amor misericordioso e acolhedor. E o que levaria um homem, uma mulher, um jovem a  se afastar do Pai, do seio da família e ir embora? Muitas famílias são destruídas, por causa das drogas, por causa da prostituição, do alcoolismo, traição, mentiras,  da criminalidade, muitos são os males da vida moderna que nos afastam de Deus, que causam sofrimento e acabam com dignidade humana. Mas quando o arrependimento acontece, quando existe o desejo de mudar de vida de volta para casa, para o Pai, Ele está esperando querendo abraçar e beijar o filho, ou filha que de coração se arrependeu dos seus pecados e buscou sua conversão.  E mesmo se sentido indigno de ser perdoado, de ser chamado de filho, o Pai espera por nós, para nos perdoar, nos acolher. Por pior que seja o pecado, acredite que Deus perdoará, ele não quer perder nenhum de seus filhos, não quer saber de seus erros passados, mas sim o que você será daqui pra frente, Ele devolverá a seu filho a dignidade perdida.

        E quando um irmão, marido ou mulher, voltar arrependido, partilhemos juntos com o Pai a alegria por quem estava perdido e voltou. Aceitemos suas desculpas, seu pedido de perdão, sem mágoa, rejeição ou distinção. Todos precisamos nos converter diariamente, nos transformar, também somos pecadores, erramos e precisamos ser perdoados. Não cabe a nós julgar os erros do outros, mas aceitá-los do jeito que eles são. As pessoas são únicas, diferentes uma das outras, todas com seus erros e acertos. Usemos os dons que Deus nos deu, nossa inteligência para fazer o bem, reconheçamos o amor misericordioso de Deus por nós. Tudo o que temos e somos é obra de Deus.

Oração:

Espírito de conversão, dá-me a graça de superar meu modo mesquinho de pensar, o qual me impede de estar em sintonia com o Pai.

Mª Elian

 

SEMEAR COM CONFIANÇA E PAIXÃO


 Ao encerrar o relato da parábola do semeador, Jesus faz este convite: “Quem tem ouvido ouça”! É um convite para que detenhamos nossa atenção nesta parábola. Mas, em que deter a nossa reflexão? No semeador? Na semente? Ou nos diferentes tipos de terrenos? Tradicionalmente, nossa reflexão tem focado quase que exclusivamente nos tipos de terrenos em que as sementes são lançadas para revisar, de forma quase sempre moralista, nossas atitudes ao escutar o Evangelho. No entanto, é de fundamental importância prestar atenção no semeador e no seu modo de semear. 
A primeira coisa que o relato no diz é: “O semeador saiu para semear”. Sua atitude transmite uma confiança surpreendente. Semeia de maneira abundante. A semente cai e cai por todas as partes, inclusive onde parece difícil que possa germinar. Assim faziam os campesinos da Galiléia que semeavam inclusive, às beiras do caminho e em terrenos pedregosos. 
As pessoas simples não tinham dificuldades em identificar o semeador. Assim Jesus semeia a sua mensagem. Todos os viam todos os dias anunciar a Boa Notícia do Reino. Semeia a sua palavra entre o povo simples e humilde que a acolhe. Semeia também entre os escribas e fariseus que a rejeita. Nunca se sente frustrado. Sua semeadura não será estéril. 
Desbordados por uma forte crise religiosa, podemos pensar que o Evangelho não tem a mesma força original e a mensagem de Jesus já não tem força para atrair a atenção do homem e da mulher de hoje. Com ineficiência ainda maior junto às juventudes. Certamente não estamos em um momento de colher êxitos chamativos como no passado, mas estamos em um momento oportuno para aprender a semear com confiança, humildade e verdade. 
 Não é o Evangelho que perdeu força humanizadora. Somos nós que o estamos anunciando com uma fé frágil e vacilante. Não é Jesus que perdeu sua força de atração. Somos nós que desvirtuamos a sua mensagem com as nossas incoerências e contradições. 
O Papa Francisco nos diz que quando um cristão não vive com uma adesão forte a Jesus, rapidamente ele perde o entusiasmo e deixa de estar confiante naquilo que ele transmite e aí lhe falta a força e a paixão. E, uma pessoa que não está convencida, entusiasmada, segura, apaixonada... não convence a ninguém. 
Evangelizar não é propagar uma doutrina, mas se fazer presente no meio da sociedade e no coração das pessoas com a força humanizadora e salvadora de Jesus. E não se pode fazer de qualquer maneira. A toque de caixas. O número de evangelizadores é importante para que o Evangelho possa chegar a mais lugares, mas a importância maior está na qualidade evangélica que podemos irradia. O que estamos irradiando como o nosso agir evangelizador? Indiferença ou fé convencida? Mediocridade ou paixão por uma vida mais humana?

