Criar uma Loja Virtual Grátis
Translate to English Translate to Spanish Translate to French Translate to German Translate to Italian Translate to Russian Translate to Chinese Translate to Japanese




ONLINE
14




Partilhe esta Página



 

       

         



Total de visitas: 189110
EVANGELHO II
EVANGELHO II

20 "Contudo, Deus lhe disse: 'Insensato! Esta mesma noite a sua vida será exigida. Então, quem ficará com o que você preparou?'

21 "Assim acontece com quem guarda para si riquezas, mas não é rico para com Deus".

Não se preocupem

22 Dirigindo-se aos seus discípulos, Jesus acrescentou: "Portanto eu digo a vocês: Não se preocupem com sua própria vida, quanto ao que comer; nem com seu próprio corpo, quanto ao que vestir.

23 A vida é mais importante do que a comida, e o corpo, mais do que as roupas.

24 Observem os corvos: não semeiam nem colhem, não têm armazéns nem celeiros; contudo, Deus os alimenta. E vocês têm muito mais valor do que as aves!

25 Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?

26 Visto que vocês não podem sequer fazer uma coisa tão pequena, por que se preocupar com o restante?

27 "Observem como crescem os lírios. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu digo a vocês que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles.

28 Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, quanto mais vestirá vocês, homens de pequena fé!

29 Não busquem ansiosamente o que comer ou beber; não se preocupem com isso.

30 Pois o mundo pagão é que corre atrás dessas coisas; mas o Pai sabe que vocês precisam delas.

31 Busquem, pois, o Reino de Deus, e essas coisas serão acrescentadas a vocês.

32 "Não tenham medo, pequeno rebanho, pois foi do agrado do Pai dar o Reino a vocês.

33 Vendam o que têm e deem esmolas. Façam para vocês bolsas que não se gastem com o tempo, um tesouro nos céus que não se acabe, onde ladrão algum chega perto e nenhuma traça destrói.

34 Pois, onde estiver o seu tesouro, ali também estará o seu coração. 

Sejam vigilantes

35 "Estejam prontos para servir e conservem acesas as suas candeias,

36 como aqueles que esperam seu senhor voltar de um banquete de casamento; para que, quando ele chegar e bater, possam abrir-lhe a porta imediatamente.

37 Felizes os servos cujo senhor os encontrar vigiando, quando voltar. Eu afirmo que ele se vestirá para servir, fará que se reclinem à mesa, e virá servi-los.

38 Mesmo que ele chegue de noite ou de madrugada, felizes os servos que o senhor encontrar preparados.

39 Entendam, porém, isto: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não permitiria que a sua casa fosse arrombada.

40 Estejam também vocês preparados, porque o Filho do homem virá numa hora em que não o esperam".

41 Pedro perguntou: "Senhor, estás contando esta parábola para nós ou para todos?"

42 O Senhor respondeu: "Quem é, pois, o administrador fiel e sensato, a quem seu senhor encarrega dos seus servos, para lhes dar sua porção de alimento no tempo devido?

43 Feliz o servo a quem o seu senhor encontrar fazendo assim quando voltar. 

44 Garanto que ele o encarregará de todos os seus bens.

45 Mas suponham que esse servo diga a si mesmo: 'Meu senhor se demora a voltar', e então comece a bater nos servos e nas servas, a comer, a beber e a embriagar-se.

46 O senhor daquele servo virá num dia em que ele não o espera e numa hora que não sabe e o punirá severamente e lhe dará um lugar com os infiéis.

47 "Aquele servo que conhece a vontade de seu senhor e não prepara o que ele deseja, nem o realiza, receberá muitos açoites.

48 Mas aquele que não a conhece e pratica coisas merecedoras de castigo, receberá poucos açoites. A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido.

 

Não paz mas divisões

49 "Vim trazer fogo à terra, e como gostaria que já estivesse aceso!

50 Mas tenho que passar por um batismo, e como estou angustiado até que ele se realize!

51 Vocês pensam que vim trazer paz à terra? Não, eu digo a vocês. Ao contrário, vim trazer divisão!

52 De agora em diante haverá cinco numa família divididos uns contra os outros: três contra dois e dois contra três.

53 Estarão divididos pai contra filho e filho contra pai, mãe contra filha e filha contra mãe, sogra contra nora e nora contra sogra".

 

 

 

 

Os sinais dos tempos

54 Dizia ele à multidão: "Quando vocês veem uma nuvem se levantando no ocidente, logo dizem: 'Vai chover', e assim acontece.

55 E quando sopra o vento sul, vocês dizem: 'Vai fazer calor', e assim ocorre.

56 Hipócritas! Vocês sabem interpretar o aspecto da terra e do céu. Como não sabem interpretar o tempo presente?

57 "Por que vocês não julgam por si mesmos o que é justo?

58 Quando algum de vocês estiver indo com seu adversário para o magistrado, faça tudo para se reconciliar com ele no caminho; para que ele não o arraste ao juiz, o juiz o entregue ao oficial de justiça, e o oficial de justiça o jogue na prisão.

59 Eu digo que você não sairá de lá enquanto não pagar o último centavo".

Chamada ao arrependimento

1 Naquela ocasião, alguns dos que estavam presentes contaram a Jesus que Pilatos misturara o sangue de alguns galileus com os sacrifícios deles.

2 Jesus respondeu: "Vocês pensam que esses galileus eram mais pecadores que todos os outros, por terem sofrido dessa maneira?

3 Eu digo que não! Mas, se não se arrependerem, todos vocês também perecerão.

4 Ou vocês pensam que aqueles dezoito que morreram, quando caiu sobre eles a torre de Siloé, eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém?

5 Eu digo que não! Mas se não se arrependerem, todos vocês também perecerão".

6 Então contou esta parábola: "Um homem tinha uma figueira plantada em sua vinha. Foi procurar fruto nela, e não achou nenhum.

7 Por isso disse ao que cuidava da vinha: 'Já faz três anos que venho procurar fruto nesta figueira e não acho. Corte-a! Por que deixá-la inutilizar a terra?'

8 "Respondeu o homem: 'Senhor, deixe-a por mais um ano, e eu cavarei ao redor dela e a adubarei.

9 Se der fruto no ano que vem, muito bem! Se não, corte-a' ".

Uma aleijada é curada no sábado

10 Certo sábado Jesus estava ensinando numa das sinagogas,

11 e ali estava uma mulher que tinha um espírito que a mantinha doente havia dezoito anos. Ela andava encurvada e de forma alguma podia endireitar-se.

12 Ao vê-la, Jesus chamou-a à frente e lhe disse: "Mulher, você está livre da sua doença".

13 Então lhe impôs as mãos; e imediatamente ela se endireitou e passou a louvar a Deus.

14 Indignado porque Jesus havia curado no sábado, o dirigente da sinagoga disse ao povo: "Há seis dias em que se deve trabalhar. Venham para ser curados nesses dias, e não no sábado".

15 O Senhor lhe respondeu: "Hipócritas! Cada um de vocês não desamarra no sábado o seu boi ou jumento do estábulo e o leva dali para dar-lhe água?

16 Então, esta mulher, uma filha de Abraão a quem Satanás mantinha presa por dezoito longos anos, não deveria no dia de sábado ser libertada daquilo que a prendia?"

17 Tendo dito isso, todos os seus oponentes ficaram envergonhados, mas o povo se alegrava com todas as maravilhas que ele estava fazendo.

Ilustrações da semente de mostarda e do fermento

18 Então Jesus perguntou: "Com que se parece o Reino de Deus? Com que o compararei?

19 É como um grão de mostarda que um homem semeou em sua horta. Ele cresceu e se tornou uma árvore, e as aves do céu fizeram ninhos em seus ramos".

20 Mais uma vez ele perguntou: "Com que compararei o Reino de Deus?

21 É como o fermento que uma mulher misturou com uma grande quantidade de farinha, e toda a massa ficou fermentada".

 

 

 

 

 

 

 

 

O negociante esperto

1 Jesus disse aos seus discípulos: "O administrador de um homem rico foi acusado de estar desperdiçando os seus bens.

2 Então ele o chamou e lhe perguntou: 'Que é isso que estou ouvindo a seu respeito? Preste contas da sua administração, porque você não pode continuar sendo o administrador'.

3 "O administrador disse a si mesmo: 'Meu senhor está me despedindo. Que farei? Para cavar não tenho força e tenho vergonha de mendigar...

4 Já sei o que vou fazer para que, quando perder o meu emprego aqui, as pessoas me recebam em suas casas'.

5 "Então chamou cada um dos devedores do seu senhor. Perguntou ao primeiro: 'Quanto você deve ao meu senhor?'

6 'Cem potes de azeite', respondeu ele.
"O administrador lhe disse: 'Tome a sua conta, sente-se depressa e escreva cinquenta'.

7 "A seguir ele perguntou ao segundo: 'E você, quanto deve?' 'Cem tonéis de trigo', respondeu ele.
"Ele lhe disse: 'Tome a sua conta e escreva oitenta'.

8 "O senhor elogiou o administrador desonesto, porque agiu astutamente. Pois os filhos deste mundo são mais astutos no trato uns com os outros do que os filhos da luz.

9 Por isso, eu digo: Usem a riqueza deste mundo ímpio para ganhar amigos, de forma que, quando ela acabar, estes os recebam nas moradas eternas.

10 "Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito, e quem é desonesto no pouco, também é desonesto no muito.

11 Assim, se vocês não forem dignos de confiança em lidar com as riquezas deste mundo ímpio, quem confiará as verdadeiras riquezas a vocês?

