Apóstolo PEDRO: Era pescador, nascido em Betsaida, filho de Jonas. Esperto, vivo, enérgico e temperamental. De nome Simão, Jesus o chamou de PEDRO, nomeado cabeça da Igreja e eleito o 1º papa. Fazia a conversão de milhares de pessoas. Vivia em Cafarnaum com o irmão André, sua mulher e sua sogra. Jesus morou com Pedro por muito tempo. Foi preso, morto crucificado numa cruz de cabeça para baixo a seu pedido, pois não queria morrer do mesmo modo que Jesus.
Apóstolo TIAGO, maior: Irmão de São João Evangelista, filho de Zebedeu, pescador, foi chamado quando consertava as redes. Seu apostolado na Espanha foi rejeitado, era peregrino e lutador pelas causas de Cristo. Ele e João foram chamados Boanerges, que quer dizer "filhos do trovão". Assim como os outros apóstolos, Thiago também foi vítima de perseguição movida pelas autoridades judaicas. Foi morto à espada.
Apóstolo JOÃO: Pescador. Teria 20 anos de idade quando foi chamado. Era o mais jovem e o discípulo que Jesus mais amava. Era moço equilibrado e sereno. Foi a ele que Cristo confiou sua própria mãe, do alto da cruz. Conforme uma tradição unânime, ele viveu em Éfeso em companhia de Nossa Senhora e sob o Imperador Domiciano, foi colocado dentro de uma caldeira de óleo fervendo, daí saindo ileso. Morreu devido a idade avançada em Éfeso, durante o império de Trajano, e aí foi sepultado.
Apóstolo ANDRÉ: Foi o 1º a ser chamado para seguir Jesus. Depois apresentou seu irmão Simão Pedro. Era da Aldeia de Betsaida e pescador. Era animado, ativo e prático. Participou no milagre da multiplicação dos pães e sempre fiel na caminhada de Jesus. A respeito de seu martírio, não há informação certa. Há informações que foi crucificado em uma cruz de braços iguais.
Apóstolo FILIPE: Pescador. Deixou casa, mulher e três filhas ao ser chamado. Homem simples e bondoso. Pregava que Cristo era a "porta" para chegar ao Pai. A tradição afirma que Filipe morreu crucificado em Gerápolis, aos 87 anos.
Apóstolo BARTOLOMEU: Pescador, amigo de Felipe, era incrédulo, mais lido e culto que Felipe. Para convencer-se que Jesus era o Salvador, foi preciso estar com ele. Depois disso gostava de ler e meditar as Sagradas Escrituras. Na Armênia converteu muitos a Cristo. Essas conversões, no entanto, provocaram uma enorme inveja nos sacerdotes locais, até que conseguiram a ordem de tirar a pele de Bartolomeu e decapitá-lo.
Apóstolo MATEUS: O único que não foi pescador. Era cobrador de impostos. Homem decidido, fervoroso e generoso. Foi evangelista, pregador da Boa Nova e selou com seu sangue por pregar a verdade. Aceitou o chamado de imediato, testemunhou e escreveu o que presenciou na vida pública de Jesus. Morreu apedrejado, queimado e decapitado na Etiópia.
Apóstolo TOMÉ: Pescador, tinha o apelido de dídimo, em aramaico. Logo em seguida, traduzido para o grego "Thomé", que significava "gêmeo". Segundo a tradição, seu nome verdadeiro era Judas. Galileu, honrado, nobre, sincero, de caráter forte e impulsivo. Se destacou como incrédulo, por não ter acreditado na ressurreição do Cristo, somente após ter colocado os dedos nas chagas do corpo de Jesus.
Apóstolo Judas TADEU: Pescador. Homem de juízo, prudente, irmão de Tiago Menor. Era de Nazaré, filho de Cleopas e de Maria. Há poucas informações sobre esse apóstolo e há quem diga ser proposital esse desconhecimento, para dar exemplo da necessidade de ficarmos, também nós, no oculto.
Apóstolo TIAGO menor , filho de Alfeu: Pescador. Chamado assim pela sua estatura e idade. Nasceu em Caná, tinha graça sobrenatural e dom perfeito vindo do Pai. Fez varias profecias. Nas suas pregações, anunciava os castigos que haviam de vir se não se convertessem. Estava no cenáculo com Nossa Senhora e os outros apóstolos, aguardando a vinda do Espírito Santo. Sobre a morte de Tiago, possuímos informações o qual o apóstolo teria sido condenado ao apedrejamento, no ano 61 ou 62 do sumo pontífice Anás II.
Apóstolo SIMÃO: Pescador, com o cognome Cananeu, que significa "Zeloso", pregou na África e Grã-Bretanha. Igual Tadeu, se tem pouco sobre sua vida. Seguiu Jesus com muito carinho e dedicação. Segundo uma notícia, o apóstolo teria sofrido o martírio durante o império de Trajano, em 107, com respeitável idade de 120 anos.
JUDAS ISCARIOTES: Seu nome verdadeiro era Judas de Simão. Era originário da cidade de Kerioth. Todos os chamavam de "Ish-Keriot", que significava, "da cidade de Keriot". O que se deu o nome de Judas Iscariotes. Foi quem traiu Jesus .
O 13º APÓSTOLO - MATIAS - É um nome frequente entre os hebreus e quer dizer "dom de Deus". É o apóstolo que recebeu como dom, o ser agregado aos Doze, tomando o lugar vago deixado pela deserção de Judas Iscariotes. A sua eleição foi mediante sorteio, após a Ascensão do Senhor, pela proposta de Simão Pedro. Matias esteve portanto, constantemente próximo a Jesus desde o início até o fim de sua vida pública. Nada se sabe de suas atividades apostólicas, nem se morreu como mártir ou de morte natural. A tradição da morte por decapitação com um machado se liga o seu patrocínio especial aos açougueiros e carpinteiros.
COSMOGONIA: s.f. (do gr. kosmogonia) Mitos que contam a criação do mundo. ESCATOLOGIA: s.f. (do gr. éschatos + logo + ia) Mitos que explicam o destino do homem após a morte. MITO: s.m. (do gr. mythos) Relato ou narrativa de origem remota e significação simbólica, que tem como personagens deuses, seres sobrenaturais, fantasmas coletivos, etc. MITOLOGIA: s.f. (do gr. mythologia) Conjunto de mitos de uma determinada cultura transmitido pela tradição (oral ou escrita). PANTEÃO: s.f. (do gr. pántheion) 1.Templo que na Grécia e na Roma antigas, era consagrado a todos os deuses; também significa o conjunto das divindades de uma religião politeísta. TEOGONIA: s.f. (do gr. theogonia) Mitos que contam o nascimento dos deuses.
RESENHA E LINKS
Presentes em todas as culturas, os mitos situam-se entre a Razão e a Fé, mas são considerados sagrados. Os principais tipos de mito referem-se à origem dos deuses, do mundo e ao fim das coisas. Nesse aspecto define-se mitologia como o conjunto dos mitos próprios de um povo, de uma civilização, de uma religião. No estudo das mitologias, a Grega, e por herança aRomana, foi uma das mais fantásticas que um povo já produziu. Compreendendo um conjunto de mitos, lendas e entidades divinas e/ou fantásticas, com deuses, semideuses e heróis, presentes na religião praticada na Grécia Antiga, foram criados e transmitidos originalmente por tradição oral. O principal intuito deste fantasioso mundo mitológico era explicar fenômenos naturais, culturais ou religiosos que não tinha explicação natural e, assim, constituiu-se, por sua riqueza narrativa e conceitual, em uma das mais interessantes mitologias mundiais.
