O Advento (do latim Adventus: "chegada", do verbo Advenire: "chegar a") é o primeiro tempo do Ano litúrgico, o qual antecede o Natal. Para os cristãos, é um tempo de preparação e alegria, de expectativa, onde os fiéis, esperando o Nascimento de Jesus Cristo , vivem o arrependimento e promovem a fraternidade e a Paz.
Desde a sua origem a Coroa de Advento possui um sentido especificamente religioso e cristão: anunciar a chegada do Natal sobretudo às crianças, preparar-se para a celebração do Santo Natal, suscitar a oração em comum, mostrar que Jesus Cristo é a verdadeira luz, o Deus da Vida que nasce para a vida do mundo. O lugar mais natural para o seu uso é família.
Além da coroa como tal com as velas, é uso antigo pendurar uma coroa (guirlanda), neste caso sem velas, na porta da casa. Em geral laços vermelhos substituem as velas indicando os quatro pontos cardeais. Entrou também nas igrejas em formas e lugares diferentes, em geral junto ao ambão. Cada domingo do Advento se acende uma vela. Hoje está presente em escolas, hotéis, casas de comércio, nas ruas e nas praças. Tornou-se mesmo enfeite natalino. Já não se pode pensar em tempo de Advento sem a coroa com suas quatro velas.
Simbolismo da Coroa de Advento (7) Pelo fato de se tratar de uma linguagem simbólica, a Coroa de Advento e seus elementos podem ser interpretados de diversas formas. Desde a sua origem ela possui um forte apelo de compromisso social, de promoção das pessoas pobres e marginalizadas. Trata-se de acolher e cuidar da vida onde quer que ela esteja ameaçada. Podemos dizer que a Coroa de Advento constitui um hino à natureza que se renova, à luz que vence as trevas, um hino a Cristo, a verdadeira luz, que vem para vencer as trevas do mal e da morte. É, sobretudo, um hino à vida que brota da verdadeira Vida.
A mensagem da Coroa de Advento é percebida a partir do simbolismo de cada um de seus elementos.
O Círculo A coroa tem a forma de círculo, símbolo da eternidade, da unidade, do tempo que não tem início nem fim, de Cristo, Senhor do tempo e da história. O círculo indica o sol no seu ciclo anual, sua plenitude sem jamais se esgotar, gerando a vida. Para os cristãos este sol é símbolo de Cristo.
Desde a Antigüidade, a coroa é símbolo de vitória e do prêmio pela vitória. Lembremos a coroa de louros, a coroa de ramos de oliveira, com a qual são coroados os atletas vitoriosos nos jogos olímpicos.
Os ramos verdes Os ramos verdes que enfeitam o círculo constumam ser de abeto ou de pinus, de ciprestes. É símbolo nórdico. Não perdem as folhas no inverno. É, pois, sinal de persistência, de esperança, de imortalidade, de vitória sobre a morte.
Para nós no Brasil este elemento é um tanto artificial e, por isso, problemático, menos significativo, visto que celebramos o Natal no início do verão e com isso não vivenciamos esta mudança da renovação da natureza. Por isso, a tendência de se substituir o verde por outros elementos ornamentais do círculo: frutos da terra, sementes, flores, raízes, nozes, espigas de trigo.
Para ornar a coroa usam-se também laços de fitas vermelhas ou rosas, símbolo do amor de Jesus Cristo que se torna homem, símbolo da sua vitória sobre a morte através da sua entrega por amor.
Deste modo, nas guirlandas penduradas nas portas das casas, os laços ocupam o lugar das velas.
Lembram os pontos cardeais, a cruz de Cristo, que irradia a luz da salvação ao mundo inteiro.
As velas As quatro velas indicam as quatro semanas do Tempo do Advento, as quatro fases da História da Salvação preparando a vinda do Salvador, os quatro pontos cardeais, a Cruz de Cristo, o Sol da salvação, que ilumina o mundo envolto em trevas. O ato de acender gradativamente as velas significa a progressiva aproximação do Nascimento de Jesus, a progressiva vitória da luz sobre as trevas.Originariamente, a velas eram três de cor roxa e uma de cor rosa, as cores dos domingos do Advento.
O roxo, para indicar a penitência, a conversão a Deus e o rosa como sinal de alegria pelo próximo nascimento de Jesus, usada no 3º domingo do Advento, chamado de Domingo “Gaudete” (Alegrai-vos).
Existem diferentes tradições sobre os significados das velas. Uma bastante difundida:
a primeira vela é do profeta;
a segunda vela é de Belém;
a terceira vela é dos pastores;
a quarta vela é dos anjos.
Outra tradição vê nas quatro velas as grandes fases da História da Salvação até a chegada de Cristo. Assim:
a primeira é a vela do perdão concedido a Adão e Eva, que de mortais se tornarão seres viventes em Deus;
a segunda é a vela da fé dos patriarcas que crêem na promessa da Terra Prometida;
a terceira é a vela da alegria de Davi pela sua descendência;
a quarta é a vela do ensinamento dos profetas que anunciam a justiça e a paz.
Nesta perspectiva podemos ver nas quatro velas as vindas ou visitas de Deus na história, preparando sua visita ou vinda definitiva no seu Filho Encarnado, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo:
o tempo da criação: de Adão e Eva até Noé;
o tempo dos patriarcas;
o tempo dos reis;
o tempo dos profetas.
Papa Francisco fala dos 7 dons do Espírito Santo
terça-feira, 3 de junho de 2014, 21h00
Modificado: sexta-feira, 15 de agosto de 2014, 18h01
Por prof. Felipe Aquino
Nas catequeses de quarta-feira o Papa Francisco tem falado dos sete dons infusos do Espírito Santo, que a Igreja sempre ensinou com base em Isaías 11, 2. O Catecismo da Igreja Católica diz que: “Os sete dons do Espírito Santo são: sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus. Em plenitude, pertencem a Cristo, Filho de Davi. Completam e levam à perfeição as virtudes daqueles que os recebem” (n.1831). Tornam os fiéis dóceis para obedecerem prontamente às inspirações divinas. São Paulo lembra que “Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus […]. Filhos e, portanto herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo” (Rm 8,14.17).
Papa Francisco realiza catequese sobre os sete dons do Espírito Santo
Foto: l' osservatore romano
Desde o nosso batismo, o Espírito Santo habita em nossa alma e produz aí os seus frutos e dons para nos conduzir ao amor de Deus e ao serviço dos irmãos. Eles nos ajudam a vencer o pecado e viver de acordo com as leis morais. Eles são indispensáveis à santificação do cristão mesmo na vida cotidiana, e não apenas para as grandes obras. O dom da ciência faz que o cristão penetre na realidade deste mundo sob a luz de Deus; vê cada criatura como reflexo da sabedoria do Criador e como caminho a Deus. Leva o homem a compreender o vestígio de Deus que há em cada ser criado. O homem foi feito para Deus e só n'Ele pode descansar, como disse Santo Agostinho. Por este dom o cristão reconhece o sentido do sofrimento e das humilhações no plano de Deus, que liberta e purifica o homem.
O dom do entendimento ou inteligência nos ajuda a penetrar no íntimo das verdades reveladas por Deus e entendê-las. Por ele o cristão contempla os mistérios da fé. É um entendimento diferente daquele que o teólogo obtém pelo estudo; o que é penoso e lento. O dom da inteligência é eficaz mesmo sem estudo; é dado aos pequeninos e ignorantes, desde que tenham grande amor a Deus.
Um irmão leigo franciscano disse certa vez a São Boaventura († 1274), o Doutor Seráfico: “Felizes vós, homens doutos, que podeis amar a Deus muito mais do que nós, os ignorantes!” Respondeu-lhe Boaventura: “Não é a doutrina alcançada nos livros que mede o amor; uma pobre velha ignorante pode amar a Deus mais do que um grande teólogo se estiver unida a Deus.” Por esse dom conhecemos os nossos pecados e a nossa miséria. Os santos, quanto mais se aproximaram de Deus, mais tiveram consciência do seu pecado ou da sua distância de Deus.