12 E se vocês não forem dignos de confiança em relação ao que é dos outros, quem lhes dará o que é de vocês?

13 "Nenhum servo pode servir a dois senhores; pois odiará um e amará outro, ou se dedicará a um e desprezará outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro".

14 Os fariseus, que amavam o dinheiro, ouviam tudo isso e zombavam de Jesus.

15 Ele lhes disse: "Vocês são os que se justificam a si mesmos aos olhos dos homens, mas Deus conhece o coração de vocês. Aquilo que tem muito valor entre os homens é detestável aos olhos de Deus.

16 "A Lei e os Profetas profetizaram até João. Desse tempo em diante estão sendo pregadas as boas-novas do Reino de Deus, e todos tentam forçar sua entrada nele.

17 É mais fácil os céus e a terra desaparecerem do que cair da Lei o menor traço.

18 "Quem se divorciar de sua mulher e se casar com outra mulher estará cometendo adultério, e o homem que se casar com uma mulher divorciada estará cometendo adultério.

O rico e Lázaro

19 "Havia um homem rico que se vestia de púrpura e de linho fino e vivia no luxo todos os dias.

20 Diante do seu portão fora deixado um mendigo chamado Lázaro, coberto de chagas;

21 este ansiava comer o que caía da mesa do rico. Até os cães vinham lamber suas feridas. 

22 "Chegou o dia em que o mendigo morreu, e os anjos o levaram para junto de Abraão. O rico também morreu e foi sepultado.

23 No Hades, onde estava sendo atormentado, ele olhou para cima e viu Abraã

  24 Então, chamou-o: 'Pai Abraão, tem misericórd

ia de mim e manda que Lázaro molhe a ponta do dedo na água e refresque a minha língua, porque estou sofrendo muito neste fogo'.o de longe, com Lázaro ao seu lado.

25 "Mas Abraão respondeu: 'Filho, lembre-se de que durante a sua vida você recebeu coisas boas, enquanto que Lázaro recebeu coisas más. Agora, porém, ele está sendo consolado aqui e você está em sofrimento.

26 E além disso, entre vocês e nós há um grande abismo, de forma que os que desejam passar do nosso lado para o seu, ou do seu lado para o nosso, não conseguem'.

27 "Ele respondeu: 'Então eu te suplico, pai: manda Lázaro ir à casa de meu pai,

                                28 pois tenho cinco irmãos. Deixa que ele os avise, a fim de que eles não venham também para este lugar de tormento'. 

 

29 "Abraão respondeu: 'Eles têm Moisés e os Profetas; que os ouçam'.

30 " 'Não, pai Abraão', disse ele, 'mas se alguém dentre os mortos fosse até eles, eles se arrependeriam.'

31 "Abraão respondeu: 'Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos' ".

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pecado, fé e responsabilidade

1 Jesus disse aos seus discípulos: "É inevitável que aconteçam coisas que levem o povo a tropeçar, mas ai da pessoa por meio de quem elas acontecem.

2 Seria melhor que ela fosse lançada no mar com uma pedra de moinho amarrada no pescoço, do que levar um desses pequeninos a pecar.

3 Tomem cuidado.
"Se o seu irmão pecar, repreenda-o e, se ele se arrepender, perdoe-lhe.

4 Se pecar contra você sete vezes no dia, e sete vezes voltar a você e disser: 'Estou arrependido', perdoe-lhe".

5 Os apóstolos disseram ao Senhor: "Aumenta a nossa fé!"

6 Ele respondeu: "Se vocês tiverem fé do tamanho de uma semente de mostarda, poderão dizer a esta amoreira: 'Arranque-se e plante-se no mar', e ela obedecerá.

7 "Qual de vocês que, tendo um servo que esteja arando ou cuidando das ovelhas, lhe dirá, quando ele chegar do campo: 'Venha agora e sente-se para comer'?

8 Ao contrário, não dirá: 'Prepare o meu jantar, apronte-se e sirva-me enquanto como e bebo; depois disso você pode comer e beber'?

9 Será que ele agradecerá ao servo por ter feito o que lhe foi ordenado?

10 Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que for ordenado, devem dizer: 'Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever' ".

A cura de dez leprosos

11 A caminho de Jerusalém, Jesus passou pela divisa entre Samaria e Galileia.

12 Ao entrar num povoado, dez leprosos dirigiram-se a ele. Ficaram a certa distância

13 e gritaram em alta voz: "Jesus, Mestre, tem piedade de nós!"

14 Ao vê-los, ele disse: "Vão mostrar-se aos sacerdotes". Enquanto eles iam, foram purificados.

15 Um deles, quando viu que estava curado, voltou, louvando a Deus em alta voz.

16 Prostrou-se aos pés de Jesus e lhe agradeceu. Este era samaritano.

17 Jesus perguntou: "Não foram purificados todos os dez? Onde estão os outros nove?

18 Não se achou nenhum que voltasse e desse louvor a Deus, a não ser este estrangeiro?"

19 Então ele lhe disse: "Levante-se e vá; a sua fé o salvou".

 

A vinda do reino de Deus

20 Certa vez, tendo sido interrogado pelos fariseus sobre quando viria o Reino de Deus, Jesus respondeu: "O Reino de Deus não vem de modo visível,

21 nem se dirá: 'Aqui está ele', ou 'Lá está'; porque o Reino de Deus está no meio de vocês".

22 Depois disse aos seus discípulos: "Chegará o tempo em que vocês desejarão ver um dos dias do Filho do homem, mas não verão.

23 Dirão a vocês: 'Lá está ele!' ou 'Aqui está!' Não se apressem em segui-los.

24 Pois o Filho do homem no seu dia será como o relâmpago cujo brilho vai de uma extremidade à outra do céu.

25 Mas antes é necessário que ele sofra muito e seja rejeitado por esta geração.

26 "Assim como foi nos dias de Noé, também será nos dias do Filho do homem.

27 O povo vivia comendo, bebendo, casando-se e sendo dado em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então veio o Dilúvio e os destruiu a todos.

28 "Aconteceu a mesma coisa nos dias de Ló. O povo estava comendo e bebendo, comprando e vendendo, plantando e construindo.

29 Mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu fogo e enxofre do céu e os destruiu a todos.

30 "Acontecerá exatamente assim no dia em que o Filho do homem for revelado.

31 Naquele dia, quem estiver no telhado de sua casa, não deve descer para apanhar os seus bens dentro de casa. Semelhantemente, quem estiver no campo, não deve voltar atrás por coisa alguma.

32 Lembrem-se da mulher de Ló! 

33 Quem tentar conservar a sua vida a perderá, e quem perder a sua vida a preservará.

34 Eu digo a vocês: Naquela noite, duas pessoas estarão numa cama; uma será tirada e a outra deixada.

35 Duas mulheres estarão moendo trigo juntas; uma será tirada e a outra deixada.

36 Duas pessoas estarão no campo; uma será tirada e a outra deixada".

37 "Onde, Senhor?", perguntaram eles.
Ele respondeu: "Onde houver um cadáver, ali se ajuntarão os abutres".

 

A ilustração da viúva persistente 

1 Então Jesus contou aos seus discípulos uma parábola, para mostrar-lhes que eles deviam orar sempre e nunca desanimar.

2 Ele disse: "Em certa cidade havia um juiz que não temia a Deus nem se importava com os homens.

3 E havia naquela cidade uma viúva que se dirigia continuamente a ele, suplicando-lhe: 'Faze-me justiça contra o meu adversário'.

4 "Por algum tempo ele se recusou. Mas finalmente disse a si mesmo: 'Embora eu não tema a Deus e nem me importe com os homens,

5 esta viúva está me aborrecendo; vou fazer-lhe justiça para que ela não venha mais me importunar' ".

6 E o Senhor continuou: "Ouçam o que diz o juiz injusto.

7 Acaso Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele dia e noite? Continuará fazendo-os esperar?

8 Eu digo a vocês: Ele lhes fará justiça e depressa. Contudo, quando o Filho do homem vier, encontrará fé na terra?"

 

A pergunta do homem rico

18 Certo homem importante lhe perguntou: "Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?"

19 "Por que você me chama bom?", respondeu Jesus. "Não há ninguém que seja bom, a não ser somente Deus.

20 Você conhece os mandamentos: 'Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe'."

21 "A tudo isso tenho obedecido desde a adolescência", disse ele.

22 Ao ouvir isso, disse-lhe Jesus: "Falta ainda uma coisa. Venda tudo o que você possui e dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro nos céus. Depois venha e siga-me".

23 Ouvindo isso, ele ficou triste, porque era muito rico.

24 Vendo-o entristecido, Jesus disse: "Como é difícil aos ricos entrar no Reino de Deus!

25 De fato, é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus".

26 Os que ouviram isso perguntaram: "Então, quem pode ser salvo?"

27 Jesus respondeu: "O que é impossível para os homens é possível para Deus".

28 Pedro lhe disse: "Nós deixamos tudo o que tínhamos para seguir-te!"

29 Respondeu Jesus: "Digo a verdade: Ninguém que tenha deixado casa, mulher, irmãos, pai ou filhos por causa do Reino de Deus

30 deixará de receber, na presente era, muitas vezes mais e, na era futura, a vida eterna".

31 Jesus chamou à parte os Doze e lhes disse: "Estamos subindo para Jerusalém, e tudo o que está escrito pelos profetas acerca do Filho do homem se cumprirá.

32 Ele será entregue aos gentios que zombarão dele, o insultarão, cuspirão nele, o açoitarão e o matarão.

33 No terceiro dia ele ressuscitará".

34 Os discípulos não entenderam nada dessas coisas. O significado dessas palavras lhes estava oculto, e eles não sabiam do que ele estava falando.