Os gregos antigos adoravam vários deuses, todos com formas e atributos humanos, que povoavam o céu, a terra, os mares e o mundo subterrâneo. Nas suas várias lendas, histórias e cânticos, cada um dos deuses da Grécia Antiga tinha sua própria identidade, tal como forma física, genealogia, interesses, personalidade e outros atributos peculiares de cada um. No entanto, essas descrições podiam ter variantes locais que, até com certa freqüência, levam a descrições diferentes em partes distintas do mundo grego antigo. Em geral, apesar de quase humanos, eram seres eternos e praticamente imunes a doenças e feridas, capazes de se tornarem invisíveis, de alcançarem vários lugares quase que instantaneamente e de assumirem atitudes através de seres humanos sem o conhecimento destes.
Também os gregos antigos diziam que seus deuses tinham as mesmas paixões, defeitos e qualidades dos homens, por isso estavam sempre envolvidos em aventuras, características que definem o sentido da palavra mitologia, do ponto de vista da fabulosa história dos deuses, semideuses e heróis da Antiguidade greco-romana. Os próprios gregos moldaram seus deuses e, ao contrário das outras mitologias, tinham deuses humanizados, fazendo do céu um ambiente familiar. As divindades principais habitavam o Monte Olimpo e formavam a corte deZEUS (Júpiter), o deus supremo. Além das muitas divindades secundárias, havia também os semideuses, deuses ilegítimos, filhos de deuses com mortais, que por isso dependiam dos deuses. Dentro desses conceitos religiosos bem diversificados, cabia uma verdadeira democracia de pensamentos, desde os materialistas até os que acreditavam no julgamento após a morte. Esta evolução ocorreu durante cerca de 25 séculos, desde o segundo milênio a. C., até o fechamento das escolas pagãs pelo imperador bizantino Justiniano (329).
A enorme abrangência da mitologia grega, vai desde os primeiros deuses e as sangrentas guerras de Tróia e Tebas, a histórias como à infância de HERMES e o sofrimento deDEMÉTER por PERSÉFONE. Seus deuses representavam forças e fenômenos da natureza e também impulsos e paixões humanas. Moravam no Monte Olimpo e de lá controlavam tudo o que se passava entre os mortais. O Panteão Grego incluía semideuses, heróis e inúmeras entidades, como os sátiros e ninfas, espíritos dos bosques, das águas ou das flores.
A Mitologia Grega se tornou completamente desenvolvida em torno do VIII-VII século a. C., quando três coleções clássicas de mitos surgiram: a Teogonia de Hesíodo e a Illiada e aOdisséia, ambas deHomero. Embora os primeiros dados existentes sobre a religião grega partam dessas lendas, é possível rastrear a evolução de crenças antecedentes. No início da filosofia grega, no século VI a. C., enquanto alguns pensadores, como Heráclito, os Sofistas e Aristófanes, ironizavam as crenças populares, outros, como Platão eAristóteles, desenvolviam conceitos científicos sobre a divindade, porém isso não afetava a religiosidade popular, especialmente evidenciada nos festejos tradicionais.
Segundo as crenças gregas, no princípio havia um grande vazio chamado Caos e todas as coisas estavam mistas umas às outras. Sobre esta confusão reinava a Noite ou Nyx e em algum momento surgiu o Érebo ou Inferno, de um lugar desconhecido deste reinado. O Destino, as Moiras/Parcas, divindades cegas, nascidas do Caos e da Noite, eram quem estabeleciam tudo, inclusive os deuses estavam submetidos a elas. Mas ainda havia apenas o silêncio e o vazio até que nasceu Amor, produzindo um início de ordem. Da união de Érebo e Noitenasceram Éter, a luz celestial, e Dia ou Hélios, e então apareceu a terra,a mãe universal chamada de GAIA. GAIA, por si só, gerou URANO, o Céu, e ele próprio se uniria para gerarem os 12 Titãs, dentre eles Mnemósine, Atlas, Oceano, RÉIA e CRONOS, o mais novo de todos, os Ciclopes e os Hecatônquiros. Segundo a mitologia grega, quandoGAIAdeu origem aos Titãs, eles fizeram das montanhas gregas, inclusive as do Monte Olimpo, seus tronos, pois eram tão grandes que mal cabiam na crosta terrestre. Os Titãs, eram liderados porCRONOS (Saturno) que desposou RÉIA (Cibele) e entre seus filhos estava ZEUS (Júpiter), que destronou seu pai, e tornou-se senhor dos deuses. Organizou os olímpianos, uma plêiade de doze deuses principais que habitavam o Monte Olimpo, sucessores dos Titãs, formando uma sociedade que era classificada quanto à autoridade e poder. Ele deu o mar aPOSEIDON e o inferno a HADES, seus irmãos, e passou a reinar do Monte Olimpo. Os Titãsrevoltaram-se contra os deuses e tentaram alcançar o céu, mas foram fulminados porZEUS.
Os olímpicos eram ZEUS, AFRODITE, APOLO, ARES, ARTÊMIS, ATENA, DEMÉTER, HEFESTO, HERA, HERMES, HÉSTIA e POSEIDON, sendo ZEUS (Júpiter) o chefe, senhor de todos os estados, o pai espiritual dos todos os mortais e imortais. HERA (Juno), sua esposa, era a rainha do paraíso e a guardiã do casamento. HEFESTOouHEFAÍSTO (Vulcano), deus do fogo e das artes manuais. APOLO (Febo) era o deus da luz, da poesia e da música e ARES (Marte) o deus da guerra. ATENA (Minerva), deusa da sabedoria e da guerra, ARTÊMIS (Diana), deusa da caça e dos animais selvagens, AFRODITE (Vênus), deusa do amor, HÉSTIA (Vesta), deusa do coração e da chama sagrada, eDEMÉTER (Ceres) a deusa da agricultura. HERMES (Mercúrio) era o mensageiro dos deuses e senhor das ciências e das invenções, e POSSEIDON (Netuno) o senhor dos mares e oceanos que, junto com sua esposa ANFITRITE, originou um grupo de deuses do mar menos importantes, como as Nereidas e Tritão.
Embora HADES (Plutão), irmão de ZEUS e deus dos infernos, fosse um deus importante dentro do pensamento religioso grego, geralmente não era considerado um olimpiano. Governava o sombrio mundo subterrâneo com sua esposa PERSÉFONE (Proserpina ou Cora), um lugar escuro e triste, nas profundezas da terra, povoado pelos espíritos das pessoas que morriam. Outro Deus que originalmente não era tão admirado mas com o tempo tornou-se um dos mais populares, foi DIONÍSIO (Baco), deus do pão e do vinho e do prazer. A ele os gregos devotavam muitos festivais, inclusive os de encenações teatrais. Freqüentemente era acompanhado por um exército de deuses fantásticos, incluindo centauros e ninfas. OsCENTAUROS tinham a cabeça e o torso humanos e o corpo de cavalo. As belas e charmosas ninfas assombravam os bosques e florestas.