O dom da sabedoria nos dá um conhecimento da verdade revelada por Deus. Abrange todos os conhecimentos do cristão e os põe sob a luz de Deus, mostra a grandeza do plano do Criador e a sua onipotência. Vem da intimidade com o Senhor. “O dom da sabedoria faz-nos ver com os olhos do Bem-amado”, dizia um grande místico. Isto não quer dizer que devemos menosprezar o estudo, pois, se Deus nos deu a inteligência, foi para que a apliquemos à verdade, que é Ele mesmo. Os teólogos afirmam que veremos a Deus face a face por toda a eternidade na proporção do amor com que O tivermos amado nesta vida.
O dom do conselho permite ao cristão tomar as decisões oportunas nas horas difíceis da vida, para que se comporte como verdadeiro filho de Deus. Isso, às vezes, exige coragem. Pelo dom do conselho o Espírito Santo nos inspira a maneira correta de agir no momento oportuno. “Todas as coisas têm o seu tempo, e tudo o que existe debaixo dos céus tem a sua hora […]” (Ecl 3, 1-8); fora desse momento preciso, o que é oportuno pode tornar-se inoportuno; nem sempre é fácil discernir se é oportuno falar ou calar, ficar ou partir, dizer "sim" ou dizer "não".
O dom da piedade nos orienta em todas as relações que temos com Deus e com o próximo. São Paulo se refere a isso: “Recebestes o Espírito de adoção filial, pelo qual bradamos: Abbá ó Pai” (Rm 8,15). O Espírito Santo, mediante o dom da piedade, nos faz, como filhos adotivos de Deus, reconhecer Deus como Pai. E, pelo fato de reconhecermos Deus como Pai, consideramos as criaturas com olhar novo. Este dom nos leva a considerar o fato de que Deus é sumamente santo e sábio: “Nós vos damos graças por vossa grande glória”. É o dom da piedade que leva os santos a desejar, acima de tudo, a honra e a glória de Deus. “Para que em tudo seja Deus glorificado”, diz São Bento. E Santo Inácio de Loiola exclama: “Para a maior glória de Deus”. É também o dom da piedade que desperta no cristão a inabalável confiança em Deus Pai, como, por exemplo, Santa Teresinha. Este dom leva o cristão a ver o outro como irmão e a amá-lo como filho de Deus.
O dom da fortaleza nos dá força para a fidelidade à vida cristã, cheia de dificuldades. Jesus disse que “o Reino dos céus sofre violência dos que querem entrar, e violentos se apoderam dele” (Mt 11,12). Pelo dom da Fortaleza o Espírito Santo nos dá a coragem necessária para a luta diária contra nós mesmos, nossas paixões e problemas, com paciência, perseverança, coragem e silencio. Nos dá forças além das naturais. Esta força divina transforma os obstáculos em meios e nos dá a paz mesmo nas horas mais difíceis. Foi o que levou São Francisco de Assis a dizer: “Irmão Leão, a perfeita alegria consiste em padecer por Cristo, que tanto quis padecer por nós”.
O dom do temor de Deus nos leva a amá-Lo tão profundamente que tenhamos receio de ofendê-Lo. Nada tem a ver com o temor do mercenário ou o temor do castigo (do escravo); mas é o temor do amor do filho. É a rejeição que o cristão experimenta diante da possibilidade de ofender a Deus; brota das entranhas do amor. Não há verdadeiro amor sem este tipo de temor. Medo de ofender o Amado. Pelo dom do temor de Deus a vitória é rápida e perfeita, pois é o Espírito que move o cristão a dizer "não" à tentação. O dom do temor de Deus está ligado à virtude da humildade, que nos faz conhecer nossa miséria, impede a presunção e a vã glória, e assim, nos torna conscientes de que podemos ofender a Deus; daí surge o santo temor de Deus. Ele se liga também à virtude da temperança; combate a concupiscência e os impulsos desordenados do coração, para não ofender e magoar a Deus.
O jovem São Luís de Gonzaga derramou muitas lágrimas certa vez quando teve que confessar suas faltas leves.
Ano da Misericórdia: entenda o significado e como receber indulgências
O Ano da Santo da Misericórdia já está se aproximando: a abertura acontecerá no próximo dia 8 de dezembro, na Solenidade da Imaculada Conceição. E para entender melhor o que significa este ano jubilar e como bem viver, seguem abaixo as orientações, como praticar as obras de misericórdia e receber indulgências.
Outra dica também para os jovens é se aprofundar na mensagem do Papa Francisco para a XXXI Jornada Mundial da Juventude 2016, a ser realizada de 25 a 31 de julho, em Cracóvia (Polônia). O tema da JMJ se insere no contexto do Ano da Misericórdia e este texto do Santo Padre orienta ainda os jovens a como se preparar para o grande encontro mundial.
O Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização preparou também um site com todas as informações e notícias sobre o ano jubilar. Acesse AQUI.
O que é o Ano Santo?
O Papa Francisco anunciou o Jubileu do Ano Santo da Misericórdia por meio da Bula de Proclamação Misericordiae Vultus (O Rosto da Misericórdia). O Jubileu inicia em 08 de dezembro de 2015 e se concluirá no dia 20 de novembro de 2016, com a Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo.
A celebração do Jubileu se origina no judaísmo. Consistia em uma comemoração de um ano sabático que tinha um significado especial. A festa se realizava a cada 50 anos. Durante o ano os escravos eram libertados, restituíam-se as propriedades às pessoas que as haviam perdido, perdoavam-se as dívidas, as terras deviam permanecer sem cultivar e se descansava. Era um ano de reconciliação geral. Na Bíblia, encontramos algumas passagens dessa celebração judaica (cf. Lv 25,8).
O que significa Jubileu?
A palavra Jubileu se inspira no termo hebreu de yobel, que se refere ao chifre do cordeiro que servia como instrumento musical. Jubileu, também tem uma raiz latina, iubilum que representa um grito de alegria. Na tradição católica, o Jubileu consiste em que durante um ano se concedem indulgências aos fiéis que cumprem certas disposições estabelecidas pelo Papa. O Jubileu pode ser ordinário ou extraordinário. A celebração do Ano Santo Ordinário acontece em um intervalo a cada 25 anos, com o objetivo de que cada geração experimente pelo menos uma em sua vida. Já o Ano Santo Extraordinário se proclama como celebração de um fato destacado. O Jubileu proclamado pelo Papa Francisco é um Ano Santo Extraordinário. É um convite para que, de maneira mais intensa, fixemos o olhar na Misericórdia do Pai.
Por que abrir uma porta no Ano Santo?
A Porta Santa, na Basílica de São Pedro, em Roma, só se abre durante um Ano Santo e significa que se abre um caminho extraordinário para a salvação. Na cerimônia de abertura, o Papa toca a porta com um martelo 3 vezes enquanto diz: “Abram-me as portas da justiça; entrando por elas confessarei ao Senhor”. Depois de aberta, entoa-se um canto de Ação de Graças e o Papa atravessa esta porta com seus colaboradores.
O que fazer nesse ano?
Na Bula Misericordiae Vultus, o Papa Francisco sugere algumas iniciativas que podem ser vividas em diferentes etapas:
Realizar peregrinações;
Praticar as obras de misericórdia;
Intensificar a oração;
Passar pela Porta Santa em Roma ou na Diocese;
Perdoar a todos;
Buscar o Sacramento da Reconciliação;
Superar a corrupção;
Receber a indulgência;
Participar da Eucaristia;
Fortalecer o ecumenismo;
Converter-se.
O que é a indulgência?