O mendigo cego é curado

35 Ao aproximar-se Jesus de Jericó, um homem cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmola.

36 Quando ouviu a multidão passando, ele perguntou o que estava acontecendo.

37 Disseram-lhe: "Jesus de Nazaré está passando".

38 Então ele se pôs a gritar: "Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim!"

39 Os que iam adiante o repreendiam para que ficasse quieto, mas ele gritava ainda mais: "Filho de Davi, tem misericórdia de mim!"

40 Jesus parou e ordenou que o homem lhe fosse trazido. Quando ele chegou perto, Jesus perguntou-lhe:

41 "O que você quer que eu faça?"
"Senhor, eu quero ver", respondeu ele.

42 Jesus lhe disse: "Recupere a visão! A sua fé o curou".

43 Imediatamente ele recuperou a visão e seguia Jesus glorificando a Deus. Quando todo o povo viu isso, deu louvores a Deus.

Zaqueu, o cobrador de impostos

1 Jesus entrou em Jericó e atravessava a cidade.

2 Havia ali um homem rico chamado Zaqueu, chefe dos publicanos.

3 Ele queria ver quem era Jesus, mas, sendo de pequena estatura, não o conseguia, por causa da multidão.

4 Assim, correu adiante e subiu numa figueira brava para vê-lo, pois Jesus ia passar por ali.

5 Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e lhe disse: "Zaqueu, desça depressa. Quero ficar em sua casa hoje".

6 Então ele desceu rapidamente e o recebeu com alegria.

7 Todo o povo viu isso e começou a se queixar: "Ele se hospedou na casa de um pecador".

8 Mas Zaqueu levantou-se e disse ao Senhor: "Olha, Senhor! Estou dando a metade dos meus bens aos pobres; e se de alguém extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais".

9 Jesus lhe disse: "Hoje houve salvação nesta casa! Porque este homem também é filho de Abraão.

10 Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido".

A parábola das dez moedas

11 Estando eles a ouvi-lo, Jesus passou a contar-lhes uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e o povo pensava que o Reino de Deus ia se manifestar de imediato.

12 Ele disse: "Um homem de nobre nascimento foi para uma terra distante para ser coroado rei e depois voltar.

13 Então, chamou dez dos seus servos e lhes deu dez minas. Disse ele: 'Façam esse dinheiro render até a minha volta'.

14 "Mas os seus súditos o odiavam e por isso enviaram uma delegação para lhe dizer: 'Não queremos que este homem seja nosso rei'.

15 "Contudo, ele foi feito rei e voltou. Então mandou chamar os servos a quem dera o dinheiro, a fim de saber quanto tinham lucrado.

16 "O primeiro veio e disse: 'Senhor, a tua mina rendeu outras dez'.

17 " 'Muito bem, meu bom servo!', respondeu o seu senhor. 'Por ter sido confiável no pouco, governe sobre dez cidades.'

18 "O segundo veio e disse: 'Senhor, a tua mina rendeu cinco vezes mais'.

19 "O seu senhor respondeu: 'Também você, encarregue-se de cinco cidades'.

20 "Então veio outro servo e disse: 'Senhor, aqui está a tua mina; eu a conservei guardada num pedaço de pano.

21 Tive medo, porque és um homem severo. Tiras o que não puseste e colhes o que não semeaste'.

22 "O seu senhor respondeu: 'Eu o julgarei pelas suas próprias palavras, servo mau! Você sabia que sou homem severo, que tiro o que não pus e colho o que não semeei.

23 Então, por que não confiou o meu dinheiro ao banco? Assim, quando eu voltasse o receberia com os juros'.

24 "E disse aos que estavam ali: 'Tomem dele a sua mina e deem-na ao que tem dez'.

25 " 'Senhor', disseram, 'ele já tem dez!'

26 "Ele respondeu: 'Eu digo a vocês que a quem tem, mais será dado, mas a quem não tem, até o que tiver lhe será tirado.

27 E aqueles inimigos meus, que não queriam que eu reinasse sobre eles, tragam-nos aqui e matem-nos na minha frente!' "

Entrada de Jesus em Jerusalém

28 Depois de dizer isso, Jesus foi adiante, subindo para Jerusalém.

29 Ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, no monte chamado das Oliveiras, enviou dois dos seus discípulos, dizendo-lhes:

30 "Vão ao povoado que está adiante e, ao entrarem, encontrarão um jumentinho amarrado, no qual ninguém jamais montou. Desamarrem-no e tragam-no aqui.

31 Se alguém perguntar: 'Por que o estão desamarrando?' digam-lhe: O Senhor precisa dele".

32 Os que tinham sido enviados foram e encontraram o animal exatamente como ele lhes tinha dito.

33 Quando estavam desamarrando o jumentinho, os seus donos lhes perguntaram: "Por que vocês estão desamarrando o jumentinho?"

34 Eles responderam: "O Senhor precisa dele".

35 Levaram-no a Jesus, lançaram seus mantos sobre o jumentinho e fizeram que Jesus montasse nele.

36 Enquanto ele prosseguia, o povo estendia os seus mantos pelo caminho.

37 Quando ele já estava perto da descida do monte das Oliveiras, toda a multidão dos discípulos começou a louvar a Deus alegremente e em alta voz, por todos os milagres que tinham visto. Exclamavam:

38 "Bendito é o rei que vem
em nome do Senhor!"
"Paz no céu
e glória nas alturas!"

39 Alguns dos fariseus que estavam no meio da multidão disseram a Jesus: "Mestre, repreende os teus discípulos!"

40 "Eu digo a vocês", respondeu ele; "se eles se calarem, as pedras clamarão."

41 Quando se aproximou e viu a cidade, Jesus chorou sobre ela

42 e disse: "Se você compreendesse neste dia, sim, você também, o que traz a paz! Mas agora isso está oculto aos seus olhos.

43 Virão dias em que os seus inimigos construirão trincheiras contra você, a rodearão e a cercarão de todos os lados.

44 Também a lançarão por terra, você e os seus filhos. Não deixarão pedra sobre pedra, porque você não reconheceu a oportunidade que Deus concedeu".

Jesus no templo

45 Então ele entrou no templo e começou a expulsar os que estavam vendendo.

46 Disse-lhes: "Está escrito: 'A minha casa será casa de oração'; mas vocês fizeram dela 'um covil de ladrões'".

47 Todos os dias ele ensinava no templo. Mas os chefes dos sacerdotes, os mestres da lei e os líderes do povo procuravam matá-lo.

48 Todavia, não conseguiam encontrar uma forma de fazê-lo, porque todo o povo estava fascinado pelas suas palavras.

 

 

 

 

Judas trai Jesus

1 Estava se aproximando a festa dos pães sem fermento, chamada Páscoa,

2 e os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei estavam procurando um meio de matar Jesus, mas tinham medo do povo.

3 Então Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes, um dos Doze.

4 Judas dirigiu-se aos chefes dos sacerdotes e aos oficiais da guarda do templo e tratou com eles como lhes poderia entregar Jesus.

5 A proposta muito os alegrou, e lhe prometeram dinheiro.

6 Ele consentiu e ficou esperando uma oportunidade para lhes entregar Jesus quando a multidão não estivesse presente.

 

A última ceia

7 Finalmente, chegou o dia dos pães sem fermento, no qual devia ser sacrificado o cordeiro pascal.

8 Jesus enviou Pedro e João, dizendo: "Vão preparar a refeição da Páscoa".

9 "Onde queres que a preparemos?", perguntaram eles.

10 Ele respondeu: "Ao entrarem na cidade, vocês encontrarão um homem carregando um pote de água. Sigam-no até a casa em que ele entrar

11 e digam ao dono da casa: O Mestre pergunta: Onde é o salão de hóspedes no qual poderei comer a Páscoa com os meus discípulos?

12 Ele lhes mostrará uma ampla sala no andar superior, toda mobiliada. Façam ali os preparativos".

13 Eles saíram e encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito. Então, prepararam a Páscoa.

14 Quando chegou a hora, Jesus e os seus apóstolos reclinaram-se à mesa.

15 E disse-lhes: "Desejei ansiosamente comer esta Páscoa com vocês antes de sofrer.

16 Pois eu digo: Não comerei dela novamente até que se cumpra no Reino de Deus".

17 Recebendo um cálice, ele deu graças e disse: "Tomem isto e partilhem uns com os outros.

18 Pois eu digo que não beberei outra vez do fruto da videira até que venha o Reino de Deus".

19 Tomando o pão, deu graças, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: "Isto é o meu corpo dado em favor de vocês; façam isto em memória de mim".

20 Da mesma forma, depois da ceia, tomou o cálice, dizendo: "Este cálice é a nova aliança no meu sangue, derramado em favor de vocês.

21 "Mas eis que a mão daquele que vai me trair está com a minha sobre a mesa.

22 O Filho do homem vai, como foi determinado; mas ai daquele que o trair!"

23 Eles começaram a perguntar uns aos outros qual deles iria fazer aquilo.

24 Surgiu também uma discussão entre eles, acerca de qual deles era considerado o maior.

25 Jesus lhes disse: "Os reis das nações dominam sobre elas; e os que exercem autoridade sobre elas são chamados benfeitores.

26 Mas vocês não serão assim. Ao contrário, o maior entre vocês deverá ser como o mais jovem, e aquele que governa, como o que serve.

27 Pois quem é maior: o que está à mesa, ou o que serve? Não é o que está à mesa? Mas eu estou entre vocês como quem serve.

28 Vocês são os que têm permanecido ao meu lado durante as minhas provações.

29 E eu designo a vocês um Reino, assim como meu Pai o designou a mim,

30 para que vocês possam comer e beber à minha mesa no meu Reino e sentar-se em tronos, julgando as doze tribos de Israel.