Autor: Pe Enivaldo

 

E dar a sua vida… (Mt 20,20-28)

O amor é assim. Vive para morrer. Morre para que o outro viva. E acha o seu sentido profundo quando gasta a vida pelo bem do outro. Jesus assevera: “Ninguém tem maior amor do que quem dá a vida por seu amigo.” (Jo 15,13.) As hipóteses freudianas sobre o homem divergem: pregam a afirmação de si mesmo, a busca de realização pessoal, a recusa de toda ascese, o abandono às próprias inclinações e a repulsa por todo sacrifício. Claro: Freud e o Evangelho são antípodas… E desde que sua psicologia se vulgarizou, foi minguando nossa capacidade de doação, a disposição para o altruísmo, para uma vida centrada no outro. Sempre mais egoístas, roubamos do amor seu sopro de eternidade para viver com mesquinhez as realidades terrestres.

Na Encíclica “Deus é amor”, Bento XVI diz: “A verdadeira novidade do Novo Testamento não reside em novas ideias, mas na própria figura de Cristo, que dá carne e sangue aos conceitos – um incrível realismo. [...] Na sua morte de cruz, cumpre-se aquele virar-se de Deus contra si próprio, com o qual Ele se entrega para levantar o homem e salvá-lo – o amor na sua forma mais radical.

O olhar fixo no lado transpassado de Cristo, de que fala João (cf. 19, 37), compreende o que serviu de ponto de partida a esta Carta Encíclica: “Deus é amor” (1Jo 4, 8). É lá que esta verdade pode ser contemplada. E começando de lá, pretende-se agora definir em que consiste o amor. A partir daquele olhar, o cristão encontra o caminho do seu viver e amar.” (DCE, 12.)

Jesus vive o que ensinou. Humilde, entrega-se à morte ignominiosa, entre dois malfeitores, remindo com seu sangue a humanidade decaída. João resume o sentido de sua entrega: “Tanto Deus amou o mundo, que lhe entregou seu Filho unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3,16.) Os mártires testemunham que esse amor é possível. Tendo provado o amor eterno – experiência totalizante que a tudo relativiza – entregam sua vida alegremente, entre hinos de louvor, pedindo a Deus clemência para os carrascos.

Há pequenos martírios em nossas vidas. A mãe sofre os incômodos da gravidez e as dores do parto para gerar vida nova. O pai tem as mãos calejadas para sustentar a família. O médico se expõe ao contágio para cuidar dos enfermos. A mestra se sacrifica pelos alunos, mesmo tendo um baixo salário. E tanta gente simples que valoriza amigos e vizinhos, e acolhe o migrante que passa… São todos eles um Evangelho vivo. Dão a vida e sabem servir…

Orai sem cessar: “Se morrermos com Cristo, com ele viveremos.” (2Tm 2,11)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.

Um tesouro escondido num campo um negociante que procura pérolas preciosas

Hoje, o Evangelho quer ajudar-nos a olhar para dentro, a encontrar algo escondido: «O Reino dos Céus é como um tesouro escondido num campo» (Mt 13,44). Quando falamos de tesouro referimo-nos a algo de valor excepcional, de apreciação máxima, não a coisas ou situações que, ainda que amadas, não deixam de ser fugazes e bijuteria barata, como as satisfações e prazeres temporais: aquilo com que tanta gente se extenua procurando no exterior, e com o que se desencanta uma vez encontrado e experimentado.

O tesouro que Jesus propõe está enterrado no mais profundo da nossa alma, no próprio núcleo da nossa alma. É o Reino de Deus. Consiste em encontrar-nos amorosamente, de maneira misteriosa, com a Fonte da vida, da beleza, da verdade e do bem, e em permanecer unidos à mesma Fonte até que, cumprido o tempo da nossa peregrinação, e livres de toda a bijuteria inútil, o Reino do céu que procuramos no nosso coração e que cultivamos na fé e no amor, se abra como uma flor e apareça o brilho do tesouro escondido.