Outros Deuses e Titãs menores e de importância também entre os romanos foram: ALOADES: os gigantes que desafiaram o Olimpo, EIRENE (Pax): a personificação da paz para os gregos e romanos; EOS (Aurora): a deusa que anunciava à Terra a chegada do Sol; EROS (Amor): notável pela história de seu amor pela mortal Psique; GAIA a deusa Mãe primordial, geradora de todos os deuses, a deusa-terra; HERMAFRODITA: o filho de HERMES (Mercúrio) e AFRODITE (Vênus);HIPERION, o titã-Sol; NIKE (Victoria): a deusa grega da vitória; PANDORA: doadora de talentos divinos ou de todos os males da humanidade; PROMETEU: defensor do bem estar dos homens; TÂNATOS: o deus da morte; TÊMIS(Justitia): a deusa da Justiça; SELENE (também Diana): uma das deusas da tríade da Lua; PÃ (Fauno ou Silvano): deus das florestas; ASCLÉPIO (Esculápio), deus greco-romano da medicina; TÉTIS: a titânida e a neta, uma Nereida mãe de AQUILES; NINFAS: guardadoras da natureza; MOIRAS (Parcas): as deusas responsáveis pelos destinos dos deuses e homens; as MUSAS: representantes das artes e das ciências, invocada pelos poetas em busca de inspiração e sucesso. E mais ADÔNIS, CRONOS (Saturno), comandante dos Titãs,HÉLIO, deus-sol e o olho do mundo, e URANO, a personificação do céu.
Observação: O Monte Olimpo, também chamado de Ólimpos, e em mapas modernos, Óros Ólimbos, é a mais alta montanha da Grécia, com o cume Mitikas, que em grego quer dizer nariz, como seu pico mais alto, na altitude de 2.919 metros. Está localizado na cidade de Litochoro, que acabou também por receber o nome Cidade dos Deuses, devido à sua localização próxima à base do monte, e a cerca de 100 km de distância de Salônica, segunda maior cidade da Grécia, e próximo ao Mar Egeu. Na mitologia grega, era a morada dos Doze Deuses do Olimpo, os principais deuses do panteão grego. Os gregos pensavam nisto como uma mansão de cristais onde seus deuses habitavam.
(Fonte: Só Biografias)
Epifania do Senhor
Epifania do Senhor é uma festa religiosa do Catolicismo, que é comemorada dois domingos após o Natal. A Epifania é a manifestação de Cristo, ocorre quando, na Bíblia, Jesus conhece diferentes pessoas e em diferentes momentos.
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A Igreja Católica considera epifanias três eventos:
a Epifania dos magos do oriente e que é celebrada no dia 6 de Janeiro;
a Epifania a João Batista no rio Jordão
e a Epifania quando tornou-se conhecido pelo milagre de Caná.
CAFÉ COM AS AMIGAS
No final de uma palestra sobre saúde na Universidade de Stanford o palestrante apontou, entre outras coisas, que os estudos mostram que uma das melhores coisas que um homem pode fazer por sua saúde é se casar: o casamento aumenta a longevidade e o bem-estar pessoal do homem. Questionado sobre a saúde da mulher, o palestrante apontou um dado surpreendente: ao invés do casamento a mulher precisa cultivar seus relacionamentos com as amigas! Essa declaração provocou risos na platéia, mas o professor fundamentou o fato muito à sério. Os estudos realizados mostram que as mulheres se conectam de maneira diferente dos homens e fornecem outros sistemas de apoio que as ajudam a lidar com experiências estressantes e difíceis em suas vidas. "Tempo com Amigas" é muito significativo no nível fisiológico: ajuda a produzir mais serotonina (neurotransmissor) que auxilia no combate à depressão e cria um sentimento geral de bem-estar. As mulheres tendem a compartilhar seus sentimentos, enquanto os homens geralmente se conectam em torno de tarefas. Eles raramente se sentam com um amigo falando sobre como se sentem sobre algo, ou como está sua vida pessoal. Falam de trabalho, esportes, carros, mulheres, etc. mas dos seus sentimentos, raramente... As mulheres fazem isso o tempo todo. Elas compartilham sentimentos e emoções das profundezas de suas almas com suas amigas, e parece que isso realmente contribui para a sua própria saúde. O conferencista acrescentou, ressaltando que o "tempo gasto" com amigas é tão importante para a saúde das mulheres como correr ou fazer ginástica. De fato, há uma tendência (errônea) de pensar que quando nos envolvemos com alguma atividade física estamos fazendo algo de bom para o nosso corpo, enquanto que quando conversamos com as nossas amigas, "desperdiçamos" o tempo em vez de fazer algo mais produtivo. O orador salientou que não manter relacionamentos de qualidade com outras pessoas prejudica a nossa saúde física tanto quanto o fumo!Portanto, cada vez que nós (as mulheres, é claro) sentamos para conversar com uma amiga estamos fazendo algo muito benéfico para a nossa saúde. Então... "Tim-Tim" ao café, chá, suco, etc. com as amigas!...
Fonte:*Revista Depende de Você
Sobre os Evangelhos
Evangelho de São Marcos
A tradição antiga, que remonta ao séc. II, atribui o texto deste Evangelho a Marcos, identificado com João Marcos, filho de Maria, em cuja casa os cristãos se reuniam para orar (Act 12,12). Com Barnabé, seu primo, Marcos acompanha Paulo durante algum tempo na primeira viagem missionária (Act 13,5.13; 15,37.39) e depois aparece com ele, prisioneiro em Roma (Cl 4,10). Mas liga-se mais a Pedro, que o trata por «meu filho» na saudação final da sua Primeira Carta (1 Pe 5,13). Marcos terá escrito o Evangelho pouco antes da destruição de Jerusalém, que aconteceu no ano 70.
O LIVRO
O Evangelho de Marcos reflecte a catequese que Pedro, testemunha presencial dos acontecimentos, espontâneo e atento, ministrava à sua comunidade de Roma. É o mais breve dos quatro e situa-se no Cânon entre os dois mais extensos Mateus e Lucas e a seguir a Mateus, o de maior uso na Igreja. Até ao séc. XIX, Marcos foi pouco estudado e comentado, para não dizer praticamente esquecido. Santo Agostinho considerava-o como um resumo de Mateus.
A investigação mais aprofundada desde o século passado, à volta da origem dos Evangelhos, trouxe Marcos à luz da ribalta; hoje, é geralmente considerado o mais antigo dos quatro. Na verdade, supõe uma fase mais primitiva da reflexão da Igreja acerca do Acontecimento Cristo, que lhe deu origem; e só ele conserva o esquema da mais antiga pregação apostólica, sintetizada em Actos 1,22: começa com o baptismo de João (1,4) e termina com a Ascensão do Senhor (16,19).
É comum afirmar-se que todos os outros Evangelhos, sobretudo os Sinópticos, supõem e utilizaram mais ou menos o texto de Marcos, assim como o seu esquema histórico-geográfico da vida pública de Jesus: Galileia, Viagem para Jerusalém, Jerusalém.
CARACTERÍSTICAS LITERÁRIAS
Revelando certa pobreza de vocabulário e uma sintaxe menos cuidada, Marcos é parco em discursos; apresenta apenas dois: o capítulo das parábolas (cap. 4) e o discurso escatológico (cap. 13). Mas tem muitas narrações. É exímio na arte de contar: fá-lo com realismo e sentido do concreto, enriquece os relatos de pormenores e dá-lhes vida e cor. A este propósito são típicos os casos do possesso de Gerasa, da mulher com fluxo de sangue e da filha de Jairo, no cap. 5. Presta uma atenção especial às palavras textuais de Jesus em aramaico, por ex. «Talitha qûm» (5,42) e «Eloí, Eloí, lemá sabachtáni» (15,34). É de referir também o dia-tipo da actividade de Jesus, descrito na assim chamada “jornada de Cafarnaúm” (1,21-34).
Dentre as perícopes e simples incisos próprios de Marcos, menciona-se o único texto bíblico em que Jesus aparece como «o Filho de Maria» (6,3), ao contrário dos outros que falam de Maria, mãe de Jesus.