31 "Simão, Simão, Satanás pediu vocês para peneirá-los como trigo.

32 Mas eu orei por você, para que a sua fé não desfaleça. E, quando você se converter, fortaleça os seus irmãos".

33 Mas ele respondeu: "Estou pronto para ir contigo para a prisão e para a morte".

34 Respondeu Jesus: "Eu digo, Pedro, que antes que o galo cante hoje, três vezes você negará que me conhece".

35 Então Jesus lhes perguntou: "Quando eu os enviei sem bolsa, saco de viagem ou sandálias, faltou alguma coisa?"
"Nada", responderam eles.

36 Ele lhes disse: "Mas agora, se vocês têm bolsa, levem-na, e também o saco de viagem; e, se não têm espada, vendam a sua capa e comprem uma.

37 Está escrito: 'E ele foi contado com os transgressores'; e eu digo que isso precisa cumprir-se em mim. Sim, o que está escrito a meu respeito está para se cumprir".

38 Os discípulos disseram: "Vê, Senhor, aqui estão duas espadas". "É o suficiente!", respondeu ele.

 

 

A agonia Jesus no Monte das Oliveiras

39 Como de costume, Jesus foi para o monte das Oliveiras, e os seus discípulos o seguiram.

40 Chegando ao lugar, ele lhes disse: "Orem para que vocês não caiam em tentação".

41 Ele se afastou deles a uma pequena distância, ajoelhou-se e começou a orar:

42 "Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua".

43 Apareceu-lhe então um anjo do céu que o fortalecia.

44 Estando angustiado, ele orou ainda mais intensamente; e o seu suor era como gotas de sangue que caíam no chão.

45 Quando se levantou da oração e voltou aos discípulos, encontrou-os dormindo, dominados pela tristeza.

46 "Por que estão dormindo?", perguntou-lhes. "Levantem-se e orem para que vocês não caiam em tentação!"

 

Jesus é detido

47 Enquanto ele ainda falava, apareceu uma multidão conduzida por Judas, um dos Doze. Este se aproximou de Jesus para saudá-lo com um beijo.

48 Mas Jesus lhe perguntou: "Judas, com um beijo você está traindo o Filho do homem?"

49 Ao verem o que ia acontecer, os que estavam com Jesus lhe disseram: "Senhor, atacaremos com espadas?"

50 E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, decepando-lhe a orelha direita.

51 Jesus, porém, respondeu: "Basta!" E tocando na orelha do homem, ele o curou.

52 Então Jesus disse aos chefes dos sacerdotes, aos oficiais da guarda do templo e aos líderes religiosos que tinham vindo procurá-lo: "Estou eu chefiando alguma rebelião, para que vocês tenham vindo com espadas e varas?

53 Todos os dias eu estive com vocês no templo e vocês não levantaram a mão contra mim. Mas esta é a hora de vocês - quando as trevas reinam".

Pedro nega Jesus

54 Então, prendendo-o, levaram-no para a casa do sumo sacerdote. Pedro os seguia a distância.

55 Mas, quando acenderam um fogo no meio do pátio e se sentaram ao redor dele, Pedro sentou-se com eles.

56 Uma criada o viu sentado ali à luz do fogo. Olhou fixamente para ele e disse: "Este homem estava com ele".

57 Mas ele negou: "Mulher, não o conheço".

58 Pouco depois, um homem o viu e disse: "Você também é um deles".
"Homem, não sou!", respondeu Pedro. 

59 Cerca de uma hora mais tarde, outro afirmou: "Certamente este homem estava com ele, pois é galileu".

60 Pedro respondeu: "Homem, não sei do que você está falando!" Falava ele ainda, quando o galo cantou.

61 O Senhor voltou-se e olhou diretamente para Pedro. Então Pedro se lembrou da palavra que o Senhor lhe tinha dito: "Antes que o galo cante hoje, você me negará três vezes".

62 Saindo dali, chorou amargamente.

 

 

Jesus no tribunal judaico

63 Os homens que estavam detendo Jesus começaram a zombar dele e a bater nele.

64 Cobriam seus olhos e perguntavam: "Profetize! Quem foi que bateu em você?"

65 E lhe dirigiam muitas outras palavras de insulto.

66 Ao amanhecer, reuniu-se o Sinédrio, tanto os chefes dos sacerdotes quanto os mestres da lei, e Jesus foi levado perante eles.

67 "Se você é o Cristo, diga-nos", disseram eles.
Jesus respondeu: "Se eu vos disser, não crereis em mim

68 e, se eu vos perguntar, não me respondereis.

69 Mas de agora em diante o Filho do homem estará assentado à direita do Deus todo-poderoso".

70 Perguntaram-lhe todos: "Então, você é o Filho de Deus?"
"Vós estais dizendo que eu sou", respondeu ele.

71 Eles disseram: "Por que precisamos de mais testemunhas? Acabamos de ouvir dos próprios lábios dele".

1 Então toda a assembleia levantou-se e o levou a Pilatos.

2 E começaram a acusá-lo, dizendo: "Encontramos este homem subvertendo a nossa nação. Ele proíbe o pagamento de imposto a César e se declara ele próprio o Cristo, um rei".

3 Pilatos perguntou a Jesus: "Você é o rei dos judeus?"
"Tu o dizes", respondeu Jesus.

4 Então Pilatos disse aos chefes dos sacerdotes e à multidão: "Não encontro motivo para acusar este homem".

5 Mas eles insistiam: "Ele está subvertendo o povo em toda a Judeia com os seus ensinamentos. Começou na Galileia e chegou até aqui".

6 Ouvindo isso, Pilatos perguntou se Jesus era galileu.

7 Quando ficou sabendo que ele era da jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes, que também estava em Jerusalém naqueles dias.

8 Quando Herodes viu Jesus, ficou muito alegre, porque havia muito tempo queria vê-lo. Pelo que ouvira falar dele, esperava vê-lo realizar algum milagre.

9 Interrogou-o com muitas perguntas, mas Jesus não lhe deu resposta.

10 Os chefes dos sacerdotes e os mestres da lei estavam ali, acusando-o com veemência.

11 Então Herodes e os seus soldados ridicularizaram-no e zombaram dele. Vestindo-o com um manto esplêndido, mandaram-no de volta a Pilatos.

12 Herodes e Pilatos, que até ali eram inimigos, naquele dia tornaram-se amigos.

13 Pilatos reuniu os chefes dos sacerdotes, as autoridades e o povo,

14 dizendo-lhes: "Vocês me trouxeram este homem como alguém que estava incitando o povo à rebelião. Eu o examinei na presença de vocês e não achei nenhuma base para as acusações que fazem contra ele.

15 Nem Herodes, pois ele o mandou de volta para nós. Como podem ver, ele nada fez que mereça a morte.

16 Portanto, eu o castigarei e depois o soltarei".

17 Ele era obrigado a soltar-lhes um preso durante a festa.

18 A uma só voz eles gritaram: "Acaba com ele! Solta-nos Barrabás!"

19 (Barrabás havia sido lançado na prisão por causa de uma insurreição na cidade e por assassinato.)

20 Desejando soltar a Jesus, Pilatos dirigiu-se a eles novamente.

21 Mas eles continuaram gritando: "Crucifica-o! Crucifica-o!"

22 Pela terceira vez ele lhes falou: "Por quê? Que crime este homem cometeu? Não encontrei nele nada digno de morte. Vou mandar castigá-lo e depois o soltarei".

23 Eles, porém, pediam insistentemente, com fortes gritos, que ele fosse crucificado; e a gritaria prevaleceu.

24 Então Pilatos decidiu fazer a vontade deles.

25 Libertou o homem que havia sido lançado na prisão por insurreição e assassinato, aquele que eles haviam pedido, e entregou Jesus à vontade deles.

A crucificação

26 Enquanto o levavam, agarraram Simão de Cirene, que estava chegando do campo, e lhe colocaram a cruz às costas, fazendo-o carregá-la atrás de Jesus.

27 Um grande número de pessoas o seguia, inclusive mulheres que lamentavam e choravam por ele.

28 Jesus voltou-se e disse-lhes: "Filhas de Jerusalém, não chorem por mim; chorem por vocês mesmas e por seus filhos!

29 Pois chegará a hora em que vocês dirão: 'Felizes as estéreis, os ventres que nunca geraram e os seios que nunca amamentaram!'

30 " 'Então
dirão às montanhas:
"Caiam sobre nós!"
e às colinas: "Cubram-nos!" '

31 Pois, se fazem isto com a árvore verde, o que acontecerá quando ela estiver seca?"

32 Dois outros homens, ambos criminosos, também foram levados com ele, para serem executados.

33 Quando chegaram ao lugar chamado Caveira, ali o crucificaram com os criminosos, um à sua direita e o outro à sua esquerda.

34 Jesus disse: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que estão fazendo". Então eles dividiram as roupas dele, tirando sortes.

35 O povo ficou observando, e as autoridades o ridicularizavam. "Salvou os outros", diziam; "salve-se a si mesmo, se é o Cristo de Deus, o Escolhido."

36 Os soldados, aproximando-se, também zombavam dele. Oferecendo-lhe vinagre,

37 diziam: "Se você é o rei dos judeus, salve-se a si mesmo".

38 Havia uma inscrição acima dele, que dizia: ESTE É O REI DOS JUDEUS.

39 Um dos criminosos que ali estavam dependurados lançava-lhe insultos: "Você não é o Cristo? Salve-se a si mesmo e a nós!"