Alguns, como São Paulo ou o próprio bom ladrão, encontraram-se subitamente com o Reino de Deus ou de maneira inesperada, porque os caminhos do senhor são infinitos, mas normalmente, para chegar a descobrir o tesouro, há que procurá-lo intencionalmente: «O Reino dos Céus é também como um negociante que procura pérolas preciosas» (Mt 13,45). Talvez este tesouro só seja encontrado por aqueles que não se dão por satisfeitos facilmente, pelos que não se contentam com pouca coisa, pelos idealistas, pelos aventureiros.

Na ordem temporal, dos inquietos e inconformados dizemos que são pessoas ambiciosas, e no mundo do espírito, são os santos. Eles estão dispostos a vender tudo para comprar o campo, como diz São João da Cruz: «Para chegar a possuir tudo, não queiras possuir algo em nada»

Comentário: Rev. D. Enric PRAT i Jordana (Sort, Lleida, Espanha)

Missa em Santa Marta-Martírio com luvas brancas

 

2014-06-30 L’Osservatore Romano

Ainda hoje estamos no tempo dos mártires: os cristãos são perseguidos no Médio Oriente onde são assassinados ou obrigados a fugir, também «de forma elegante, com luvas brancas». No dia em que a Igreja faz memória dos mártires dos primeiros séculos, o Papa Francisco convidou a rezar «pelos nossos irmãos que hoje são perseguidos». Porque, afirmou, hoje «não existem menos mártires» do que nos tempos de Nero. Portanto, foi precisamente ao martírio, à sua actualidade e ao que o caracteriza, que o Pontífice dedicou a celebração eucarística da manhã de segunda-feira 30 de Junho na capela da Casa de Santa Marta.

 

«Na oração no início da missa – disse o papa – assim invocámos o Senhor: “Senhor, que fecundastes com o sangue dos mártires os primeiros rebentos da Igreja de Roma”». É uma invocação apropriada, explicou, para a comemoração dos «primeiros mártires desta Igreja».

É particularmente significativo, observou o Papa, que «o verbo que usamos para invocar o Senhor é fecundar». Portanto, «fala-se de crescimento e de uma planta: isto faz-nos pensar nas várias vezes em que Jesus dizia que o Reino dos céus é como uma semente». Também «o apóstolo Pedro, na sua carta, nos diz que “fomos regenerados como uma semente incorruptível”». E esta «é a semente da palavra de Deus. Isto é o que foi semeado: a semente é a palavra de Deus, diz o Senhor. É semeada».

Numa parábola, Jesus explica precisamente que «o Reino dos céus é como um homem que lança a semente na terra, depois vai para casa, repousa, trabalha, vigia, de noite e de dia, e a semente cresce, brota, sem que ele saiba como».

Por conseguinte, a questão central, afirmou o Papa, consiste em perguntar-se «sobre o modo como fazer para que esta semente da palavra de Deus cresça e se torne o Reino de Deus, cresça e se torne Igreja». O bispo de Roma indicou «as duas fontes» que realizam esta obra: «o Espírito Santo – a sua força - e o testemunho do cristão».

Em primeiro lugar, explicou o Papa, «sabemos que não há crescimento sem o Espírito: é Ele que faz a Igreja, que faz crescer a Igreja, que convoca a comunidade da Igreja». Mas, prosseguiu, «é necessário também o testemunho do cristão». E «quando o testemunho chega ao final quando as circunstâncias históricas nos pedem um testemunho forte, ali encontramos os mártires: as maiores testemunhas!». Eis então que «aquela Igreja é irrigada com o sangue dos mártires». Exactamente «esta é a beleza do martírio: começa com o testemunho, dia após dia, e depois pode acabar com o sangue, como Jesus, o primeiro mártir, a primeira testemunha, a testemunha fiel».