PLANO
Pode dizer-se, porventura de uma forma demasiado simples, que Marcos se faz espectador com os seus leitores. Como eles, acompanha e vive o drama de Jesus de Nazaré, desenrolado em dois actos, coincidentes com as duas partes deste Evangelho. Ao longo do primeiro, vai-se perguntando: Quem é Ele? Pedro responderá por si e pelos outros, de forma directa e categórica: «Tu és o Messias!» (8,29). O segundo acto pode esquematizar-se com pergunta-resposta: De que maneira se realiza Ele, como Messias? Morrendo e ressuscitando (8,31; 9,31; 10,33-34).
O Evangelho de Marcos apresenta-nos, assim, uma Cristologia simples e acessível: Jesus de Nazaré é verdadeiramente o Messias que, com a sua Morte e Ressurreição, demonstrou ser verdadeiramente o Filho de Deus (15,39) que a todos possibilita a salvação. «Pois também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos» (10,45).
Este plano é desenvolvido ao longo das 5 secções em que podemos dividir o Evangelho de Marcos:
I. Preparação do ministério de Jesus: (1,1-13);
II. Ministério na Galileia: (1,14-7,23);
III. Viagens por Tiro, Sídon e a Decápole: (7,24-10,52);
IV. Ministério em Jerusalém: (11,1-13,37);
V. Paixão e Ressurreição de Jesus: (14,1-16,20).
TEOLOGIA
Tal como os outros evangelistas, Marcos apresenta-nos a pessoa de Jesus e o grupo dos discípulos como primeiro modelo da Igreja.
O Jesus de Marcos. Mais do que em qualquer outro Evangelho, Jesus, «Filho de Deus» (1,1.11; 9,7; 15,39), revela-se profundamente humano, de contrastes por vezes desconcertantes: é acessível (8,1-3) e distante (4,38-39); acarinha (10,16) e repele (8,12-13); impõe “segredo” acerca da sua pessoa e do bem que faz e manda apregoar o benefício recebido; manifesta limitações e até aparenta ignorância (13,22). É verdadeiramente o «Filho do Homem», título da sua preferência. Deste modo, a pessoa de Jesus torna-se misteriosa: porque encerra em si, conjuntamente, um homem verdadeiro e um Deus verdadeiro. Vai residir aqui a dificuldade da sua aceitação por parte das multidões que o seguem e mesmo por parte dos discípulos.
Na primeira parte deste Evangelho (1,14-8,30), Jesus mostra-se mais preocupado com o acolhimento do povo, atende às suas necessidades e ensina; na segunda parte (8,31-13,36) volta-se especialmente para os Apóstolos que escolheu (3,13-19): com sábia pedagogia vai-os formando, revelando-lhes progressivamente o plano da salvação (10,29-30.42-45) e introduzindo-os na intimidade do Pai (11,22-26).
O Discípulo de Jesus. Este Jesus, tão simples e humano, é também muito exigente para com os seus discípulos. Desde o início da sua pregação (1,14), arrasta as multidões atrás de si e alguns discípulos seguem-no (1,16-22). Após a escolha dos Doze (3,13-19), começa a haver uma certa separação entre este grupo mais íntimo e as multidões. Todos seguem Jesus, mas de modos diferentes. Este seguimento exige esforço e capacidade de abertura ao divino, que se manifesta em Jesus de forma velada e indirecta através dos milagres que Ele realiza. É por meio dos milagres que o discípulo descobre no Filho do Homem a presença de Deus, vendo em Jesus de Nazaré o Filho de Deus.
Porque a pessoa de Jesus é essencialmente misteriosa, para o seguir, o discípulo precisa de uma fé a toda a prova: sente-se tentado a abandoná-lo, vendo nele apenas o carpinteiro de Nazaré. Por isso, Jesus é também um incompreendido: os seus familiares pensam que Ele os trocou por uma outra família (3,20-21.31-35); os doutores da Lei e os fariseus não aceitam a sua interpretação da Lei (2,23-28; 3,22-30); os chefes do povo e dos sacerdotes vêem-no como um revolucionário perigoso para o seu “status quo” (11,27-33). Daí que, desde o início deste Evangelho, se desenhe o destino de Jesus: a morte (3,1-6; 14,1-2).
Mas, os discípulos «de dentro» não são muito melhores do que «os que estão de fora» (4,11). Também eles sentem dificuldade em compreender o mistério da pessoa de Jesus: parecem-se com os cegos (8,22-26; 10,46-53).
A incompreensão é uma das mais negativas características no discípulo do Evangelho de Marcos. É essa a razão pela qual, ao confessar o messianismo de Jesus (8,29), Pedro pensava num messias (termo hebraico que significa “Cristo”) mais político que religioso e que libertasse o povo dos romanos dominadores. Isso aparece claro quando Jesus desvia o assunto e anuncia pela primeira vez a sua Paixão dolorosa (8,31); Pedro, não gostando de tal messianismo, começa a repreender o Mestre (8,31-33). O que ele queria era como todos os discípulos de todos os tempos um cristianismo sem esforço e sem grandes compromissos.
Apesar da incompreensão manifestada pelos discípulos em relação aos seus ensinamentos, Jesus não desanima e continua a ensiná-los (8,31-38; 9,30-37; 10,32-45). O efeito não foi muito positivo: no fim da caminhada para Jerusalém e após Ele lhes ter recordado as dificuldades por que iria passar a sua fé (14,26-31), ao verem-no atraiçoado por um dos Doze e preso (14,42-45), «deixando-o, fugiram todos» (14,50). Este é, certamente, o Evangelho onde qualquer cristão se sentirá melhor retratado.
Evangelho de São Mateus
Este Evangelho, transmitido em grego pela Igreja, deve ter sido escrito originariamente em aramaico, a língua falada por Jesus. O texto actual reflecte tradições hebraicas, mas ao mesmo tempo testemunha uma redacção grega. O vocabulário e as tradições fazem pensar em crentes ligados ao ambiente judaico; apesar disso, não se pode afirmar, sem mais, a sua origem palestinense. Geralmente pensa-se que foi escrito na Síria, talvez em Antioquia ou na Fenícia, onde viviam muitos judeus, por deixar entrever uma polémica declarada contra o judaísmo farisaico. Atendendo a elementos internos e externos ao livro, o actual texto pode datar-se dos anos 80-90, ou seja, algum tempo após a destruição de Jerusalém.
AUTOR
Do seu autor, este livro nada diz; mas a mais antiga tradição eclesiástica atribui-o ao apóstolo Mateus, um dos Doze, identificado com Levi, cobrador de impostos (9,9-13; 10,3). Pelo conhecimento que mostra das Escrituras e das tradições judaicas, pela força interpelativa da mensagem sobre os chefes religiosos do seu povo, pelo perfil de Jesus apresentado como Mestre, o autor deste Evangelho era, com certeza, um letrado judeu tornado cristão, um mestre na arte de ensinar e de fazer compreender o mistério do Reino do Céu, o tesouro da Boa-Nova anunciada por Jesus, o Messias, Filho de Deus.
COMPOSIÇÃO LITERÁRIA
Mateus recorre a fontes comuns a Mc e Lc, mas apresenta uma narração muito diferente, quer pela amplitude dos elementos próprios, quer pela liberdade com que trata materiais comuns. O conhecimento dos processos e os modos próprios de escrever de Mateus são de grande importância para a compreensão do livro actual: compilação de palavras e de factos, de “discursos” e de milagres; recurso a certos números (7, 3, 2); paralelismo sinonímico e antitético; estilo hierático e catequético; citações da Escritura, etc..