40 Mas o outro criminoso o repreendeu, dizendo: "Você não teme a Deus, nem estando sob a mesma sentença?

41 Nós estamos sendo punidos com justiça, porque estamos recebendo o que os nossos atos merecem. Mas este homem não cometeu nenhum mal".

42 Então ele disse: "Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu Reino".

43 Jesus lhe respondeu: "Eu garanto: Hoje você estará comigo no paraíso".

A morte de Jesus

44 Já era quase meio-dia, e trevas cobriram toda a terra até as três horas da tarde;

45 o sol deixara de brilhar. E o véu do santuário rasgou-se ao meio.

46 Jesus bradou em alta voz: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". Tendo dito isso, expirou.

47 O centurião, vendo o que havia acontecido, louvou a Deus, dizendo: "Certamente este homem era justo".

48 E todo o povo que se havia juntado para presenciar o que estava acontecendo, ao ver isso, começou a bater no peito e a afastar-se.

49 Mas todos os que o conheciam, inclusive as mulheres que o haviam seguido desde a Galileia, ficaram de longe, observando essas coisas.

O corpo de Jesus no túmulo

50 Havia um homem chamado José, membro do Conselho, homem bom e justo,

51 que não tinha consentido na decisão e no procedimento dos outros. Ele era da cidade de Arimateia, na Judeia, e esperava o Reino de Deus.

52 Dirigindo-se a Pilatos, pediu o corpo de Jesus.

53 Então, desceu-o, envolveu-o num lençol de linho e o colocou num sepulcro cavado na rocha, no qual ninguém ainda fora colocado.

54 Era o Dia da Preparação, e estava para começar o sábado.

55 As mulheres que haviam acompanhado Jesus desde a Galileia, seguiram José e viram o sepulcro e como o corpo de Jesus fora colocado nele.

56 Em seguida, foram para casa e prepararam perfumes e especiarias aromáticas. E descansaram no sábado, em obediência ao mandamento.

A ressurreição

1 No primeiro dia da semana, de manhã bem cedo, as mulheres levaram ao sepulcro as especiarias aromáticas que haviam preparado.

2 Encontraram removida a pedra do sepulcro,

3 mas, quando entraram, não encontraram o corpo do Senhor Jesus.

4 Ficaram perplexas, sem saber o que fazer. De repente, dois homens com roupas que brilhavam como a luz do sol colocaram-se ao lado delas.

5 Amedrontadas, as mulheres baixaram o rosto para o chão, e os homens lhes disseram: "Por que vocês estão procurando entre os mortos aquele que vive?

6 Ele não está aqui! Ressuscitou! Lembrem-se do que ele disse, quando ainda estava com vocês na Galileia:

7 'É necessário que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, seja crucificado e ressuscite no terceiro dia' ".

8 Então se lembraram das palavras de Jesus. 

9 Quando voltaram do sepulcro, elas contaram todas estas coisas aos Onze e a todos os outros.

10 As que contaram estas coisas aos apóstolos foram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago, e as outras que estavam com elas.

11 Mas eles não acreditaram nas mulheres; as palavras delas lhes pareciam loucura.

12 Pedro, todavia, levantou-se e correu ao sepulcro. Abaixando-se, viu as faixas de linho e mais nada; afastou-se, e voltou admirado com o que acontecera.

 

 

No caminho de Emaús

13 Naquele mesmo dia, dois deles estavam indo para um povoado chamado Emaús, a onze quilômetros de Jerusalém.

14 No caminho, conversavam a respeito de tudo o que havia acontecido.

15 Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles;

16 mas os olhos deles foram impedidos de reconhecê-lo.

17 Ele lhes perguntou: "Sobre o que vocês estão discutindo enquanto caminham?"
Eles pararam, com os rostos entristecidos.

18 Um deles, chamado Cleopas, perguntou-lhe: "Você é o único visitante em Jerusalém que não sabe das coisas que ali aconteceram nestes dias?"

19 "Que coisas?", perguntou ele.
"O que aconteceu com Jesus de Nazaré", responderam eles. "Ele era um profeta, poderoso em palavras e em obras diante de Deus e de todo o povo.

20 Os chefes dos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram;

21 e nós esperávamos que era ele que ia trazer a redenção a Israel. E hoje é o terceiro dia desde que tudo isso aconteceu.

22 Algumas das mulheres entre nós nos deram um susto hoje. Foram de manhã bem cedo ao sepulcro

23 e não acharam o corpo dele. Voltaram e nos contaram ter tido uma visão de anjos, que disseram que ele está vivo.

24 Alguns dos nossos companheiros foram ao sepulcro e encontraram tudo exatamente como as mulheres tinham dito, mas não o viram."

25 Ele lhes disse: "Como vocês custam a entender e como demoram a crer em tudo o que os profetas falaram!

26 Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?"

27 E, começando por Moisés e todos os profetas, explicou-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras.

28 Ao se aproximarem do povoado para o qual estavam indo, Jesus fez como quem ia mais adiante.

29 Mas eles insistiram muito com ele: "Fique conosco, pois a noite já vem; o dia já está quase findando". Então, ele entrou para ficar com eles.

30 Quando estava à mesa com eles, tomou o pão, deu graças, partiu-o e o deu a eles.

31 Então os olhos deles foram abertos e o reconheceram, e ele desapareceu da vista deles.

32 Perguntaram-se um ao outro: "Não estava queimando o nosso coração enquanto ele nos falava no caminho e nos expunha as Escrituras?"

33 Levantaram-se e voltaram imediatamente para Jerusalém. Ali encontraram os Onze e os que estavam com eles reunidos,

34 que diziam: "É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!"

35 Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho e como Jesus fora reconhecido por eles quando partia o pão.

Jesus aparece aos discípulos

36 Enquanto falavam sobre isso, o próprio Jesus apresentou-se entre eles e lhes disse: "Paz seja com vocês!"

37 Eles ficaram assustados e com medo, pensando que estavam vendo um espírito.

38 Ele lhes disse: "Por que vocês estão perturbados e por que se levantam dúvidas no coração de vocês?

39 Vejam as minhas mãos e os meus pés. Sou eu mesmo! Toquem-me e vejam; um espírito não tem carne nem ossos, como vocês estão vendo que eu tenho".

40 Tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e os pés.

41 E por não crerem ainda, tão cheios estavam de alegria e de espanto, ele lhes perguntou: "Vocês têm aqui algo para comer?"

42 Deram-lhe um pedaço de peixe assado,

43 e ele o comeu na presença deles.

44 E disse-lhes: "Foi isso que eu falei enquanto ainda estava com vocês: Era necessário que se cumprisse tudo o que a meu respeito está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos".

45 Então lhes abriu o entendimento, para que pudessem compreender as Escrituras.

46 E lhes disse: "Está escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar dos mortos no terceiro dia,

47 e que em seu nome seria pregado o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.

48 Vocês são testemunhas destas coisas.

49 Eu envio a vocês a promessa de meu Pai; mas fiquem na cidade até serem revestidos do poder do alto".

 

A ascensão

50 Tendo-os levado até as proximidades de Betânia, Jesus ergueu as mãos e os abençoou.

51 Estando ainda a abençoá-los, ele os deixou e foi elevado ao céu.

52 Então eles o adoraram e voltaram para Jerusalém com grande alegria.

53 E permaneciam constantemente no templo, louvando a Deus.

 

 

 

 

 

 

 

A visita dos Reis do Oriente

1 Depois que Jesus nasceu em Belém da Judeia, nos dias do rei Herodes, magos vindos do oriente chegaram a Jerusalém

2 e perguntaram: "Onde está o recém-nascido rei dos judeus? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo".

3 Quando o rei Herodes ouviu isso, ficou perturbado, e com ele toda Jerusalém.

4 Tendo reunido todos os chefes dos sacerdotes do povo e os mestres da lei, perguntou-lhes onde deveria nascer o Cristo.

5 E eles responderam: "Em Belém da Judeia; pois assim escreveu o profeta:

6 " 'Mas tu, Belém,
da terra de Judá,
de forma alguma és a menor
em meio às principais cidades
de Judá;
pois de ti virá o líder
que, como pastor, conduzirá
Israel, o meu povo' ".

7 Então Herodes chamou os magos secretamente e informou-se com eles a respeito do tempo exato em que a estrela tinha aparecido.

8 Enviou-os a Belém e disse: "Vão informar-se com exatidão sobre o menino. Logo que o encontrarem, avisem-me, para que eu também vá adorá-lo".

9 Depois de ouvirem o rei, eles seguiram o seu caminho, e a estrela que tinham visto no oriente foi adiante deles, até que finalmente parou sobre o lugar onde estava o menino.

10 Quando tornaram a ver a estrela, encheram-se de júbilo.

11 Ao entrarem na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram. Então abriram os seus tesouros e lhe deram presentes: ouro, incenso e mirra.

12 E, tendo sido advertidos em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram a sua terra por outro caminho.

A fuga para o Egipto

13 Depois que partiram, um anjo do Senhor apareceu a José em sonho e lhe disse: "Levante-se, tome o menino e sua mãe, e fuja para o Egito. Fique lá até que eu diga a você, pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo".

14 Então ele se levantou, tomou o menino e sua mãe durante a noite e partiu para o Egito,

15 onde ficou até a morte de Herodes. E assim se cumpriu o que o Senhor tinha dito pelo profeta: "Do Egito chamei o meu filho".

16 Quando Herodes percebeu que havia sido enganado pelos magos, ficou furioso e ordenou que matassem todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e nas proximidades, de acordo com a informação que havia obtido dos magos.

17 Então se cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias:

18 "Ouviu-se uma voz em Ramá,
choro e grande lamentação;
é Raquel que chora por seus filhos
e recusa ser consolada,
porque já não existem".