Indulgência é a remissão diante de Deus da pena devida aos pecados, cuja culpa já foi perdoada. Cada vez que alguém se arrepende e se confessa, é perdoado a culpa dos pecados cometidos, mas não a pena. Por exemplo, se alguém mata uma pessoa e se arrepende, depois pede perdão e procura o Sacramento da Penitência, receberá o perdão. Contudo, como repassar o mal cometido que tirou a vida de alguém? Por isso permanece uma pena após o perdão. Essa situação pode ter um indulto, uma indulgência, que a Igreja oferece em certas condições especiais e quando o fiel está bem disposto a buscar a santidade de vida, aproximando-se cada vez mais de Deus. A Igreja pode oferecer a indulgência pelos méritos de Cristo, de Maria e dos santos que sempre participam da obra da salvação. Sobre isso, escreveu o Papa Francisco: “No sacramento da Reconciliação, Deus perdoa os pecados, que são verdadeiramente apagados; mas o cunho negativo que os pecados deixaram nos nossos comportamentos e pensamentos permanecem. A misericórdia de Deus, porém, é mais forte também do que isso. Ela torna-se indulgência do Pai que, através da Esposa de Cristo, alcança o pecador perdoado e liberta-o de qualquer resíduo das consequências do pecado, habilitando-o a agir com caridade, a crescer no amor em vez de recair no pecado” (Misericordiae Vultus, 22).
Como receber a indulgência?
Para receber a indulgência todos são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta Santa, aberta em cada Catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo Bispo diocesano, como sinal doprofundo desejo de verdadeira conversão. É importante que este momento esteja unido, em primeiro lugar, ao Sacramento da Reconciliação e à Celebração da Eucaristia com uma reflexão sobre a Misericórdia. Será necessário acompanhar essas celebrações com a profissão de fé e com a oração pelo Papa, para o bem da Igreja e do mundo inteiro.
Há indulgências para os falecidos?
A indulgência pode ser obtida também para os que faleceram. A eles estamos unidos pelo testemunho de fé e caridade que nos deixaram. Assim como os recordamos na Celebração Eucarística, também podemos, no grande mistério da Comunhão dos Santos, rezar por eles, para que o rosto misericordioso do Pai os liberte de qualquer resíduo de culpa e possa abraça-los na felicidade sem fim.
E os doentes e idosos?
Para eles será de grande ajuda viver a enfermidade e o sofrimento como experiência de proximidade ao Senhor que no mistério da sua paixão, morte e ressurreição indica o caminho para dar sentido à dor e à solidão. Viver com fé e esperança este momento de provocação, recebendo a comunhão ou participando na Celebração Eucarística e na oração comunitária, inclusive através dos vários meios de comunicação, será, para eles, o modo de obter a indulgência jubilar.
As obras de misericórdia
A experiência da misericórdia torna-se visível pelo testemunho concreto. Todas as vezes que um fiel viver uma ou mais destas obras pessoalmente, obterá a indulgência jubilar.
No domingo passado foi aberta a Porta Santa na Catedral de Roma, a Basílica de São João de Latrão, e abriu-se uma Porta da Misericórdia na Catedral de cada diocese do mundo, inclusive nos santuários e nas igrejas indicadas pelos bispos. O Jubileu realiza-se em todo o mundo, não apenas em Roma. Desejei que este sinal da Porta Santa estivesse presente em cada Igreja particular, para que o Jubileu da Misericórdia possa tornar-se uma experiência compartilhada por todas as pessoas. Deste modo, o Ano Santo teve início na Igreja inteira e é celebrado em cada uma das dioceses, como em Roma. Além disso, a primeira Porta Santa foi aberta precisamente no coração da África. Quanto a Roma, é o sinal visível da comunhão universal. Possa esta comunhão eclesial tornar-se cada vez mais intensa, a fim de que a Igreja seja no mundo o sinal vivo do amor e da misericórdia do Pai.
Também a data de 8 de Dezembro quis sublinhar esta exigência unindo, cinquenta anos mais tarde, o início do Jubileu com o encerramento do Concílio Ecumênico Vaticano ii. Com efeito, o Concílio contemplou e apresentou a Igreja à luz do mistério da comunhão. No entanto, espalhada pelo mundo inteiro e subdividida em numerosas Igrejas particulares, ela é sempre e exclusivamente a única Igreja de Jesus Cristo, aquela que Ele quis e pela qual se ofereceu a si mesmo. A Igreja «una» que vive da comunhão do próprio Deus.
Este mistério de comunhão, que faz da Igreja um sinal do amor do Pai, cresce e amadurece no nosso coração, quando o amor, que reconhecemos na Cruz de Cristo e na qual nos imergimos, nos leva a amar do mesmo modo como nós somos amados por Ele. Trata-se de um Amor sem fim, que tem o semblante do perdão e da misericórdia.
No entanto, a misericórdia e o perdão não devem permanecer só palavras, mas realizar-se na vida quotidiana. Amar e perdoar constituem o sinal concreto e visível de que a fé transformou os nossos corações, permitindo-nos expressar em nós a vida do próprio Deus. Amar e perdoar como o próprio Deus ama e perdoa. Trata-se de um programa de vida que não pode conhecer interrupções nem excepções, mas impele-nos a ir sempre mais além, sem nos cansarmos, com a certeza de que somos sustentados pela presença paternal de Deus. Este grandioso sinal da vida cristã transforma-se depois em muitos outros sinais que são característicos do Jubileu. Penso em quantos atravessarão uma das Portas Santas, que neste Ano constituem verdadeiras Portas da Misericórdia. A Porta indica o próprio Jesus, que disse: «Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim será salvo; tanto entrará como sairá, e encontrará pastagem» (Jo 10, 9). Atravessar a Porta Santa é o sinal da nossa confiança no Senhor Jesus, que não veio para julgar, mas para salvar (cf. Jo 12, 47). Prestai atenção, para que não haja alguém um pouco dinâmico ou demasiado astuto, que vos diga que é preciso pagar: não! A salvação não se paga. A salvação não se compra. A Porta é Jesus, e Jesus é grátis! Ele mesmo fala de quantos fazem entrar não como se deve, e simplesmente afirma que são ladrões e salteadores. Repito-vos, estai atentos: a salvação é grátis! Atravessar a Porta Santa é sinal de uma verdadeira conversão do nosso coração. Quando atravessarmos aquela Porta, será bom recordar que devemos manter escancarada também a porta do nosso coração. Ponho-me diante da Porta Santa e peço: «Senhor, ajudai-me a abrir de par em par a porta do meu coração!». O Ano Santo não seria muito eficaz, se a porta do nosso coração não deixasse passar Cristo, que nos impele a ir ao encontro dos outros, para lhes levar Ele e o seu amor. Portanto, do mesmo modo como a Porta Santa permanece aberta, porque constitui o sinal da aceitação que o próprio Deus nos reserva, assim também a nossa porta, a porta do nosso coração, permaneça sempre aberta de par em par, para não excluir ninguém. Nem sequer aquele, ou aquela, que me aborrece: ninguém!
Um sinal importante do Jubileu é também a Confissão. Aproximar-se do Sacramento mediante o qual nos reconciliamos com Deus equivale a fazer uma experiência pessoal da sua misericórdia. Significa encontrar o Pai que perdoa: Deus perdoa tudo! Deus compreende-nos também nos nossos limites, entende-nos inclusive nas nossas contradições. E não só! Através do seu amor, diz-nos que precisamente quando reconhecemos os nossos pecados Ele faz-se ainda próximo de nós, encorajando-nos a olhar para a frente. E diz mais ainda: que quando reconhecemos os nossos pecados e pedimos perdão, faz-se festa no Céu. Jesus faz festa: nisto consiste a sua misericórdia, não desanimemos! Em frente, em frente com isto!
Quantas vezes ouvi dizer: «Padre, não consigo perdoar o meu vizinho, o colega de trabalho, a vizinha, a sogra, a cunhada». Todos nós ouvimos isto: «Não consigo perdoar!». Contudo, como podemos pedir a Deus que nos perdoe, se depois nós mesmos não somos capazes de conceder o nosso perdão? Perdoar é algo grandioso; e no entanto, não é fácil perdoar, porque o nosso coração é pobre, e unicamente com as suas forças não o conseguirá fazer. Contudo, se nos abrirmos ao acolhimento da misericórdia de Deus por nós, tornar-nos-emos por nossa vez capazes de perdão. Muitas vezes ouvi dizer: «Não podia ver aquela pessoa: sentia ódio por ela. Mas um dia aproximei-me do Senhor e pedi-lhe perdão pelos meus pecados, mas também perdoei aquela pessoa». São coisas de todos os dias. E temos esta oportunidade perto de nós!