DIVISÃO E CONTEÚDO
Apesar dos característicos agrupamentos de narrações, não é fácil determinar o plano ou estabelecer as grandes divisões do livro. Dos tipos de distribuição propostos pelos críticos, podemos referir três:
1. Segundo o plano geográfico: o ministério de Jesus na Galileia (4,12b-13,58), a sua actividade nas regiões limítrofes da Galileia e a caminho de Jerusalém (14,1-20,34), ensinamentos, Paixão, Morte e Ressurreição em Jerusalém (21,1-28,20).
2. Segundo os cinco “discursos”, subordinando a estes as outras narrações: resulta daí um destaque para a dimensão doutrinal e histórica da existência cristã.
3. Segundo o objectivo de referir o drama da existência de Jesus: Mateus apresenta o Messias em quem o povo judeu recusa acreditar (3,1-13,58) e que, percorrendo o caminho da cruz, chega à glória da Ressurreição (14-28)
Aqui, limitamo-nos a destacar:
I. Evangelho da Infância de Jesus (1,1-2,23);
II. Anúncio do Reino do Céu (3,1-25,46);
III. Paixão e Ressurreição de Jesus (26,1-28,20).
TEOLOGIA
Escrevendo entre judeus e para judeus, Mateus procura mostrar como na pessoa e na obra de Jesus se cumpriram as Escrituras, que falavam profeticamente da vinda do Messias. A partir do exemplo do Senhor, reflecte a praxe eclesial de explicar o mistério messiânico mediante o recurso aos textos da Escritura e de interpretar a Escritura à luz de Cristo. Esta característica marcante contribui para compreender o significado do cumprimento da Lei e dos Profetas: Cristo realiza as Escrituras, não só cumprindo o que elas anunciam, mas aperfeiçoando o que elas significam (5,17-20). Assim, os textos da Escritura neste Evangelho confirmam a fidelidade aos desígnios divinos e, simultaneamente, a novidade da Aliança em Cristo.
Nele ressaltam cinco blocos de palavras ou “discursos” de Jesus: 5,1-7,28; 8,1-10,42; 11,1-13,52; 13,53-18,35; 19,1-25,46. Ocupam um importante lugar na trama do livro, tendo a encerrá-los as mesmas palavras (7,28), e apresentam sucessivamente: “a justiça do Reino” (5-7), os arautos do Reino (10), os mistérios do Reino (13), os filhos do Reino (18) e a necessária vigilância na expectativa da manifestação última do Reino (24-25).
Desde o séc. II, o Evangelho de Mateus foi considerado como o “Evangelho da Igreja”, em virtude das tradições que lhe dizem respeito e da riqueza e ordenação do seu conteúdo, que o tornavam privilegiado na catequese e na liturgia. O Reino proclamado por Jesus como juízo iminente é, antes de mais, presença misteriosa de salvação já actuante no mundo. Na sua condição de peregrina, a Igreja é “o verdadeiro Israel” onde o discípulo é convidado à conversão e à missão, lugar de tensão ética e penitente, mas também realidade sacramental e presença de salvação. Não identificando a Igreja com o Reino do Céu, Mateus continua hoje a recordar-lhe o seu verdadeiro rosto: uma instituição necessária e uma comunidade provisória, na perspectiva do Reino de Deus.
Como os outros Evangelhos, o de Mateus refere a vida e os ensinamentos de Jesus, mas de um modo próprio, explicitando a cristologia primitiva: em Jesus de Nazaré cumprem-se as profecias; Ele é o Salvador esperado, o Emanuel, o «Deus connosco» (1,23) até à consumação da História (28,20); é o Mestre por excelência que ensina com autoridade e interpreta o que a Lei e os Profetas afirmam acerca do Reino do Céu (= Reino de Deus); é o Messias, no qual converge o passado, o presente e o futuro e que, inaugurando o Reino de Deus, investe a comunidade dos discípulos a Igreja do seu poder salvífico.
Assim, no coração deste Evangelho o discípulo descobre Cristo ressuscitado, identificado com Jesus de Nazaré, o Filho de David e o Messias esperado, vivo e presente na comunidade eclesial.
Evangelho de São Lucas
O terceiro Evangelho é atribuído a Lucas, que também é o autor dos Actos dos Apóstolos. Segue os usos dos historiógrafos do seu tempo, mas a história que ele deseja apresentar é uma história iluminada pela fé no mistério da Paixão e Ressurreição do Senhor Jesus. O seu livro é um Evangelho, uma história santa, uma obra que apresenta a Boa-Nova da salvação centrada na pessoa de Jesus Cristo.
DIVISÃO E CONTEÚDO
O esquema geral do livro é o mesmo que se encontra em Mateus e em Marcos: uma introdução, a pregação de Jesus na Galileia, a sua viagem para Jerusalém, a Paixão e Ressurreição como cumprimento final da sua missão. A construção literária é elaborada com cuidado e reflecte grande sensibilidade, procurando salientar os tempos e lugares da História da Salvação e pondo em evidência a projecção existencial do projecto evangélico.
Prólogo (1,1-4) em que anuncia o tema, o método e o fim da sua obra. Lucas expõe por ordem o que se refere à vida e à mensagem de Jesus de Nazaré, filho de Maria, Filho de Deus.
I. Evangelho da infância (1,5-2,52) de João Baptista e de Jesus.
II. Prelúdio da missão messiânica de Jesus (3,1-4,13).
III. Ministério de Jesus na Galileia (4,14-9,50): a sua atitude face às multidões, aos primeiros discípulos e aos adversários (4,31-6,11); o seu ensino aos discípulos (6,12-7,50); a associação estreita dos Doze à su
a missão (8,1-9,50).
IV. Subida de Jesus a Jerusalém (9,51-19,28). O esquema literário de Lucas é, ao mesmo tempo, original, mas artificial, sem continuidade geográfica nem progressão doutrinal. Tal quadro permite ao autor reunir uma série de elementos, em parte convergentes com os de Mateus e Marcos, colocando-os na perspectiva do evento pascal, a consumar-se na cidade de Jerusalém. Jesus dirige-se a Israel, chamando-o à conversão; mas é, sobretudo, para os discípulos que os seus ensinamentos se orientam, tendo em conta o tempo em que já não estará presente entre eles.
V. Ministério de Jesus em Jerusalém (19,29-21,38): o ensino de Jesus no templo (20,1-21,37).
VI. Paixão, morte e ressurreição de Jesus (22,1-24,53): a narração da Paixão e as narrações da Páscoa (22,1-24,53). Omitindo a tradição das aparições na Galileia e situando todos os eventos pascais em Jerusalém, Lucas põe em evidência o lugar central daquela cidade na História da Salvação. De lá vai irradiar também a mensagem evangélica, relatada pelo mesmo autor no livro dos Actos.
O TEMPO DE JESUS E O TEMPO DA IGREJA
Uma das ideias-chave de Lucas é distinguir o tempo de Jesus e o tempo da Igreja. Sem esquecer a singularidade única do acontecimento salvífico de Jesus Cristo, põe em relevo as etapas da obra de Deus na História. Mais do que Mateus e Marcos, ao falar de Jesus e dos discípulos, Lucas pensa já na Igreja, cujos membros se sentem interpelados a acolher a mensagem salvífica na alegria e na conversão do coração. É isso que faz deste livro o Evangelho da misericórdia, da alegria, da solidariedade e da oração. No respeito pelo ser humano, a salvação evangélica transforma a vida das pessoas, com reflexos no seu interior, nos seus comportamentos sociais e no uso que fazem dos bens terrenos.