O regresso a Nazaré

19 Depois que Herodes morreu, um anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito,

20 e disse: "Levante-se, tome o menino e sua mãe e vá para a terra de Israel, pois estão mortos os que procuravam tirar a vida do menino".

21 Ele se levantou, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel.

22 Mas, ao ouvir que Arquelau estava reinando na Judeia em lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Tendo sido avisado em sonho, retirou-se para a região da Galileia

23 e foi viver numa cidade chamada Nazaré. Assim cumpriu-se o que fora dito pelos profetas: "Ele será chamado Nazareno".

Jesus começa a pregar

12 Quando Jesus ouviu que João tinha sido preso, voltou para a Galileia.

13 Saindo de Nazaré, foi viver em Cafarnaum, que ficava junto ao mar, na região de Zebulom e Naftali,

14 para cumprir o que fora dito pelo profeta Isaías:

15 "Terra de Zebulom
e terra de Naftali,
caminho do mar,
além do Jordão,
Galileia dos gentios;

16 o povo que vivia nas trevas
viu uma grande luz;
sobre os que viviam
na terra da sombra da morte
raiou uma luz".

17 Daí em diante Jesus começou a pregar: "Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo".

Como ser feliz

3 "Bem-aventurados
os pobres em espírito,
pois deles é o Reino dos céus.

4 Bem-aventurados
os que choram,
pois serão consolados.

5 Bem-aventurados os humildes,
pois eles receberão a terra por herança.

6 Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça,
pois serão satisfeitos.

7 Bem-aventurados
os misericordiosos,
pois obterão misericórdia.

8 Bem-aventurados
os puros de coração,
pois verão a Deus.

9 Bem-aventurados
os pacificadores,
pois serão chamados
filhos de Deus.

10 Bem-aventurados
os perseguidos
por causa da justiça,
pois deles é o Reino dos céus.

11 "Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa, os insultarem, os perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês.

12 Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a sua recompensa nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês.

 

Sal e luz

13 "Vocês são o sal da terra. Mas, se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens.

14 "Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte.

15 E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa.

16 Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus.

 

O cumprimento da lei

17 "Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir.

18 Digo a verdade: Enquanto existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra.

19 Todo aquele que desobedecer a um desses mandamentos, ainda que dos menores, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será chamado menor no Reino dos céus; mas todo aquele que praticar e ensinar estes mandamentos será chamado grande no Reino dos céus.

20 Pois eu digo que, se a justiça de vocês não for muito superior à dos fariseus e mestres da lei, de modo nenhum entrarão no Reino dos céus.

 

Assassínio

21 "Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: 'Não matarás', e 'quem matar estará sujeito a julgamento'.

22 Mas eu digo a vocês que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também, qualquer que disser a seu irmão: 'Racá', será levado ao tribunal. E qualquer que disser: 'Louco!', corre o risco de ir para o fogo do inferno.

23 "Portanto, se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você,

24 deixe sua oferta ali, diante do altar, e vá primeiro reconciliar-se com seu irmão; depois volte e apresente sua oferta.

25 "Entre em acordo depressa com seu adversário que pretende levá-lo ao tribunal. Faça isso enquanto ainda estiver com ele a caminho, pois, caso contrário, ele poderá entregá-lo ao juiz, e o juiz ao guarda, e você poderá ser jogado na prisão.

26 Eu garanto que você não sairá de lá enquanto não pagar o último centavo.

Adultério 

27 "Vocês ouviram o que foi dito: 'Não adulterarás'.

28 Mas eu digo: Qualquer que olhar para uma mulher e desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.

29 Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno.

30 E, se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno.

 

Divórcio

31 "Foi dito: 'Aquele que se divorciar de sua mulher deverá dar-lhe certidão de divórcio'.

32 Mas eu digo que todo aquele que se divorciar de sua mulher, exceto por imoralidade sexual, faz que ela se torne adúltera, e quem se casar com a mulher divorciada estará cometendo adultério.

 

 

 

 

Juramentos

33 "Vocês também ouviram o que foi dito aos seus antepassados: 'Não jure falsamente, mas cumpra os juramentos que você fez diante do Senhor'.

34 Mas eu digo: Não jurem de forma alguma: nem pelos céus, porque é o trono de Deus;

35 nem pela terra, porque é o estrado de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei.

36 E não jure pela sua cabeça, pois você não pode tornar branco ou preto nem um fio de cabelo.

37 Seja o seu 'sim', 'sim', e o seu 'não', 'não'; o que passar disso vem do Maligno.

 

Olho por olho 

38 "Vocês ouviram o que foi dito: 'Olho por olho e dente por dente'.

39 Mas eu digo: Não resistam ao perverso. Se alguém o ferir na face direita, ofereça-lhe também a outra.

40 E, se alguém quiser processá-lo e tirar de você a túnica, deixe que leve também a capa.

41 Se alguém o forçar a caminhar com ele uma milha, vá com ele duas.

42 Dê a quem pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir algo emprestado.

 

Ama os teus inimigos

43 "Vocês ouviram o que foi dito: 'Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo'.

44 Mas eu digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem,

45 para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.

46 Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão? Até os publicanos fazem isso!

47 E, se saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais? Até os pagãos fazem isso!

48 Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês..

 

Martírio dos Inocentes -  

16Então Herodes, ao ver que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o seu território, da idade de dois anos para baixo, conforme o tempo que, diligentemente, tinha inquirido dos magos.17Cumpriu-se, então, o que o profeta Jeremias dissera:

18Ouviu-se uma voz em Ramá,
uma lamentação e um grande pranto:
É Raquel que chora os seus filhos
e não quer ser consolada,
porque já não existem.

Início da pregação (Mc 1,14-15; Lc 4,14-15) - 12Tendo ouvido dizer que João fora preso, Jesus retirou-se para a Galileia. 13Depois, abandonando Nazaré, foi habitar em Cafarnaúm, cidade situada à beira-mar, na região de Zabulão e Neftali, 14para que se cumprisse o que o profeta Isaías anunciara:

15Terra de Zabulão e Neftali,
caminho do mar,
região de além do Jordão,
Galileia dos gentios.
16O povo que jazia nas trevas
viu uma grande luz;
e aos que jaziam na sombria região da morte
surgiu uma luz.

17A partir desse momento, Jesus começou a pregar, dizendo: «Convertei-vos, porque está próximo o Reino do Céu.»

 

 

 

 

 

 

Chamamento dos primeiros discípulos (Mc 1,16-20; Lc 5,1-11; Jo 1,35-51) - 18Caminhando ao longo do mar da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.19Disse-lhes: «Vinde comigo e Eu farei de vós pescadores de homens.» 20E eles deixaram as redes imediatamente e seguiram-no.

21Um pouco mais adiante, viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João, os quais, com seu pai, Zebedeu, consertavam as redes, dentro do barco. Chamou-os, e 22eles, deixando no mesmo instante o barco e o pai, seguiram-no.

 

Jesus e a multidão (Mc 3,7-10; Lc 4,42-44; 6,17-18) - 23Depois, começou a percorrer toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, proclamando o Evangelho do Reino e curando entre o povo todas as doenças e enfermidades. 24A sua fama estendeu-se por toda a Síria e trouxeram-lhe todos os que sofriam de qualquer mal, os que padeciam doenças e tormentos, os possessos, os epilépticos e os paralíticos; e Ele curou-os.25E seguiram-no grandes multidões, vindas da Galileia, da Decápole, de Jerusalém, da Judeia e de além do Jordão.

 

 

As Bem-aventuranças (Lc 6, 20-26) - 1Ao ver a multidão, Jesus subiu a um monte. Depois de se ter sentado, os discípulos aproximaram-se dele. 2Então tomou a palavra e começou a ensiná-los, dizendo:

3«Felizes os pobres em espírito,
porque deles é o Reino do Céu.
4Felizes os que choram,

11Felizes sereis, quando vos insultarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o género de calúnias contra vós, por minha causa.12Exultai e alegrai-vos, porque grande será a vossa recompensa no Céu; pois também assim perseguiram os profetas que vos precederam.»

 

porque serão consolados.
5Felizes os mansos,

6
Felizes os que têm fome e sede de justiça,                                         porque possuirão a terra.
porque serão saciados.
7Felizes os misericordiosos,
porque alcançarão misericórdia.
8elizes os puros de coração,
porque verão a Deus.
9Felizes os pacificadores,
porque serão chamados filhos de Deus.
10Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça,
porque deles é o Reino do Céu.

Jesus e a Lei (Lc 16,14-18) - 17«Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição. 18Porque em verdade vos digo: Até que passem o céu e a terra, não passará um só jota ou um só ápice da Lei, sem que tudo se cumpra.

19Portanto, se alguém violar um destes preceitos mais pequenos, e ensinar assim aos homens, será o menor no Reino do Céu. Mas aquele que os praticar e ensinar, esse será grande no Reino do Céu. 20Porque Eu vos digo: Se a vossa justiça não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, não entrareis no Reino do Céu.»

 

 

A esmola - 1«Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para vos tornardes notados por eles; de outro modo, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está no Céu.

2Quando, pois, deres esmola, não permitas que toquem trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, a fim de serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: Já receberam a sua recompensa. 3Quando deres esmola, que a tua mão esquerda não saiba o que faz a tua direita, 4a fim de que a tua esmola permaneça em segredo; e teu Pai, que vê o oculto, há-de premiar-te.»

 

 

 

 

 

A oração - 5«Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de rezar de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. 6Tu, porém, quando orares, entra no quarto mais secreto e, fechada a porta, reza em segredo a teu Pai, pois Ele, que vê o oculto, há-de recompensar-te.