Por conseguinte, ânimo! Vivamos o Jubileu a começar por estes sinais que exigem uma grande força de amor. O Senhor acompanhar-nos-á para nos levar a fazer a experiência de outros sinais importantes para a nossa vida. Coragem e em frente!
Santo Padre, Papa Francisco, dedicou a reflexão de sua catequese na quarta-feira, 18 de novembro, para falar sobre o Jubileu da Misericórdia. Ele explicou a importância da Porta Santa, como sendo um gesto da misericórdia de Deus.
Confira na íntegra suas palavras:
Praça São Pedro/Vaticano Quarta-feira, 18 de novembro de 2015
Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Com essa reflexão chegamos ao limiar do Jubileu, que está próximo. Diante de nós está a porta, mas não somente a Porta Santa, outra: a grande porta da Misericórdia de Deus – e essa é uma porta bela! –, que acolhe o nosso arrependimento oferecendo a graça do seu perdão. A porta é generosamente aberta, é preciso um pouco de coragem da nossa parte para cruzar o limiar. Cada um de nós tem dentro de si coisas que pesam. Todos somos pecadores! Aproveitemos esse momento que vem e cruzemos o limiar dessa misericórdia de Deus que nunca se cansa de perdoar, nunca se cansa de nos esperar! Ele nos olha, está sempre próximo a nós. Coragem! Entremos por essa porta!
Do Sínodo dos Bispos, que celebramos no mês de outubro passado, todas as famílias e toda a Igreja receberam um grande encorajamento para se encontrarem no limiar dessa porta aberta. A Igreja foi encorajada a abrir as suas portas para sair com o Senhor ao encontro dos filhos e filhas em caminho, às vezes incertos, às vezes perdidos, nestes tempos difíceis. As ílias cristãs, em particular, foram encorajadas a abrir a porta ao Senhor que espera para entrar, levando sua benção e sua amizade. E se a porta da misericórdia de Deus está sempre aberta, também as portas das nossas igrejas, das nossas comunidades, das nossas paróquias, das nossas instituições, das nossas dioceses, devem estar abertas, para que assim todos possam sair e levar essa misericórdia de Deus. O Jubileu significa a grande porta da misericórdia de Deus, mas também as pequenas portas das nossas igrejas abertas para deixar o Senhor entrar – ou tantas vezes sair o Senhor – prisioneiro das nossas estruturas, do nosso egoísmo e de tantas coisas.
O Senhor nunca força a porta: também Ele pede permissão para entrar. O Livro do Apocalipse diz: “Eu estou à porta e bato. Se alguém escuta a minha voz e me abre a porta, eu virei a ele, cearei com ele e ele comigo” (3, 20). Imaginemos o Senhor que bate à porta do nosso coração! E na última grande visão deste Livro do Apocalipse, assim se profetiza da Cidade de Deus: “As suas portas não se fecharão nunca durante o dia”, o que significa para sempre, porque “não haverá mais noite” (21, 25). Há lugares no mundo em que não se fecham as portas com chave, ainda há. Mas há tantos onde as portas blindadas se tornaram normais. Não devemos nos render à ideia de dever aplicar esse sistema a toda a nossa vida, à vida da família, da cidade, da sociedade. E tão menos à vida da Igreja. Seria terrível! Uma Igreja inospitaleira, assim como uma família fechada em si mesma mortifica o Evangelho e seca o mundo. Nada de portas blindadas na Igreja, nada! Tudo aberto!
A gestão simbólica das “portas” – dos limiares, das passagens, das fronteiras – se tornou crucial. A porta deve proteger, certo, mas não rejeitar. A porta não deve ser forçada, ao contrário, se pede permissão, porque a hospitalidade resplandece na liberdade do acolhimento e se escurece na prepotência da invasão. A porta se abre frequentemente para ver se do lado de fora há alguém que espera e, talvez, não tem a coragem, talvez nem mesmo força de bater.
Quanta gente perdeu a confiança, não tem a coragem de bater à porta do nosso coração cristão, às portas das nossas igrejas…E estão ali, não têm a coragem, tiramos a confiança delas: por favor, que isso nunca aconteça. A porta diz muitas coisas da casa e também da Igreja. A gestão da porta requer atento discernimento e, ao mesmo tempo, deve inspirar grande confiança. Gostaria de dizer uma palavra de gratidão para todos os guardiões das portas: dos nossos condomínios, das nossas instituições cívicas, das próprias igrejas. Muitas vezes, a atenção e a gentileza da portaria são capazes de oferecer uma imagem de humanidade e de acolhimento a toda a casa, desde a entrada. Há de se aprender com estes homens e mulheres, que são os guardiões dos lugares de encontro e de acolhimento da cidade do homem! A todos vocês, guardiões de tantas portas, seja das casas, seja portas das igrejas, muito obrigado! Mas sempre com um sorriso, sempre mostrando o acolhimento daquela casa, daquela igreja, assim o povo se sente feliz e acolhido naquele lugar.
Na verdade, sabemos bem que nós mesmos somos os guardiões e os servos da Porta de Deus e a porta de Deus como se chama? Jesus! Ele nos ilumina sobre todas as portas da vida, incluindo aquelas do nosso nascimento e da nossa morte. Ele mesmo afirmou isso: “Eu sou a porta: se alguém entra através de mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem” (Jo 10, 9). Jesus é a porta que nos faz entrar e sair. Porque o rebanho de Deus é um abrigo, não é uma prisão! A casa de Deus é um abrigo, não é uma prisão e a porta se chama Jesus! E se a porta está fechada, dizemos: “Senhor, abre a porta!”. Jesus é a porta e nos faz entrar e sair.
São os ladrões aqueles que procuram evitar a porta: é curioso, os ladrões procuram sempre entrar por outro lado, pela janela, pelo teto, mas evitam a porta, porque têm intenções más e se infiltram no rebanho para enganar as ovelhas e tirar proveito delas. Nós devemos passar pela porta e ouvir a voz de Jesus: se ouvimos o seu tom de voz, estamos seguros, estamos salvos. Podemos entrar sem medo e sair sem perigo. Nesse belíssimo discurso de Jesus, se fala também do guardião, que tem a tarefa de abrir ao Bom Pastor (cfr Jo 10,2). Se o guardião ouve a voz do Pastor, então abre e faz entrar todas as ovelhas que o Pastor traz, todas, incluindo aquelas perdidas nos bosques, que o bom Pastor foi resgatar. As ovelhas não são escolhidas pelo guardião, pelo secretário paroquial ou pela secretaria da paróquia; as ovelhas são todas enviadas, são escolhidas pelo bom Pastor. O guardião – também ele – obedece à voz do Pastor. Bem, poderíamos bem dizer que nós devemos ser como aquele guardião. A Igreja é a porteira da casa do Senhor, não é a patroa da casa do Senhor.
A Sagrada Família de Nazaré sabe bem o que significa uma porta aberta ou fechada, para quem espera um filho, para quem não tem morada, para quem deve escapar do perigo. As famílias cristãs façam de sua porta de casa um pequeno grande sinal da Porta da misericórdia e do acolhimento de Deus. É justamente assim que a Igreja deverá ser reconhecida, em todo canto da terra: como a guardiã de um Deus que bate, como o acolhimento de um Deus que não te fecha a porta na cara, com a desculpa de que você não é de casa. Com este espírito nos aproximamos do Jubileu: haverá para nós a Porta Santa, mas há a porta da grande misericórdia de Deus! Haja também para nós a porta do nosso coração para receber todos o perdão de Deus e dar, por nossa vez, o nosso perdão, acolhendo todos aqueles que batem à nossa porta.
O Pontifício Conselho para os Leigos (Pontificium Consilium pro Laicis) é odicastério que assiste ao Sumo Pontífice em todas as questões que tem a ver com o aporte que os fiéis leigos dão a vida e a missão da Igreja, seja como pessoas individuais, ou seja, através das diversas formas de organizações que nasceram e que continuamente nascem na Igreja.