Jesus anuncia a sua vinda no fim dos tempos, o qual, segundo Lucas, coincidirá com o termo do tempo da Igreja. Mas a insistência deste evangelista na salvação presente, na realeza pascal do Senhor Jesus, na acção do Espírito Santo na Igreja, contribuem para atenuar a tensão relativa à iminente Parusia. A própria destruição de Jerusalém, vista como um acontecimento histórico, despojando-o da sua projecção escatológica, presente em Mateus e Marcos, é sinal de uma consciência viva do dom da salvação presente no tempo da Igreja.
COMPOSIÇÃO E DATA
Na composição do seu Evangelho, Lucas utilizou grande parte de materiais comuns a Marcos e Mateus, além dos que lhe são próprios e dos contactos com o Evangelho de João. Todos os materiais da tradição estão marcados pelo trabalho do autor, que se reflecte quer na sua ordenação, quer no vocabulário, quer no estilo. A arte e a sensibilidade de Lucas manifestam-se na sobriedade das suas observações, na delicadeza de atitudes, no dramatismo de certas narrações, na atmosfera de misericórdia das cenas com pecadores, mulheres e estrangeiros. A composição deste Evangelho é situada por volta dos anos 80-90, porque Lucas deve ter conhecido o cerco e a destruição da cidade de Jerusalém por Tito, no ano 70.
DEDICATÓRIA E AUTOR
O livro é dedicado a Teófilo, mas destina-se a leitores cristãos de cultura grega, como se vê pela língua, pelo cuidado em explicar a geografia e usos da Palestina, pela omissão de discussões judaicas, pela consideração que tem pelos gentios.
Segundo uma tradição antiga (Santo Ireneu), o autor é Lucas, médico, discípulo de Paulo. Pelas suas características, este Evangelho encontra-se mais próximo da mentalidade do homem moderno: pela sua clareza, pelo cuidado nas explicações, pela sensibilidade e pela arte do seu autor. Lucas mostra o Filho de Deus como Salvador de todos os homens, com particular atenção aos pequeninos, pobres, pecadores e pagãos. Para ele, o Senhor é Mestre de vida, com todas as suas exigências e com o dom da graça, que o discípulo só pode acolher de coração aberto.
Por isso, Lucas é o Evangelho da Salvação universal, anunciada pelo Profeta dos últimos tempos que convida discípulos profetas, aos quais envia o Espírito Santo, para que, por sua vez, sejam os profetas de todos os tempos e lugares (Lc 24,45-49; Act 1,8).
Evangelho de São João
Este Evangelho tem características muito próprias, que o distinguem dos Sinópticos. Mesmo quando refere idênticos acontecimentos, João apresenta perspectivas e pormenores diferentes dos Sinópticos. Não obstante, enquadra-se, como estes, no mesmo género literário de Evangelho e conserva a mesma estrutura fundamental e o mesmo carácter de proclamação da mensagem de Jesus.
UM EVANGELHO ORIGINAL
Alguns temas importantes dos Sinópticos não aparecem aqui: a infância de Jesus e as tentações, o sermão da montanha, o ensino em parábolas, as expulsões de demónios, a transfiguração, a instituição da Eucaristia… Por outro lado, só João apresenta as alegorias do bom pastor, da porta, do grão de trigo e da videira, o discurso do pão da vida, o da ceia e a oração sacerdotal, os episódios das bodas de Caná, da ressurreição de Lázaro e do lava-pés, os diálogos com Nicodemos e com a samaritana…
Ao contrário dos Sinópticos, em que toda a vida pública de Jesus se enquadra fundamentalmente na Galileia, numa única viagem a Jerusalém e na breve presença nesta cidade pela Páscoa da Paixão e Morte, no IV Evangelho Jesus actua sobretudo na Judeia e em Jerusalém, onde se encontra pelo menos em três Páscoas diferentes (2,13; 6,4; 11,55; ver 5,1).
O vocabulário é reduzido, mas muito expressivo, de forte poder evocativo e profundo simbolismo, com muitas palavras-chave: verdade, luz, vida, amor, glória, mundo, julgamento, hora, testemunho, água, espírito, amar, conhecer, ver, ouvir, testemunhar, manifestar, dar, fazer, julgar...
Mas a grande originalidade de João são os discursos. Nos Sinópticos, estes são pequenas unidades literárias sistematizadas; aqui, longas unidades com um único tema (3,14-16; 4,26; 10,30; 14,6).
O estilo é muito característico, desenvolvendo as mesmas ideias de forma concêntrica e crescente. Assim, os temas da “Luz”: 1,4.5.9; 3,19-21; 8,12; 9; 11,9-10; 12,35-36.46; da “Vida”: 1,4; 3,15-16; 5,1-6,71 (desenvolvimento); 10,10.17-18.28; 11,25-26; 12,25.50; da “Hora”: 2,4; 5,25.28; 7,30; 8,20; 12,23.
Tem um carácter dramático. Depois de tantos anos, Jesus continua a ser rejeitado pelo seu próprio povo (1,11) e os judeus cristãos a serem hostilizados pelos judeus incrédulos (9,22.34; 12,42; 16,2). O homem aceita a oferta divina e tem a vida eterna, ou a rejeita e sofre a condenação definitiva (3,36).
Apesar disso, todo o Evangelho respira serenidade e vai ao ponto de transformar as dúvidas em confissões de fé (4,19.25; 6,68-69), os escárnios em aclamações (19,3.14) e a infâmia da cruz num trono de glória (3,14; 8,28; 12,32). Para isso, o evangelista serve-se dos recursos literários da ironia (3,10; 4,12; 18,28), do mal-entendido (2,19.22; 3,3; 4,10.31-34; 6,41-42.51; 7,33-36; 8,21-22.31-33.51-53.56-58), das antíteses (luz-trevas, verdade-mentira, vida-morte, salvação-condenação, celeste-terreno) e das expressões com dois sentidos: do alto ou de novo (3,3), pneuma (3,8), no sentido de vento e espírito, erguer para significar crucificar e exaltar, ver no sentido físico e espiritual, água viva, etc..
Outra característica é o simbolismo, que pertence à própria estrutura deste Evangelho, organizado para revelar tudo o que nele se relata: milagres, diálogos e discursos. Assim, os milagres são chamados “sinais”, porque revelam a identidade de Jesus, a sua glória, o seu ser divino e o seu poder salvador, como pão (6), luz (9), vida e ressurreição (11), em ordem a crer nele; outras vezes são “obras do Pai”, mas que o Filho também faz (5,19-20.36).
COMPOSIÇÃO E AUTOR
Embora seja evidente a unidade da obra e o seu fio condutor, notam-se algumas pequenas irregularidades. A mais surpreendente é uma dupla conclusão (20,30-31; 21,24-25); o capítulo 16 parece uma repetição do 14; em 14,31 Jesus manda sair do lugar da ceia e só em 18,1 é que de facto saem... Isto leva a pensar que a obra não foi redigida de uma só vez.
Este Evangelho tem na base uma testemunha ocular «que dá testemunho destas coisas e que as escreveu» (21,24; ver 19,35). O autor esconde-se atrás de um singular epíteto: «O discípulo que Jesus amava» (13,23; 19,26; 20,2; 21,24; ver 1,35-39; 18,15). A tradição, a partir de Santo Ireneu, é unânime em atribuir o IV Evangelho a João, irmão de Tiago e filho de Zebedeu, um dos Doze Apóstolos.
A análise interna deixa ver que o autor era judeu e tinha convivido com Jesus. Não constitui problema para a autoria joanina o facto de João ser um pescador, iletrado; então, era corrente não ser o próprio autor a escrever a sua obra. Também é provável que um grupo de discípulos interviesse na redacção, sob a sua orientação e autoridade; daí a primeira pessoa do plural «nós», que por vezes aparece (3,11; 21,24).