7Nas vossas orações, não sejais como os gentios, que usam de vãs repetições, porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos. 8Não façais como eles, porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes.»

 

 

O Pai-Nosso (Lc 11,2-4) - 9«Rezai, pois, assim:

‘Pai nosso, que estás no Céu,
santificado seja o teu nome,
10venha o teu Reino;
faça-se a tua vontade,
como no Céu, assim também na terra.
11Dá-nos hoje o nosso pão de cada dia;
12perdoa as nossas ofensas,
como nós perdoámos a quem nos tem ofendido;
13e não nos deixes cair em tentação,
mas livra-nos do Mal.’

14Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará a vós. 15Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai vos não perdoará as vossas.»

 

O jejum - 16«E, quando jejuardes, não mostreis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto para que os outros vejam que eles jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.

17Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, 18para que o teu jejum não seja conhecido dos homens, mas apenas do teu Pai que está presente no oculto; e o teu Pai, que vê no oculto, há-de recompensar-te.»

 

 

O tesouro no céu (Lc 11,34-36; 12,33-35) - 19«Não acumuleis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os corroem e os ladrões arrombam os muros, a fim de os roubar. 20Acumulai tesouros no Céu, onde a traça e a ferrugem não corroem e onde os ladrões não arrombam nem furtam. 21Pois, onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.

22A lâmpada do corpo são os olhos; se os teus olhos estiverem sãos, todo o teu corpo andará iluminado. 23Se, porém, os teus olhos estiverem doentes, todo o teu corpo andará em trevas. Portanto, se a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão essas trevas!24Ninguém pode servir a dois senhores: ou não gostará de um deles e estimará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro.»

 

 


Confiança na Providência (Lc 12,22-31) - 25«Por isso vos digo: Não vos inquieteis quanto à vossa vida, com o que haveis de comer ou beber, nem quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Porventura não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestido? 26Olhai as aves do céu: não semeiam nem ceifam nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as. Não valeis vós mais do que elas?

27Qual de vós, por mais que se preocupe, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida?

28Porque vos preocupais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo: não trabalham nem fiam! 29Pois Eu vos digo: Nem Salomão, em toda a sua magnificência, se vestiu como qualquer deles. 30Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã será lançada ao fogo, como não fará muito mais por vós, homens de pouca fé?

31Não vos preocupeis, dizendo: ‘Que comeremos, que beberemos, ou que vestiremos?’ 32Os pagãos, esses sim, afadigam-se com tais coisas; porém, o vosso Pai celeste bem sabe que tendes necessidade de tudo isso. 33Procurai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais se vos dará por acréscimo. 34Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã já terá as suas preocupações. Basta a cada dia o seu problema.»

 

 

Não julgar os outros (Lc 6,37-42) - 1«Não julgueis, para não serdes julgados; 2pois, conforme o juízo com que julgardes, assim sereis julgados; e, com a medida com que medirdes, assim sereis medidos. 3Porque reparas no argueiro que está na vista do teu irmão, e não vês a trave que está na tua vista? 4Como ousas dizer ao teu irmão: ‘Deixa-me tirar o argueiro da tua vista’, tendo tu uma trave na tua? 5Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e, então, verás melhor para tirar o argueiro da vista do teu irmão.»

 

 

 

 

 

 

 

Responsabilidade da fé - 6«Não deis as coisas santas aos cães nem lanceis as vossas pérolas aos porcos, para não acontecer que as pisem aos pés e, acometendo-vos, vos despedacem.»

 

Confiança na oração (Mc 11,22.24; Lc 11,9-13; Jo 14,13-14; 16,23-24) - 7«Pedi, e ser-vos-á dado; procurai, e encontrareis; batei, e hão-de abrir-vos. 8Pois, quem pede, recebe; e quem procura, encontra; e ao que bate, hão-de abrir. 9Qual de vós, se o seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? 10Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente? 11Ora bem, se vós, sendo maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está no Céu dará coisas boas àqueles que lhas pedirem.»

 

 

 

 


A “regra de ouro” (Lc 6,31) - 12«Portanto, o que quiserdes que vos façam os homens, fazei-o também a eles, porque isto é a Lei e os Profetas.»

 

 

 

 

 

 

 

 

 


A porta estreita (Lc 13,23-24) - 13«Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que seguem por ele. 14Como é estreita a porta e quão apertado é o caminho que conduz à vida, e como são poucos os que o encontram!»

 

 

 

 

 

Os falsos profetas (12,33; Lc 6,43-44) - 15«Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresentam disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos vorazes. 16Pelos seus frutos, os conhecereis. Porventura podem colher-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? 17Toda a árvore boa dá bons frutos e toda a árvore má dá maus frutos. 18A árvore boa não pode dar maus frutos nem a árvore má, dar bons frutos.19Toda a árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo. 20Pelos frutos, pois, os conhecereis.»

 

 

 

 

 

 


O verdadeiro discípulo (Lc 6,39-42; 13,25-27) - 21«Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está no Céu.

22Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizámos, em teu nome que expulsámos os demónios e em teu nome que fizemos muitos milagres?’ 23E, então, dir-lhes-ei: ‘Nunca vos conheci; afastai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.’»

 


Edificar sobre a rocha (Lc 6,47-49) - 24«Todo aquele que escuta estas minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha. 25Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; mas não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.

26Porém, todo aquele que escuta estas minhas palavras e não as põe em prática poderá comparar-se ao insensato que edificou a sua casa sobre a areia. 27Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se, e grande foi a sua ruína.»

 

 

 

 

 

 

 

Autoridade de Jesus (Mc 1,22; Lc 4,32) - 28Quando Jesus acabou de falar, a multidão ficou vivamente impressionada com os seus ensinamentos, 29porque Ele ensinava-os como quem possui autoridade e não como os doutores da Lei.

 

DINAMISMO DO REINO (8,1-9,34)


Cura de um leproso (Mc 1,40-45; Lc 5,12-16) - 1Ao descer do monte, seguia-o uma enorme multidão. 2Foi, então, abordado por um leproso que se prostrou diante dele, dizendo-lhe: «Senhor, se quiseres, podes purificar-me.» 3Jesus estendeu a mão e tocou-o, dizendo: «Quero, fica purificado!» No mesmo instante, ficou purificado da lepra.

4Jesus, porém, disse-lhe: «Vê, não o digas a ninguém; mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta a oferta que Moisés preceituou, para que lhes sirva de testemunho.»

 

 

 

 

 

 


Cura do servo do centurião (Lc 7,1-10; Jo 4,46-54) - 5Entrando em Cafarnaúm, aproximou-se dele um centurião, suplicando nestes termos:6«Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico, sofrendo horrivelmente.» 7Disse-lhe Jesus: «Eu irei curá-lo.» 8Respondeu-lhe o centurião:

«Senhor, eu não sou digno de que entres debaixo do meu tecto; mas diz uma só palavra e o meu servo será curado. 9Porque eu, que não passo de um subordinado, tenho soldados às minhas ordens e digo a um: ‘Vai’, e ele vai; a outro: ‘Vem’, e ele vem; e ao meu servo: ‘Faz isto’, e ele faz.»

10Jesus, ao ouvi-lo, admirou-se e disse aos que o seguiam: «Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé!11Digo-vos que, do Oriente e do Ocidente, muitos virão sentar-se à mesa do banquete com Abraão, Isaac e Jacob, no Reino do Céu, 12ao passo que os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.»

13Disse, então, Jesus ao centurião: «Vai, que tudo se faça conforme a tua fé.» Naquela mesma hora, o servo ficou curado.

 

 

 

 

Cura da sogra de Pedro e outros milagres (Mc 1,29-34; Lc 4,38-41) - 14Entrando em casa de Pedro, Jesus viu que a sogra dele jazia no leito com febre. 15Tocou-lhe na mão, e a febre deixou-a. E ela, levantando-se, pôs-se a servi-lo.

16Ao entardecer, apresentaram-lhe muitos possessos; e Ele, com a sua palavra, expulsou os espíritos e curou todos os que estavam doentes,17para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: Ele tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas dores.

 


Condições para seguir Jesus (Lc 9,57-60) - 18Vendo Jesus em torno de si uma grande multidão, decidiu passar à outra margem. 19Saiu-lhe ao encontro um doutor da Lei, que lhe disse: «Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores.» 20Respondeu-lhe Jesus: «As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.»

21Um dos discípulos disse-lhe: «Senhor, deixa-me ir primeiro sepultar o meu pai.» 22Jesus, porém, respondeu-lhe: «Segue-me e deixa os mortos sepultar os seus mortos.»

 

 

 

Tempestade acalmada (Mc 4,35-41; Lc 8,22-25) - 23Depois subiu para o barco e os discípulos seguiram-no. 24Levantou-se, então, no mar, uma tempestade tão violenta, que as ondas cobriam o barco; entretanto, Jesus dormia. 25Aproximando-se dele, os discípulos despertaram-no, dizendo-lhe: «Senhor, salva-nos, que perecemos!» 26Disse-lhes Ele: «Porque temeis, homens de pouca fé?» Então, levantando-se, falou imperiosamente aos ventos e ao mar, e sobreveio uma grande calma.

27Os homens, admirados, diziam: «Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?»

 


Possessos de Gádara (Mc 5,1-20; Lc 8,26-39) - 28Chegado à outra margem, à região dos gadarenos, vieram ao seu encontro dois possessos, que habitavam nos sepulcros. Eram tão ferozes que ninguém podia passar por aquele caminho. 29Vendo-o, disseram em alta voz: «Que tens a ver connosco, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?» 30Ora, andava a pouca distância dali, a pastar, uma grande vara de porcos. 31E os demónios pediram-lhe: «Se nos expulsas, manda-nos para a vara de porcos.» 32Disse-lhes Jesus: «Ide!» Então, eles, saindo, entraram nos porcos, que se despenharam por um precipício, no mar, e morreram nas águas.