A origem do Pontifício Conselho para os Leigos se remonta a uma proposta formulada no decreto de Concílio Vaticano IIsobre o apostolado dos leigos: Apostolicam Actuositatem, n. 26.
Seu nascimento oficial foi aprovado peloPapa Paulo VI, em 6 de janeiro de 1967, com o Motu Próprio Catholicam Christi Ecclesiam. Já aos 10 de dezembro de 1976, com outro Motu Próprio Apostolatus Peragendi, Paulo VI reforma este conselho colocando-o entre os dicastérios da Cúria Romana. João Paulo II, como arcebispo de Cracóvia, foi por anos consultor deste pontifício conselho.
Sua estrutura e suas competências foram definidas em suas linhas gerais a partir da Constituição Apostólica Pastor Bonus, de 28 de junho de 1998, que é o documento com o qual João Paulo II reorganizou a Cúria Romana.
A constituição estabelece que o Pontifício Conselho para os Leigos "é competente naquelas matérias, que são de incumbência da Sé Apostólica, para a promoção e a coordenação do apostolado dos leigos e, em geral, naquelas que concernem a vida cristã dos leigos enquanto tal" (art. 131).
Compete-lhe animar os leigos a fim de que participem na vida e na missão da Igreja do modo que lhes é próprio, quer como indivíduos quer como membros de associações, sobretudo para que cumpram a sua missão peculiar de permear de espírito evangélico a ordem das realidades temporais.
Favorece a cooperação dos leigos na instrução catequética, na vida litúrgica e sacramental e nas obras de misericórdia, de caridade e de promoção social.
O mesmo acompanha e dirige reuniões internacionais e outras iniciativas inerente ao apostolado dos leigos.
No âmbito da própria competência o Conselho trata tudo o que se refere às associações laicais dos fiéis; erige as que têm um caráter internacional e aprova ou reconhece os seus estatutos, salva-guardada a competência da Secretaria de Estado; quanto às Terceiras Ordens Seculares e cuida apenas daquilo que se refere à sua atividade apostólica.
Este dicastério é responsável pela organização das Jornadas Mundiais da Juventude, criadas sob a inspiração do Papa João Paulo II, que fez muitos esforços para que a igreja se aproximasse da juventude.
As Jornadas da Juventude foram antecedidas de dois acontecimentos importantes: o primeiro encontro foi no dia 22 de abril de 1984, no Ano Santo da Redenção, quando João Paulo II, reuniu os jovens para celebrarem o seu jubileu particular, dentro das celebrações do Ano Santo. Nesta ocasião lhes entregou uma cruz que acompanha as jornadas até hoje; o segundo encontro foi no dia 30 de abril de 1985, quando João Paulo II se encontrou com os jovens por ocasião do Ano Internacional da Juventude, proclamado pela ONU.
Em 1985, o Papa escreve a Carta Apostólica Dilecti Amici, dedicada aos Jovens e no mesmo ano cria as Jornadas Mundiais da Juventude, celebradas todos os anos, sendo que de tempos em tempos é realizada a jornada especial em um país diferente.
Aqui vamos elencar somente as Jornadas feitas em países diferentes, sempre com a participação do Papa.
2000:XV Jornada Mundial da Juventude (Roma - Itália), encontro realizado no contexto do Grande Jubileu. Foi o maior encontro em participação de jovens.
O Pontifício Conselho para a Família (Pontificium Consilium pro Familia) foi instituido pelo Papa João Paulo II com o Motu Próprio Familia a Deo Instituta em1981, substituindo o Comitê para a Família, que foi criado por Paulo VI, em 1973.
O Conselho é responsável pela promoção do ministério pastoral e o apostolado da família, em aplicação dos ensinamentos e das orientações do magistério eclesiástico, de modo que as famílias cristãs sejam auxiliadas a cumprir a missão educativa e apostólica da qual são chamadas.
Ajuda a promover o cuidado pastoral das famílias, favorece os seus direitos e a sua dignidade na Igreja e na sociedade civil, a fim de que possam desempenhar cada vez melhor as suas próprias funções.
O Pontifício Conselho cuida do aprofundamento da doutrina sobre a família e da sua divulgação mediante uma catequese adequada: favorece de modo particular os estudos sobre a espiritualidade do matrimônio e da família.
Preocupa-se por que, em pleno entendimento com os Bispos e os seus organismos, sejam exatamente conhecidas as condições humanas e sociais da instituição familiar nas diversas regiões, e, de igual modo, por que sejam divulgadas as iniciativas que ajudam a pastoral familiar.
Esforça-se por que sejam reconhecidos e defendidos os direitos da família, também na vida social e política; e por isso sustém e coordena as iniciativas em defesa da vida humana desde a sua concepção até o seu ocaso natural, e em favor da procriação responsável.
Encontro Mundial das Famílias
Este dicastério promove e organiza os encontros mundiais do Papa com as famílias, desde 1994, Ano Internacional da Família.
Pontifícia Academia para a Vida é uma academia científica criada em 11 de fevereiro de 1994 pelo Papa João Paulo II, através do Motu proprioVitae Mysterium.
Tem por objetivo estudar, informar e formar sobre os principais problemas debiomedicina e de direito, relativos à promoção e à defesa da vida, sobretudo na relação direta que estes têm com a moral cristã e as diretrizes do Magistério da Igreja. Para realizar estes fins, em outubro de 1994 foi instituída uma fundação denominada Vitae Mysterium.
A Pontifícia Academia para a Vida goza de autonomia e mantém relações com o "Pontifício Conselho para a Pastoral dos Agentes de Saúde" e com vários outros dicastérios da Cúria Romana envolvidos com o serviço à vida humana.
A Academia tem caráter supra-nacional, a ela pertencem setenta membros, todos nomeados pelo Papa, representantes dos mais diversos ramos das ciências biomédicas e daquelas relacionadas com os problemas que dizem respeito à promoção e defesa da vida humana. Possui também três outros membros "ad honorem" e membros correspondentes que trabalham em institutos e centros de estudo sobre a cultura da vida.
A Academia tem tambèm um Conselho Diretor de cinco acadêmicos.
Papa Francisco: «A catequese tem de ir além da esfera da escola '
A nova evangelização é "consciente do amor misericordioso do Pai, que também nos torna instrumentos de salvação para nossos irmãos." O Papa Francisco disse sexta-feira os participantes da plenária do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização , que tem sido o "tema do relacionamento entre evangelização e catequese ".
O Santo Padre recordou que confiou o Ano Santo da Misericórdiaeste dicastério para "parecer mais evidente que o dom de misericórdia é a mensagem que a Igreja é chamada a transmitir na sua obra de evangelização nesta época grandes mudanças ". A missão é sempre a mesma, mas a "linguagem de proclamar o Evangelho exige ser renovado com sabedoria pastoral", disse Francisco.
Assim, o Papa recordou que neste momento tem grandes desafios e não devemos ter medo de "fazer o nosso próprio." De fato, "apenas na medida em que fazemos cuidado, nós somos capazes de fornecer respostas consistentes porque eles são feitos à luz do Evangelho".
O Papa disse em seu discurso que é isso que as pessoas esperam hoje da Igreja: "você sabe caminhar com eles a empresa que oferece o testemunho de fé, que é em solidariedade com todos, especialmente com aqueles que estão mais sozinhos e marginalizados. "
Muitos pobres esperam que o Evangelho que liberta! Muitos homens e mulheres nas periferias existenciais geradas pela sociedade de consumo, esperamos que nossa proximidade e solidariedade!, Exclamou.
Ele também enfatizou a importância de "catequese como um espaço no qual a vida de cristãos maduros, porque experimentou a misericórdia de Deus." Mas não com uma idéia abstrata de misericórdia ", mas uma experiência concreta que nós compreendemos nossa fraqueza e da força que vem do alto". Ele também confirmou que "nós invocamos o auxílio já é o primeiro passo da misericórdia de Deus para conosco." Ele vem para salvar --ha condição asegurado-- de fraqueza em que vivemos. E sua ajuda é para nos fazer compreender a sua presença e proximidade. Todos os dias, tocado por sua compaixão, também podemos nos tornar compassivo para todos nós.