Foi este o último Evangelho a ser publicado, entre o ano 90 e 100. Não pode ser uma obra tardia do século II, como pretendeu a crítica liberal do século passado; a sua utilização por Santo Inácio de Antioquia, martirizado em 107, e a publicação em 1935 do papiro de Rylands, datado de cerca do ano 120, desautorizou tal pretensão.
Tem-se discutido muito acerca do meio cultural de que depende; mas devemos ter em conta a sua grande originalidade e a afinidade com o pensamento paulino das Cartas do cativeiro. Os discursos de auto-revelação, que não aparecem em toda a Bíblia, não procedem dos escritos gnósticos e mandeus (parece serem estes que imitam João); têm raízes no Antigo Testamento, sobretudo nos livros sapienciais, onde a Sabedoria personificada se auto-revela falando na primeira pessoa (Pr 8,12-31; Sb 6,12-21).
VALOR HISTÓRICO
Chamar “sinais” aos milagres é indicar que se trata de factos significativos e não de meros símbolos. Com efeito, o próprio Jesus se proclama testemunha da verdade (18,37) e o texto apoia-se numa testemunha ocular. É um testemunho que não se confina a meros acontecimentos históricos, pois tem como objecto a fé na pessoa e na obra salvadora de Jesus; mas brota de acontecimentos vistos por essa testemunha (19,35; 20,8; 21,24).
Ao incluir alguns termos aramaicos e uma sintaxe semita, mostra que é um escrito ligado à primitiva tradição oral palestinense. Por outro lado, os muitos pormenores relativos às instituições judaicas, à cronologia e geografia, provam o rigor da informação, às vezes confirmada por descobertas arqueológicas. Sem as informações de João, não se poderiam entender correctamente os dados dos Sinópticos.
Se fosse apenas uma obra teológica, o autor não teria o cuidado constante de ligar o relato às condições reais da vida de Jesus. Uma contraprova do seu valor histórico: quando não possui dados certos, não inventa. Assim, no período anterior à Encarnação, fala da preexistência do Verbo, mas nada diz da sua vida no seio do Pai, como seria de esperar.
DIVISÃO E CONTEÚDO
A concepção desta obra obedece a uma linha de pensamento teológico coerente e unificadora. Face aos vários esquemas propostos, limitamo-nos a assinalar as unidades do conjunto para deixar ver um pouco da sua riqueza e profundidade:
Prólogo (1,1-18): uma solene abertura, que anuncia as ideias mestras.
I. Manifestação de Jesus ao mundo (1,19-12,50), como Messias, Filho de Deus, através de sinais, discursos e encontros. Distinguem-se aqui cinco grandes secções:
1. Primeiro ciclo da manifestação de Jesus: 1,19-4,54. Semana inaugural.
2. Jesus revela a sua divindade: Ele é «o Filho», igual ao Pai: 5,1-47
3. Jesus é «o Pão da Vida»: 6,1-71.
4. Jesus é «a luz do mundo»: grandes declarações messiânicas por ocasião das festas das Tendas e da Dedicação: 7,1-10,42.
5. Jesus é «a vida» do mundo: 11,1-12,50.
II. Revelação de Jesus aos seus (13,1-21,25): manifestação a todos como Messias e Filho de Deus através do “Grande Sinal”, por ocasião da sua Páscoa definitiva.
6. A Última Ceia: 13,1-17,26.
7. Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus: 18,1-20,29.
Epílogo (20,30-21,25): dupla conclusão. Aparição na Galileia.
OBJECTIVO E TEOLOGIA
Este Evangelho propõe-se confirmar na fé em Jesus, como Messias e Filho de Deus (20,30-31). Destina-se aos cristãos, na sua maioria vindos do paganismo (pois explica as palavras e costumes hebraicos), mas também em parte vindos do judaísmo, com dificuldades acerca da condição divina de Jesus e com apego exagerado às instituições religiosas judaicas que se apresentam como superadas (1,26-27; 2,19-22; 7,37-39; 19,36). Sem polemizar contra os gnósticos docetas, que negavam ter Jesus vindo em carne mortal (1 Jo 4,2-3; 5,6-7), João não deixa de sublinhar o realismo da humanidade de Jesus (1,14; 6,53-54; 19,34). Por outro lado, é um premente apelo à unidade (10,16; 11,52; 17,21-24; 19,23) e ao amor fraterno entre todos os fiéis (13,13.15.31-35; 15,12-13).
João pretende dar-nos a chave da compreensão do mistério da pessoa e da obra salvadora de Jesus, sobretudo através do recurso constante às Escrituras: «Investigai as Escrituras (...): são elas que dão testemunho a meu favor» (5,39). Embora seja o Evangelho com menos citações explícitas do Antigo Testamento, é aquele que o tem mais presente, procurando, das mais diversas maneiras (por métodos deráchicos), extrair-lhe toda a riqueza e profundidade de sentido em favor de Jesus como Messias e Filho de Deus, que cumpre tudo o que acerca dele estava anunciado por palavras e figuras (19,28.30).
Além destes temas fundamentais da fé e do amor, João contém a revelação mais completa dos mistérios da Santíssima Trindade e da Encarnação do Verbo, o Filho no seio do Pai, o Filho Unigénito, que nos torna filhos (adoptivos) de Deus; a doutrina sobre a Igreja (10,1-18; 15,1-17; 21,15-17) e os Sacramentos (3,1-8; 6,51-59; 20,22-23) e sobre o papel de Maria, a “mulher”, nova Eva, Mãe da nova humanidade resgatada (2,1-5; 19,25-27).
Actos dos Apóstolos
Os Actos dos Apóstolos constituem a segunda parte da obra de Lucas (1,1-2). Desde muito cedo, foram considerados Escritura sagrada, sendo lidos na liturgia da Igreja como memória e norma de fé. Esta obra “apostólica”, relata a sorte do Evangelho confiado aos Apóstolos e expõe os primeiros passos da comunidade cristã; por isso a Igreja viu nela um guia precioso e um estímulo exemplar para a vida dos cristãos: da escuta da Palavra à fé, do Baptismo à solidariedade, da perseguição ao martírio.
AUTOR E DATA
Pensa-se que o seu autor é o mesmo do Terceiro Evangelho, que a tradição, durante séculos, tem identificado com Lucas. Apesar de alguns problemas levantados pelos peritos, o estudo da língua e do pensamento dos dois livros, assim como da figura de Paulo nos Actos e da concordância com o pensamento das suas Cartas, levam a concluir a favor daquele a quem o Apóstolo trata por «Lucas, o caríssimo médico» (Cl 4,14).
Tendo em conta o estado da crítica actual, o livro terá sido escrito por volta do ano 80, ou seja, depois do Terceiro Evangelho, que muitos estudiosos colocam depois do ano 70. Um dos elementos a favor dessa datação é a abertura e indeterminação do epílogo, cujo resumo da estadia de Paulo em Roma mostra como o anúncio do Evangelho já chegava de Jerusalém às extremidades da terra (1,8; 28,30).
TEXTO
O estudo dos Actos confronta-se, antes de mais, com o complexo problema do estabelecimento do texto primitivo. Basta dizer que existem três versões principais: a síria ou antioquena, a egípcia ou alexandrina e a ocidental ou corrente, de grande interesse histórico e doutrinal. Sob o ponto de vista literário, a obra caracteriza-se por uma grande unidade de língua e de pensamento, independentemente das diferenças entre as duas partes em que se divide.