Porém, para ser verdadeiro, o testemunho «deve ser incondicional» afirmou o Pontífice. O Evangelho proposto pela liturgia hodierna (Mt 8, 18-22) é claro a este propósito. O testemunho – especificou o Papa – é incondicional, deve ser firme, decidido, deve ter aquela linguagem tão forte de Jesus: sim sim, não não”!». É exactamente «esta a linguagem do testemunho».

Olhando para a história «desta Igreja de Roma que cresce, guiada pelo sangue dos mártires», o Papa convidou portanto a pensar «nos numerosos mártires de hoje que oferecem a sua vida a favor da fé: os cristãos perseguidos». Porque, afirmou, «se naquela perseguição de Nero houve tantos, hoje não existem menos mártires, menos cristãos perseguidos». «Pensemos no Médio Oriente», disse, «nos cristãos que devem fugir da perseguição» e «nos cristãos assassinados pelos perseguidores». E também «nos cristãos afastados de forma elegante: também aquela é uma perseguição!».

Nos nossos dias, reiterou o Papa, «há mais testemunhas, mais mártires na Igreja do que nos primeiros séculos». E «recordando na missa os nossos gloriosos antepassados aqui em Roma», convidou a pensar e a rezar também pelos «nossos irmãos que vivem perseguidos, que sofrem e que com o seu sangue fazem crescer a semente de muitas pequenas Igrejas que nascem». Sim, concluiu, «rezemos por eles e também por nós».

Deus, Pai terno que nos ama e leva pela mão – o Papa em Santa Marta nesta sexta-feira

2014-06-27 Rádio Vaticana

No dia da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus o Papa Francisco em Santa Marta afirmou que Deus é um Pai que nos ama ternamente. Ele dá-nos a graça e a alegria de celebrarmos no coração do Seu Filho as grandes obras do seu amor. E na sua meditação o Santo Padre salientou dois traços característicos do amor:

“Há dois traços do amor. Primeiro, o amor está mais no dar que no receber. O segundo traço: o amor está mais nas obras do que nas palavras. Quando nós dizemos que é mais no dar que no receber, é que o amor comunica-se: sempre se comunica. E é recebido pelo amado. E quando dizemos que é mais nas obras do que nas palavras, o amor sempre dá vida, faz crescer.”
Segundo o Papa Francisco aquilo que Deus procura no homem é uma relação de um pai para com a sua criança, acariciando-a e dizendo-lhe com ternura “eu estou contigo”:
“Esta é a ternura do Senhor, no seu amor; isto é aquilo que Ele nos comunica e nos dá força à nossa ternura. Mas se nós nos sentimos fortes, nunca teremos a experiência do carinho do Senhor e as Suas carícias são tão belas.. ‘Não temas, eu estou contigo, eu levo-te pela mão...’ São todas palavras do Senhor que nos fazem entender aquele misterioso amor que Ele tem por nós. E quando Jesus fala de si próprio diz: ‘Eu sou manso e humilde de coração’. Também Ele, o Filho de Deus, baixa-se para receber o amor do Pai.”
O Papa Francisco concluiu a sua homilia afirmando que Deus nos leva pela mão nos caminhos da vida, Ele está sempre presente antes de nós e à nossa frente, pois sempre nos espera:
“Quando nós chegamos, Ele está. Quando nós procuramos, Ele procurou-nos antes. Ele está sempre à nossa frente, espera-nos para nos receber no seu coração, no seu amor. E estas duas coisas podem ajudar-nos a perceber este mistério do amor de Deus connosco. Para exprimir-se tem necessidade da nossa pequenez, do nosso baixarmo-nos. E também tem necessidade da nossa admiração quando procuramos e encontramo-Lo alí que nos espera.” (RS)