Por outro lado, ele também observou que o Espírito Santo, que é o protagonista da evangelização é também o arquiteto do crescimento da Igreja na compreensão da verdade de Cristo. Ele é --ha proseguido-- que abre os corações dos crentes e transforma a experiência do perdão recebido pode se tornar o amor pelos irmãos.
Durante seu discurso, o Papa explicou que a questão de como estamos educando a fé não é retórica, mas essencial. A resposta exige "coragem, criatividade e determinação para tomar caminhos às vezes até inexploradas."
Por fim, o Bispo de Roma disse que a catequese precisa ir além da esfera escolar simples para educar os crentes, desde crianças a encontrar Cristo, que vive e age na sua Igreja. E "o encontro com Ele é o que desperta o desejo de conhecer melhor e, portanto, de seguir e tornar-se seus discípulos." Por este motivo, o Papa reconheceu que "o desafio da nova evangelização e da catequese, portanto, é jogado precisamente sobre este ponto fundamental: como encontrar Cristo, que é o lugar mais consistente para encontrar e seguir."
SEGUE ABAIXO DOC. DA CNBB SOBRE CATEQUESE RENOVADA ORIENTAÇÕES E CONTEÚDO
Inês Broshuis fala como surgiu o documento Catequese Renovada e suas principais características.
Inês foi assessora nacional de Catequese e atua na Catequese do Regional Leste 2 e na arquidiocese de Belo Horizonte. Participou da elaboração do Documento Catequese Renovada e do processo de divulgação e implantação de uma catequese renovada.
Para facilitar a visualização a entrevista foi dividida em vários vídeos. Click no link e Confira!
Vídeo 5 - Catequese Renovada e a Vida em Comunidade
Vídeo 6 - O que o Doc. Catequese Renovada provocou na Formação de Catequistas
Equipe do Catequese Hoje
04.09.2013
Princípios para uma catequese renovada
Neste artigo, encontra-se um breve resumo da segunda parte do Documento nº 26: Catequese Renovada (Orientações e conteúdo) – CNBB, 1983
“A renovação atual da catequese nasceu para responder aos desafios de uma nova situação histórica. Esta exige a formação de uma comunidade cristã missionária que anuncie, na sua autenticidade, o Evangelho e o torne fermento de “comunhão e participação na sociedade e de libertação integral do homem” (CR 30).
Daí a necessidade de uma evangelização renovada, diz o Diretório Catequético Geral (1971), nº 2: “Impõe-se uma evangelização renovada e não apenas baseada na tradição cultural. Os homens que crêem hoje não são inteiramente iguais aos homens que creram em épocas passadas. Surge, daí, a necessidade de assegurar a perenidade da fé e, ao mesmo tempo, de propor a mensagem da salvação de maneira nova”. Mas não uma nova mensagem.
“A catequese, de fato, tem por objetivo último fazer ecoar e repercutir a Palavra de Deus”(CR 30).
A. Revelação e Catequese
“Deus, em sua bondade e sabedoria, quis revelar-se a si mesmo... Deus fala aos homens como a amigos e com eles conversa” (DV 2).
Mas... ... como Deus fala? ... que comunica? ... a quem se dirige? ... que obstáculos encontra?
Procura orientá-la, aproximá-la de si” (CR 43)
E o ponto alto da revelação de Deus encontra-se na Encarnação de seu Filho Jesus. E, Cristo, “é Ele próprio o primeiro e o maior dos evangelizadores” (EN 7). “É a própria ‘Palavra de Deus ’feita carne’ (CR 50) e que permanece na Igreja que nasce da ação evangelizadora dos doze apóstolos e é enviada por Jesus. Assim, é a Igreja toda que recebe a missão de evangelizar” (EN 15).
Jesus, então, para manter inalterado e vivo o Evangelho, suscitou e conserva na Igreja a Tradição, a Escritura e o Magistério, onde as “comunidades dos discípulos de Jesus não estão a serviço de si próprios, mas dos outros” (CR 66).
B. Exigências da Catequese
B.1 Fidelidade a Deus e ao homem
“Fidelidade a Deus e ao homem, portanto. Não como sendo duas preocupações diferentes, mas como uma única atitude espiritual: o amor”(CR 78-79).
B.2 Fidelidade às fontes
Revelação, Tradição, Liturgia, Credo, Pai Nosso, ...
B.3 Critérios de unidade, organicidade e autenticidade
Unidade: Se faz ao redor da Pessoa de Jesus Cristo. É o cristocentrismo da catequese.
Integridade do conteúdo: "Aqueles que se tornaram discípulos de Cristo têm o direto de receber a ‘palavra da fé‘ não mutilada, falsificada ou diminuída, mas sim plena e integral, com todo o seu rigor e com todo o seu vigor."(CT 30).
Organicidade: Hierarquia das verdades – isto não significa que algumas verdades pertençam à fé menos que outras, mas que algumas verdades se fundam sobre outras mais importantes, e são por elas iluminadas".
Adaptação: Leva em contas as condições dos catequisandos.
B.4 Dimensões da catequese
Cristológica: referência a Cristo (bíblica, litúrgica...) Eclesiológica: referência à Igreja (comunitária, vocacional...) Escatológica: referência ao reino futuro.
B.5 Interação
“Na catequese realiza-se uma interação (um relacionamento mútuo e eficaz entre a experiência de vida e a formulação de fé; entre a vivência atual e o dado da tradição)" (CR 113)
B.6 Lugares da catequese
Comunidade cristã: "Lugar ou ambiente normal da catequese” (CR 118). E também: a família, escola, associações... Catequese com adultos: "deve ser o modelo ideal e a referência, a que se devem subordinar todas as outras formas de atividades catequéticas" (CR 120).
B.7 Catequese segundo idades e situações
“Sempre mais se impõe uma educação permanente da fé que acompanhe o homem por toda a vida e se integre em seu crescimento global” (CR 49).
Adultos: “Urge que os adultos façam uma opção mais decisiva e coerente pelo Senhor e sua causa, ultrapassando a fé individualista, intimista e desencarnada” (CR 130).
Crianças, adolescentes e jovens: “Uma das tarefas essenciais dos pais e da comunidade eclesial é criar ambiente e apoio para que a criança, o adolescente e o jovem caminhem para a maturidade da fé” (CR 131).
Excepcionais: “A família e a comunidade deverão colocar-se à disposição deles, todos os recursos necessários para acolhê-los como membros plenos de sua comunhão, e para o possível conhecimento de Jesus Cristo” (CR 142).
Outras situações: “A comunidade deve prestar particular atenção e procurar os meios adequados para ir ao encontro das necessidades catequéticas daquelas categorias de pessoas que, por sua condição de vida mais dificilmente podem participar da vida normal da comunidade cristã” (CR 143).
B.8 Missão e formação do catequista
“A formação deve ter o cuidado de não somente desenvolver a capacitação didática e técnica do catequista, mas também, e, principalmente sua vivência pessoal e comunitária da fé e seu compromisso com a transformação do mundo, a fim de que a atuação do catequista, nunca esteja separada do testemunho de vida” (CR 150).
Muitos elementos culturais, didáticos e sobretudo morais são necessários para dar ao catequista o privilégio e a eficácia que o devem qualificar.
B.9 Textos e manuais de catequese
“Espera-se de um bom texto de catequese que, além da clareza doutrinária, encaminhe satisfatoriamente as atividades educativas da fé”(CR 156).
“O uso dos manuais não deve substituir a leitura da Bíblia, livro de catequese por excelência, mas orientar para ela.”(CR 154).
Houve a necessidade de atualizar os métodos pedagógicos na catequese, enriquecendo-os com os recursos de que dispomos atualmente. Tal renovação é positiva quando bem orientada e fiel ao magistério. Urge, conforme diz o Papa João Paulo II no documento Catechesi Tradendae (A Catequese Hoje), que transmitamos uma fé profunda e autêntica que apresente com clareza toda a beleza do Evangelho, sem reduções de nenhuma espécie.