33Os guardas fugiram e, indo à cidade, contaram tudo o que se tinha passado com os possessos. 34Toda a cidade saiu ao encontro de Jesus e, vendo-o, rogaram-lhe que se retirasse daquela região.

 

 

A filha de Jairo e a mulher com hemorragia (Mc 5,21-43; Lc 8,40-56) -18Enquanto Jesus lhes dizia estas coisas, aproximou-se um chefe que se prostrou diante dele e disse: «Minha filha acaba de morrer, mas vem impor-lhe a tua mão e viverá.»19Jesus, levantando-se, seguiu-o com os discípulos. 20Então, uma mulher, que padecia de uma hemorragia há doze anos, aproximou-se dele por trás e tocou-lhe na orla do manto, 21pois pensava consigo: ‘Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada.’ 22Jesus voltou-se e, ao vê-la, disse-lhe: «Filha, tem confiança, a tua fé te salvou.» E, naquele mesmo instante, a mulher ficou curada.23Quando chegou a casa do chefe, vendo os flautistas e a multidão em grande alarido, disse: 24«Retirai-vos, porque a menina não está morta: dorme.» Mas riam-se dele. 25Retirada a multidão, Jesus entrou, tomou a mão da menina e ela ergueu-se. 26A notícia espalhou-se logo por toda aquela terra.

 

 

Cura de um paralítico (Mc 2,1-12; Lc 5,17-26; Jo 5,1-9) - 1Depois disto, subiu para o barco, atravessou o mar e foi para a sua cidade.2Apresentaram-lhe um paralítico, deitado num catre. Vendo Jesus a fé deles, disse ao paralítico: «Filho, tem confiança, os teus pecados estão perdoados.» 3Alguns doutores da Lei disseram consigo: «Este homem blasfema.»

4Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse-lhes: «Porque alimentais esses maus pensamentos nos vossos corações? 5Que é mais fácil dizer: ‘Os teus pecados te são perdoados’, ou: ‘Levanta-te e anda’? 6Pois bem, para que saibais que o Filho do Homem tem, na terra, poder para perdoar pecados - disse Ele ao paralítico: ‘Levanta-te, toma o teu catre e vai para tua casa.»

7E ele, levantando-se, foi para sua casa. 8Ao ver isto, a multidão ficou dominada pelo temor e glorificou a Deus, por ter dado tal poder aos homens.


Chamamento de Mateus (Mc 2,13-17; Lc 5,27-32) - 9Partindo dali, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-me!» E ele levantou-se e seguiu-o.

10Encontrando-se Jesus à mesa em sua casa, numerosos cobradores de impostos e outros pecadores vieram e sentaram-se com Ele e seus discípulos.

11Os fariseus, vendo isto, diziam aos discípulos: «Porque é que o vosso Mestre come com os cobradores de impostos e os pecadores?»

12Jesus ouviu-os e respondeu-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. 13Ide aprender o que significa:Prefiro a misericórdia ao sacrifício. Porque Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores.»

 

 

 


Discussão sobre o jejum (Mc 2,18-20; Lc 5,33-35) - 14Depois, foram ter com Ele os discípulos de João, dizendo: «Porque é que nós e os fariseus jejuamos e os teus discípulos não jejuam?»

15Jesus respondeu-lhes: «Porventura podem os convidados para as núpcias estar tristes, enquanto o esposo está com eles? Porém, hão-de vir dias em que lhes será tirado o esposo e, então, hão-de jejuar.»


O velho e o novo (Mc 2,21-22; Lc 5,36-39) - 16«Ninguém põe um remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo puxa parte do tecido e o rasgão torna-se maior. 17Nem se deita vinho novo em odres velhos; de contrário, rompem-se os odres, derrama-se o vinho e estragam-se os odres. Mas deita-se o vinho novo em odres novos; e, desta maneira, ambas as coisas se conservam.»

 

 

 

 

Cura de dois cegos (20,29-34; Mc 8,22-26; 10,46-52; Lc 18,35-43; Jo 9,1-41) - 27Ao sair dali, seguiram-no dois cegos, gritando: «Filho de David, tem misericórdia de nós!» 28Ao chegar a casa, os cegos aproximaram-se dele, e Jesus disse-lhes: «Credes que tenho poder para fazer isso?» Responderam-lhe: «Cremos, Senhor!» 29Então, tocou-lhes nos olhos, dizendo: «Seja-vos feito segundo a vossa fé.» 30E os olhos abriram-se-lhes.

Jesus advertiu-os em tom severo: «Vede lá, que ninguém o saiba.» 31Mas eles, saindo, divulgaram a sua fama por toda aquela terra.

 


Cura de um possesso (Mc 3,22-27; 7,31-37; Lc 11,14-15) - 32Mal eles se tinham retirado, apresentaram-lhe um mudo, possesso do demónio.

33Depois que o demónio foi expulso, o mudo falou; e a multidão, admirada, dizia: «Nunca se viu tal coisa em Israel.» 34Os fariseus, porém, diziam: «É pelo chefe dos demónios que Ele expulsa os demónios.»

 

 

 

Eleição dos Doze (Mc 3,13-19; Lc 6,12-16; Jo 1,40-49; Act 1,13) - 1Jesus chamou doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos malignos e de curar todas as enfermidades e doenças.

2São estes os nomes dos doze Apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão;3Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que o traiu.


Missão dos Doze (Mc 6,7-11; Lc 9,1-6; 10,1-11) - 5Jesus enviou estes doze, depois de lhes ter dado as seguintes instruções: «Não sigais pelo caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. 6Ide, primeiramente, às ovelhas perdidas da casa de Israel. 7Pelo caminho, proclamai que o Reino do Céu está perto. 8Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça, dai de graça. 9Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos; 10nem alforge para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado; pois o trabalhador merece o seu sustento.

11Em qualquer cidade ou aldeia onde entrardes, procurai saber se há nela alguém que seja digno, e permanecei em sua casa até partirdes.12Ao entrardes numa casa, saudai-a. 13Se essa casa for digna, a vossa paz desça sobre ela; se não for digna, volte para vós. 14Se alguém não vos receber nem escutar as vossas palavras, ao sair dessa casa ou dessa cidade, sacudi o pó dos vossos pés. 15Em verdade vos digo: No dia do juízo, haverá menos rigor para a terra de Sodoma e de Gomorra do que para aquela cidade.»


Perseguição dos discípulos (24,9-14; Mc 13,9-13; Lc 21,12-19; Act 20,29-31) - 16«Envio-vos como ovelhas para o meio dos lobos; sede, pois, prudentes como as serpentes e simples como as pombas. 17Tende cuidado com os homens: hão-de entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos nas suas sinagogas; 18sereis levados perante governadores e reis, por minha causa, para dar testemunho diante deles e dos pagãos.

19Mas, quando vos entregarem, não vos preocupeis nem como haveis de falar nem com o que haveis de dizer; nessa altura, vos será inspirado o que tiverdes de dizer. 20Não sereis vós a falar, mas o Espírito do vosso Pai é que falará por vós. 21O irmão entregará o seu irmão à morte, e o pai, o seu filho; os filhos hão-de erguer-se contra os pais e hão-de causar-lhes a morte. 22E vós sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas aquele que se mantiver firme até ao fim será salvo. 23Quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra. Em verdade vos digo: Não acabareis de percorrer as cidades de Israel, antes de vir o Filho do Homem.»


Nada temer (Lc 12,2-7) - 24«O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do senhor. 25Basta ao discípulo ser como o mestre e ao servo ser como o senhor. Se ao dono da casa chamaram Belzebu, o que não chamarão eles aos familiares! 26Não os temais, portanto, pois não há nada encoberto que não venha a ser conhecido. 27O que vos digo às escuras, dizei-o à luz do dia; e o que escutais ao ouvido, proclamai-o sobre os terraços.

28Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma. Temei antes aquele que pode fazer perecer na Geena o corpo e a alma.29Não se vendem dois pássaros por uma pequena moeda? E nem um deles cairá por terra sem o consentimento do vosso Pai! 30Quanto a vós, até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados! 31Não temais, pois valeis mais do que muitos pássaros.»


Coragem e desprendimento (Lc 12,51-53; 14,25-33) - 32«Todo aquele que se declarar por mim, diante dos homens, também me declararei por ele diante do meu Pai que está no Céu. 33Mas aquele que me negar diante dos homens, também o hei-de negar diante do meu Pai que está no Céu. 34Não penseis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas a espada. 35Porque vim separar o filho do seu pai, a filha da sua mãe e a nora da sua sogra; 36de tal modo que os inimigos do homem serão os seus familiares.

37Quem amar o pai ou a mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem amar o filho ou filha mais do que a mim, não é digno de mim.38Quem não tomar a sua cruz para me seguir, não é digno de mim.

39Aquele que conservar a vida para si, há-de perdê-la; aquele que perder a sua vida por causa de mim, há-de salvá-la.»

 

 

 

 

 

Acolhimento e recompensa (Mc 9,41; Lc 9,48; 10,16; Jo 13,20) - 40«Quem vos recebe, a mim recebe; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou.

41Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá recompensa de profeta; e quem recebe um justo, por ele ser justo, receberá recompensa de justo. 42E quem der de beber a um destes pequeninos, ainda que seja somente um copo de água fresca, por ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa.»