O Evangelho recolhe duas breves parábolas de Jesus com uma mesma mensagem. Em ambos relatos, o protagonista descobre um tesouro enormemente valioso ou uma perda de valor incalculável. E os dois reagem do mesmo modo: vendem com alegria e decisão o tem e fazem com o tesouro a sua pérola preciosa. Segundo Jesus, assim reagem os que descobrem o Reino de Deus. 
Ao que parece, Jesus teme que as pessoas o siga por interesses diversos, sem descobrir o mais atrativo e importante: o projeto apaixonante do Pai que consiste em conduzir a humanidade a um mundo mais justo, fraterno e feliz. Encaminhando assim, para a sua salvação definitiva.
O que podemos dizer hoje, depois de XX séculos de cristianismo, sobre estas duas parábolas? Por que tantos bons
cristãos vivem fechados em suas práticas religiosas com a sensação de ainda não terem descobertos nenhum tesouro? Onde está a raiz última dessa falta de entusiasmo e alegria em muitos âmbitos de nossa Igreja que se tornou incapaz de atrair para o núcleo do Evangelho a tantos homens e mulheres que vão se distanciando dela, sem renunciar a Deus e nem a Jesus? 
Depois do Concilio Vaticano II, Paulo VI fez esta rotunda afirmação: “Somente o Reino de Deus é absoluto. Tudo mais é relativo”. Anos mais tarde São João Paulo II o reafirmou dizendo: “A Igreja não é ela mesma o seu próprio fim, pois está orientada ao Reino de Deus do qual é gérmen, sinal e instrumento”. O Papa Francisco nos vem repetindo insistentemente: “O projeto de Jesus é instaurar o Reino de Deus”.
Se esta é a fé da Igreja, porque ainda existem cristãos católicos que nem se quer escutaram falar desse projeto de Jesus que se chama Reino de Deus? Por que não sabem que a paixão que animou toda a vida de Jesus, a sua razão de ser e o objetivo do seu agir foi anunciar esse projeto humanizador do Pai: buscar o reino de Deus e a sua Justiça? 
A Igreja não poderá renovar-se desde a sua raiz se não descobrir o “tesouro” do Reino de Deus. Não é possível fazer grandes convocatórias aos cristãos a colaborarem com Deus em seu grande projeto de fazer um mundo mais humano e ao mesmo tempo manter-se agarrada em práticas e costumes que nos faz esquecer o verdadeiro núcleo do Evangelho.
O Papa Francisco está insistindo que o Reino de Deus está clamando. E esse grito nos chega desde o coração do Evangelho. É urgente escutá-lo. Com toda certeza, a decisão mais importante que devemos tomar é a de recuperar o projeto do Reino de Deus com alegria e entusiasmo. O grito de Francisco está estampando em sua exortação: “ A Alegria do Evangelho”. Oxalá consigamos ouvir. “Quem tem ouvidos, ouça!”.

Autor: Pe Enivaldo - SchP

 

DEZ dicas do Papa Francisco para a felicidade:

Em entrevista à revista “Viva”, publicada aos domingos pelo jornal argentino “Clarín”, o Papa Francisco deu dez conselhos para a felicidade, incluindo desligar a TV para fazer as refeições em família e não tentar converter as pessoas, seja na religião ou no modo de pensar. “As religiões crescem por atração, não por proselitismo”, ele disse, acrescentando que a melhor maneira de atingir as pessoas é com diálogo. Veja outros ingredientes da receita do Papa:

1. “Viva e deixe viver”. Cada um deveria ser guiado por este princípio, ele disse, citando uma expressão similar em Roma: “Ande para frente e deixe que os outros façam o mesmo”.

2. “Doe-se aos outros”. As pessoas precisam ser abertas e generosas com as demais, porque isso “as afastará de si mesmas, deixando de lado o risco de egocentrismo”. “E água estagnada fica podre”.

3. “Vá com calma na vida”. O Papa, que costumava ensinar literatura, usou uma imagem de um romance rural argentino de Ricardo Guiraldes, no qual o protagonista Dom Segundo Sombra lembra o passado e avalia como viveu a vida: com ética, lealdade e respeito ao próximo.

4. “Um saudável senso de lazer”. O Papa disse que “o consumismo nos trouxe a ansiedade”, e disse que os pais devem reservar um tempo para brincar com seus filhos e desligar a TV quando sentarem para comer.

5. Domingos deveriam ser feriado. As pessoas não deveriam trabalhar aos domingos porque “domingo é para a família”, ele disse.

6. Encontrar maneiras inovadoras para criar postos de trabalho para os jovens. “Precisamos ser criativos com os jovens. Se eles não tiverem oportunidades entrarão no mundo das drogas” e serão mais vulneráveis ao suicídio”.

7. Respeito e cuidado com a natureza. A degradação ambiental “é um dos maiores desafios que temos”, disse o Papa. “Acredito que não estamos nos perguntando ‘a Humanidade não está cometendo suicídio com esse uso tirãnico e indiscriminado da natureza?”.