Siglas utilizadas:
CR – Catequese Renovada CT – Catechesi Tradendae DV – Dei Verbum EV – Evangelium Nuntiandi
7 Pecados Capitais 7 Virtudes Opostas
Orgulho ou soberba Humildade
Avareza Generosidade
Inveja Caridade
Ira Mansidão
Luxúria ou Impureza Castidade
Gula Temperança
Preguiça Diligência
OS 7 PECADOSCAPITAIS
São como veneno em nossa vida. corroem a alma.
1. Soberbarelativo ao nosso orgulho, onde nos achamos melhor que todo mundo, não respeitando o próximo e passando por cima de tudo e de todos. Você se torna o seu próprio Deus pois a glória de tudo o que você faz sempre vai para você mesmo. O seu umbigo passa a ser o centro do universo. (Eclo 10,15; Romanos 3,27; Gálatas 6,4; Mateus 18,3)
2. Avareza relativo ao apego e ao amor ao dinheiro. O dinheiro passa a ser tudo para você e você acredita que com o dinheiro pode fazer tudo e comprar tudo, inclusive as pessoas. As pessoas passam a valer menos que seu dinheiro. Seu deus se torna o dinheiro. (Mt 6,24; 1Timóteo 6,10; Marcos 10,21-22; João 12,5-6)
3. Luxúria relativo ao apego aos prazeres sexuais. Sua vida passa a girar em torno do sexo. Se você vê um homem/mulher já pensa em sexo. Como exemplo da luxúria podemos citar: o adultério (traição) e a fornicação (sexo no namoro ou sexo fora do casamento), cobiçar a mulher/homem do próximo, a masturbação, o homossexualismo e lesbianismo, a zoofilia (sexo com animais). (2Pedro 2,13; Levítico 18, 20.22; Êxodo 20,17; Mateus 5,27; 1Coríntios 6,15; Gênesis 38,9-10)
4. Ira quando brigamos a qualquer momento e com qualquer pessoa mesmo sem ter motivo. Quando guardamos mágoa ou rancor por alguém e não perdoamos as 70x7 que Jesus nos manda. (Mt 5,22; 21,12; 23,27)
5. Gula quando comemos até não agüentar mais, chegando até mesmo a passar mal. Quando já saciamos nossa fome mas comemos o bife do outro deixando-o sem comida. (Filipenses 3,19; Isaías 5,11)
6. Inveja quando queremos ter algo igual só porque nosso próximo tem, trata-se do famoso olho gordo. Relativo a cobiça e a todo tipo de inveja, inveja da mulher, inveja das amizades, inveja do emprego, inveja dos bens materiais, etc. (Sabedoria 2,24; Gênesis 4,1-16; Mateus 10,42-43; 20,1-16; Gênesis 37,4; 1Samuel 18,6-16)
7. Preguiça. quando temos todo tempo do mundo a nossa disposição e mesmo assim deixamos de fazer as boas coisas em função de Deus e do próximo. (Eclesiástico 33,28-29; Provérbios 24,30-31; Ezequiel 16,49; Mt 20,6)
AS VIRTUDES OPOSTAS
São como perfumes em nossa alma. Combatem os vicios capitais.
Humildade
É o reconhecimento de nossa pequenez. No final das contas. É e verdade sobre nó mesmos, sabendo que tudo é Dom de Deus. Devemos recorrer a Nossa Senhora, que foi exemplo de humildade, para pedir essa virtude.
Generosidade
É o despojamento quanto aos bens materiais, compartilhando-os com aqueles que necessitam. Daí e vos será dado-disse Jesus. Deus ama o que dá com alegria. Deus é generoso com seus filhos, portanto, todo cristão deve ser generoso com seu próximo.
Caridade
É o olhar bom para o próximo, o amor para o próximo. Amar nosso irmão sem julgá-lo. Ter paciência, perdoar sempre o irmão e a comunidade.
O desafio da caridade é se alegrar com o bem do irmão. Devemos amar nosso irmão com palavras e obras.
Mansidão
É a força revestida de veludo. É a calma, a tranqüilidade e o equilíbrio emocional. A mansidão é necessária para agradar a Deus, para a convivência e para manter a paz.
Castidade
É o respeito de nosso corpo e ao corpo do próximo. É o 6º mandamento da Lei de Deus.
Temperança
Consiste em conservar o nosso corpo,a paz interior, a saúde. Por exemplo, ter uma alimentação balanceada, se livrar de substâncias que envenenem nosso organismo, etc.
Diligência
A palavra diligência vem de diliger = amar. É não se cansar de fazer as coisas, valorizando-as sempre. Caracteriza-se pela garra, força e amor.
1 - Batismo
O Batismo é entendido como o sacramento que abre as portas da vida cristã ao batizado, incorporando-o à comunidade católica, ao grande Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja em si. Este ritual de iniciação cristã é feito normalmente com água sobre o batizando, através de imersão,efusão ou aspersão. Ou, utilizando outras palavras do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, "o rito essencial des te sacramento consiste em imergir na água o candidato ou em derramar a água sobre a sua cabeça, enquanto é invocado o Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". O Baptismo significa imergir "na morte de Cristo e ressurgir com Ele como nova criatura" .
O Batismo perdoa o pecado original e todos os pecados pessoais e as penas devidas ao pecado. Possibilita aos batizados a participação na vida trinitária de Deus mediante a graça santificante e a incorporação em Cristo e na Igreja. Confere também as virtudes teologais e os dons do Espírito Santo. Uma vez batizado, o cristão é para sempre um filho de Deus e um membro inalienável da Igreja e também pertence para sempre a Cristo .
Embora o Batismo seja fundamental para a salvação, os catecúmenos, todos aqueles que morrem por causa da fé (Batismo de sangue), [...] todos os que sob o impulso da graça, sem conhecer Cristo e a Igreja, procuram sinceramente a Deus e se esforçam por cumprir a sua vontade (Batismo de desejo), conseguem obter a salvação sem serem batizados porque, segundo a doutrina da Igreja Católica, Cristo morreu para a salvação de todos. Quanto às crianças mortas sem serem batizadas, a Igreja na sua liturgia confia-as à misericórdia de Deus, que é ilimitada e infinita .
Na Igreja Católica, o Batismo é dado tanto às crianças como aos convertidos adultos que não tenham sido antes batizados validamente (o batismo da maior parte das igrejas cristãs é considerado válido pela Igreja Católica visto que se considera que o efeito chega diretamente de Deus independentemente da fé pessoal, embora não da intenção, do sacerdote).
Mas, a Igreja Católica insiste no batismo às crianças porque "tendo nascido com o pecado original, elas têm necessidade de ser libertadas do poder do Maligno e de ser transferidas para o reino da liberdade dos filhos de Deus" . Por essa razão, a Igreja recomenda os seus fiéis a fazerem tudo para evitar que uma pessoa não batizada venha a morrer em sua presença sem a graça do batismo. Assim, embora o sacramento deva ser ministrado por um sacerdote, diante de um enfermo não batizado, qualquer pessoa pode e deve batizá-lo, dizendo "Eu te batizo, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo", enquanto que, com o polegar da mão direita, desenha uma cruz sobre a testa, a boca e o peito do enfermo .
O fato de que o batismo seja geralmente ministrado a crianças recém-nascidas, que, por isso, não estão entrando na vida cristã por vontade própria, explica que se requeira a estas pessoas a recepção de um outro sacramento, a Crisma, quando cheguem a uma idade em que tenham discernimento e capacidade intelectual suficiente para professarem conscientemente a sua fé e decidirem se querem ou não permanecer na Igreja Católica. Se sim, então estarão, neste caso, confirmando a decisão que os seus pais ou responsáveis fizeram em seu nome no dia do seu batismo. Entretanto, como este sacramento imprime caráter, quem recebeu o batismo, independente de que o confirme ou não através do sacramento do Crisma ou Confirmação, estará batizado para sempre.
Na Igreja Católica, o sacramento do batismo tem vários símbolos, mas existem quatro principais, que são eles: água, óleo, veste branca e a vela. Cada um representa um mistério na vida do batizado. Além desses símbolos (que são os principais) o rito romano ainda estabelece o sal, mas este símbolo só é usado conforme as orientações pastorais das Igrejas particulares.
Vejamos os significados dos símbolos:
- Água: Representa a passagem da vida "pagã" para uma "nova vida". Ela tem o fator de purificação, lavando-nos do pecado original.
- Óleo: Representa a fortaleza do Espírito Santo. Antigamente, os lutadores usavam o óleo antes das lutas para deixarem seus músculos rígidos e assim poderem vencer. Na nova vida adquirida pelo batismo ele tem a mesma função, revestir o batizado para as lutas cotidianas contra as ciladas do maligno.
- Veste branca: Representa a nova vida adquirida pelo batismo. Quando tomamos banho vestimos uma roupa limpa, no batismo não seria diferente. Somos lavados na água e vestidos de uma nova vida.
- Vela: Tem dois significados: o Espírito Santo e o dom da fé. Pelo batismo somos revestidos de muitas graças e a principal é o Espírito Santo, pois seremos unidos a Deus como filhos para sermos santificados e esta santificação é realizada através do Espírito Santo. A fé é um dom fundamental para nossa vida, é através dela que reconhecemos Deus e por ela recebemos as suas graças.
2 - Crisma ou Confirmação
Confirmação do Batismo ou Crisma o batizado reafirma sua fé em Cristo, sendo ungido durante a cerimônia, recebendo os sete dons do Espírito Santo. A unção é feita pelo Bispo ou padre autorizado, com óleo abençoado na quinta-feira da Semana Santa.
É um sacramento instituído para dar oportunidade a uma pessoa - que foi batizada por decisão alheia e que tem, perante a Igreja, compromissos assumidos por outras pessoas em seu nome diante da pia batismal – de confirmar o desejo de ser membro da família cristã dentro da Igreja Católica e de reafirmar aqueles compromissos, depois de atingir a “idade da razão”.
Simplificadamente, a cerimônia consiste na renovação das “promessas do batismo”, mediante perguntas do Bispo, que em geral a preside, feitas em voz alta e do mesmo modo respondidas pelo crismando perante a comunidade.
Como o batismo, o Crisma também imprime caráter, podendo ser ministrado apenas uma vez a cada pessoa.
Por ser um ato de afirmação de compromissos, a pessoa pode jamais receber o crisma ou, indo participar da cerimônia, deixar de confirmar esses compromissos.
De qualquer modo, quem não foi crismado ou quem se recusou a renovar os compromissos do batismo, pode fazê-lo em qualquer tempo.
O Crisma é, portanto, um sacramento dependente, complementar ao batismo, já que não tem qualquer significação se ministrado a quem não tenha sido batizado.
3 - Eucaristia
É a celebração em memória de Cristo, recordando a santa ceia, a paixão e a ressurreição, em que o Cristão recebe a hóstia consagrada.
É o sacramento culminante, que dá aos fieis a oportunidade de receber e ingerir fisicamente o que consideram como sendo o corpo de Jesus Cristo, em que se transformou o pão consagrado pelo sacerdote, assim como o vinho se transforma no Seu sangue.
No sacramento da Eucaristia, a hóstia consagrada (o pão) é distribuída aos fiéis, que a colocam na boca e ingerem lenta e respeitosamente.
Para receber a hóstia, o fiel deve estar em “estado de graça”, ou seja, deve ter antes confessado os seus pecados e recebido o perdão divino através do sacramento da Confissão ou Penitência.
A consagração não faz parte do sacramento da eucaristia. É um rito precedente e separado. É um ato que só os sacerdotes têm o poder de praticar.
A Igreja Católica sustenta que, quando o sacerdote pronuncia as palavras rituais “Isto é o meu corpo” em relação pão e “Isto é o meu sangue” em relação vinho, acontece um fenômeno chamado transubstanciação, ou seja, a substância material que constitui o pão se converte no corpo de Cristo e a que constitui o vinho se transmuda no Seu sangue.
O pão transubstanciado é distribuído aos fiéis que, ao ingerirem a hóstia estão ingerindo o corpo de Cristo. A Eucaristia é considerada o sacramento da ação de graças, na acepção da palavra original grega εὐχαριστία (transc. "eukharistia").
4 - Reconciliação ou Penitência
É a confissão dos pecados a um sacerdote, que aplica a penitência para, uma vez cumprida, propiciar a reconciliação com Cristo. Por outras palavras, é o sacramento que dá ao cristão católico a oportunidade de reconhecer as suas faltas e, se delas estiver arrependido, ser perdoado por Deus.
O reconhecimento das faltas é a sua confissão a um sacerdote, que pode ouví-la em nome de Deus e conceder àquele fiel o Seu perdão.
Do ponto de vista formal, o confessante se ajoelha perante um sacerdote, o confessor, e a ele declara que pecou, que deseja confessar o que fez e pedir a Deus que perdoe os seus pecados.
Após ouvi-lo, cabe ao sacerdote oferecer as suas palavras de conselho, de censura, de orientação e conforto ao penitente, recomendando a penitência a ser cumprida.
O confessado deve rezar a oração denominada Ato de Contrição, após o que o sacerdote profere as palavras do perdão e abençoa o penitente, que se retira para cumprir a penitência que lhe foi prescrita.
A Igreja Católica considera o sacramento da penitência um ato purificador, que deve ser praticado antes da Eucaristia, para que esta seja recebida com a alma limpa pelo perdão dos pecados. Mas, entende-se também que esse efeito purificador é salutar, sendo benéfico para o espírito cada vez que é praticado.
Um dos mais rígidos deveres impostos ao sacerdote pela Igreja é o segredo da confissão.
O sacerdote é rigorosamente e totalmente proibido de revelar o que ouve dos fiéis no confessionário. O descumprimento desse dever é considerado um dos maiores e mais graves pecados que um sacerdote pode cometer e o sujeita a penalidades severíssimas impostas pela Igreja.
5 - Unção dos enfermos
A Unção dos enfermos é o sacramento pelo qual o sacerdote reza e unge os enfermos para estimular-lhes a cura mediante a fé, ouve deles os arrependimentos e promove-lhes o perdão de Deus. Este sacramento Pode ser dado a qualquer pessoa que se encontra em estado de enfermidade, e não somente a pessoas que estão em estado de falecer a qualquer momento.
6 - Ordem
O sacramento da ordem concede a autoridade para exercer funções e ministérios eclesiásticos que se referem ao culto de Deus e à salvação das almas. É dividido em três graus:
O Episcopado: Confere a plenitude da ordem e torna o candidato legítimo sucessor dos apóstolos e lhe é confiado os ofícios de ensinar, santificar e reger.
O Presbiterado: Configura o candidato ao Cristo sacerdote e bom pastor.É capaz de agir em nome de Cristo cabeça e ministrar o culto divino.
O Diaconato: Confere ao candidato a ordem para o serviço na Igreja, através do culto divino, da pregação, da orientação e sobretudo, na caridade.
7 - Matrimônio
O sacramento que, estabelecendo e santificando a união entre um homem e uma mulher, funda uma nova família cristã. Matrimônio é o casamento entre homem e mulher, celebrado na Igreja e santificado na indissolubilidade e na fidelidade;
É um dos sacramentos que imprimem caráter, embora de forma distinta do batismo, do crisma e da ordem. Estes três últimos deixam no fiel que o recebe uma marca indelével que o acompanha por toda a eternidade. Quem foi batizado ou crismado, quem foi ordenado sacerdote terá essa condição independente de qualquer coisa, inclusive de que decida depois converter-se a outro credo religioso ou abandonar o sacerdócio.
O matrimônio imprime caráter sobre o casal, sobre o conjunto que os dois nubentes passaram a formar, e é, por isso, doutrinariamente indissolúvel. O caráter impresso pelo matrimônio se dissolve com a morte de um dos cônjuges. É um sacramento que só se consuma havendo dois participantes. A morte de um dissolve o casal, extinguindo o matrimônio.
Outra característica peculiar do sacramento do matrimônio é que não é ministrado pelo sacerdote, mas pelos noivos que, realizando o sacramento perante a Igreja, pedem e recebem do sacerdote a bênção para a nova família que está nascendo.