8. Deixe de ser negativo. “Falar mal dos outros indica baixa autoestima. Isso quer dizer ‘eu me sinto tão mal que em vez de me levantar vou colocar os outros para baixo’. Abandonar a negatividade rapidamente é saudável”.

9. Respeite a crença dos outros. “Podemos inspirar as pessoas por testemunho, mas a pior coisa é o proselitismo religioso, que paralisa. A igreja cresce por atração, não por proselitismo”.

10. Trabalhe pela paz. “Estamos vivendo em uma época de muitas guerras, e devemos gritar pela paz. A paz às vezes dá a impressão de ser calma, mas nunca é quieta, a paz é sempre proativa e dinâmica”, disse o Papa.

 

 

“Um mistério de bondade insondável”


Ao longo da sua trajetória profética, Jesus insistiu muitas vezes em comunicar sua experiência de Deus como “um mistério de bondade insondável”, que ultrapassa todos os nosso cálculos. Sua mensagem é tão revolucionária que, passados XX Séculos, ainda existe cristãos que tem medo de tomá-la a sério. 
Para que a sua experiência com este Deus de bondade pudesse contagiar a todos, Jesus compara sua surpreendente maneira de agir com a do senhor de uma vinha. Este senhor sai, ele mesmo, por cinco vezes para contratar pessoas para trabalhar na sua vinha. Não parece estar preocupado se vai ter muito ou pouco rendimento no trabalho. Se a produção vai ser suficiente para pagar a mão de obra. O que ele quer é que ninguém fique se quer, um dia sem trabalho. 
Por isso, ao final da jornada, não lhes paga sob forma de produção, ajustando-se ao trabalho realizado por cada um. Ainda que o tempo de trabalho do último contratado tenha sido muito inferior ao que fora contratado primeiro, paga a todos o combinado de um denário. Paga o que uma família simples da Galiléia necessitava para viver com dignidade.
Quando o porta voz do primeiro se queixa porque os últimos receberam o mesmo que eles que trabalharam o dia todo, o senhor da vinha lhe responde com admiráveis palavras: “vocês estão com inveja porque eu estou sendo bom?” Esta querendo, com os seus cálculos mesquinhos, impedir que eu seja bom com os que necessitam desse dinheiro para garantir o seu sustento e da sua família? 
O que pode estar nos sugerindo Jesus, ao contar esta parábola? Será que não é mostrar que Deus não age segundo os critérios de justiça que nós conhecemos? Não será verdade também que Deus, mais do que estar medindo os méritos das pessoas como nós fazemos, procura responder sempre desde a sua Bondade insondável a nossa necessidade radical de salvação? 
Confesso que sinto pena e dor quando encontro pessoas boas e santas que imaginam Deus dedicando tempo para anotar cuidadosamente os pecados e os méritos dos humanos para retribuir-lhes, no fim da vida, exatamente o que cada um mereceu. Para mim é impossível imaginar que um Ser de Amor e Bondade possa dedicar toda a sua eternidade em medir méritos de seres tão limitados e pequenos como os humanos. Estaria Deus, sendo justo, ao condenar um humano ao castigo eterno por algo realizado em um curto espaço de tempo, se comparado com a eternidade? Onde entra a misericórdia de Deus se a salvação for pela via do mérito? Existe lugar para o amor, a compaixão e a misericórdia se os critérios de Deus for o de justiça, segundo a nossa concepção?
Crer em um Deus Amor incondicional pode ser a experiência mais libertadora que se pode imaginar. A força mais vigorosa para viver e para morrer. Pelo contrário, viver diante de um Deus justiceiro e ameaçador pode converter em neuroses mais perigosa e destruidora da pessoa. 
Precisamos urgentemente aprender a não confundir Deus com nossos esquemas estreitos, fechados e mesquinhos. Não podemos desvirtuar a bondade insondável de Deus, revelada por Jesus com, com os traços de um Deus justiceiro proveniente do Antigo Testamento. Ante a um Deus de amor, bondade e compaixão, revelado por Jesus, o único que nos cabe é uma confiança plena em sua compaixão e no seu cuidado para conosco.