DIVISÃO E CONTEÚDO
O livro divide-se em duas grandes partes: 1-12 (“Actos de Pedro”) e 13-28 (“Actos de Paulo»), com as seguintes secções:
Introdução: 1,1-11;
I. A Igreja de Jerusalém: 1,12-6,7;
II. Expansão da Igreja fora de Jerusalém: 6,8-12,25;
III. Missões de Paulo fora de Jerusalém: 13,1-21,26: 1.ª Viagem (13,1-14,28); 2.ª Viagem (15,35-18,22); 3.ª Viagem (18,23-21,26).
IV. Paulo, prisioneiro de Cristo: Condenação e Viagem do Cativeiro (21,27-28,31).
Distinguem-se facilmente diversas unidades literárias, cuja extensão e repetição conferem ao livro actual a sua própria fisionomia “eclesial”:
Narrações de missão: 2,1-41; 8,4-40; 9,32-11,18; 13,1-21,26.
Narrações de processos: 3,1-4,31; 5,17-42; 6,8-8,12; 12,1-7; 21,27-26,32.
Narrações de viagens: 13,1-21,26; 27,1-28,16.
Discursos de diversos tipos: 2,14-39; 3,12-26; 4,8-12; 5,29-32.35-39; 7,2-53; 10,34-43; 13,16-41; 14,15-17; 17,22-31; 20,18-35; 22,1-21; 24,10-21; 26,2-23; 28,25-28.
Orações: 1,24-25; 2,42.46; 4,24-30; 12,11...
Cartas: 15,23-29; 23,25-30.
Sumários: 2,42-47; 4,32-35; 5,12-15...
Além da coordenação de todos estes materiais, o autor pôde dispor de fontes orais e escritas, muitas vezes ligadas à fundação e vida das igrejas referidas ao longo do livro. Ressaltam de um modo particular as passagens descritas com o sujeito “nós”, em que o autor se sente testemunha ocular, deixando-nos uma espécie de “diário de viagem” ou um “itinerário” dos acontecimentos ligados a Paulo (16,10-17; 20,5-15; 21,1-18; 27,1-28,16).
VALOR HISTÓRICO
As narrações e os discursos dos Actos são confirmados pelos dados da História e da Arqueologia, por um lado, e, por outro, concordam com o quadro dos Evangelhos e com as Cartas de Paulo, que ajudam a compreender. Os resultados do exame histórico são favoráveis à veracidade do livro e permitem estabelecer os elementos de uma cronologia bastante segura das origens cristãs, assim como das Cartas de Paulo.
A visão histórica do livro aparece integrada numa visão teológica. Assim, Deus é actor e autor do crescimento da Igreja (2,47; 11,21.23). De um modo particular, o autor insiste no Dom do Espírito, actuando sem cessar na expansão da Igreja.
Para o autor dos Actos, a História do mundo é uma História de Salvação que tem Deus como autor principal e se divide em duas etapas principais: a primeira é o tempo da Promessa, da prefiguração, da preparação, da Profecia o Antigo Testamento; a segunda é o tempo do cumprimento, da realização, da salvação já presente o Novo Testamento. Esse cumprimento do desígnio salvífico de Deus em Cristo Senhor abre um tempo em que a História da Salvação continua até à plenitude final. Daí a importância decisiva que Lucas atribui ao “hoje”, como memória e imperativo da fé em Cristo ressuscitado.
UNIVERSALIDADE
Deste “hoje” faz parte, em primeiro lugar, o anúncio da Boa-Nova e o testemunho de Jesus, Senhor e Messias, que encontra nos Doze, nos diáconos e, sobretudo, em Pedro e Paulo, os arautos mais credenciados.
Os Actos descrevem o espaço geográfico e humano da expansão dessa Boa-Nova de Jesus. Enquanto no Evangelho de Lucas a manifestação de Jesus começa em Nazaré e termina em Jerusalém, nos Actos, o anúnico da Boa-Nova parte de Jerusalém (2-5), passando depois à Samaria e Judeia (8,1), à Fenícia, Chipre e Síria (11,19-21), para, através da Ásia Menor e da Grécia (13-18), chegar a Roma (28,30).
O Evangelho destina-se a todos (17,31); mas a passagem da salvação do Evangelho, do povo de Israel para os pagãos (13,46), faz parte do plano de Deus (2,39; 15,7-11.14) e constitui o tema principal deste livro.
ECLESIOLOGIA
Aos olhos do autor, o ideal, para o qual todas as comunidades devem tender, é expresso nos chamados “sumários”. Aí se traduzem os vectores fundamentais que, em referência à comunidade primitiva de Jerusalém, devem caracterizar as diversas igrejas: escuta assídua do ensinamento dos Apóstolos, comunhão fraterna e solidariedade, participação na fracção do pão e nas orações (2,42-47; 4,32-35; 5,12-15).
No interior das comunidades adivinham-se tensões, sobretudo entre helenistas e judaizantes, mas também sobressaem grupos de pessoas com funções particulares de governo, de direcção e de serviço, e até com poderes taumatúrgicos. Tudo isso representa uma certa estrutura, necessária para a comunhão das igrejas. Depois dos Doze Apóstolos, com um lugar privilegiado para Paulo, vêm os Sete Diáconos (6,1-6), os Anciãos (14,23; 20,17.28) e os Profetas (11,27).
Esta exemplaridade dinâmica, animada pelo Espírito Santo, ontem como hoje, há-de traduzir-se em decisões e atitudes que sejam testemunho da ressurreição do Senhor, mediante a comunhão na diversidade, na solidariedade e na piedade. Nesta “Via do Senhor” está a identidade própria do Povo de Deus, com uma história a recordar e a recriar, primeiro a partir de Jerusalém, depois a partir de Roma, «até aos confins do mundo» (1,8).
TEOLOGIA
Um dos pontos fundamentais na trama literária dos Actos é a passagem do judaísmo para o cristianismo. De facto, os primeiros cristãos, que eram judeus, deviam dar “um salto” da convicção da salvação pela Lei (15,1.5) para a salvação pela fé em Cristo (15,9.11). Daí as tensões que surgem na abertura a circuncisos e incircuncisos, e na passagem do Evangelho para os pagãos. Sem rejeitar os judeus, e sem se deixar “judaizar”, a Boa-Nova de Cristo tem como fronteira a universalidade.
Este dado teológico ajuda a compreender a intenção do autor. Ao compor a sua obra, Lucas pensava, sobretudo, num público cristão, constituído por judeus e não-judeus. Homem da unidade e da comunhão, ele apela a que os cristãos espalhados pelo mundo se conduzam pela exemplaridade da comunidade de Jerusalém. Insistindo sobre a fé, ele opõe-se a eventuais tendências judaizantes; respeitando a fidelidade dos judeo-cristãos à Lei, ele desarma as críticas dos irmãos vindos da gentilidade.
Cartas de São Paulo
O nome de Paulo aparece como autor de 13 Cartas do Novo Testamento, escritas a diferentes comunidades, ao longo de uns cinquenta anos. Não sabemos ao certo quem e como se fez a colecção do chamado “Corpus Paulino”. Esta colecção contém as Cartas “proto-paulinas” – ou seja, as autênticas, as que ele próprio escreveu – e as dêutero-paulinas, escritas talvez pelos seus discípulos. São proto-paulinas: Romanos, Gálatas, 1 Tessalonicenses, 1 e 2 Coríntios, Filipenses e Filémon; as dêutero-paulinas – escritas entre 70 e 100 – são as “Cartas Pastorais” – 1 e 2 Timóteo, Tito – e as restantes: Efésios, Colossenses, 2 Tessalonicenses. Ao todo, treze Cartas. No fim do séc. II, a colecção das treze “Cartas de Paulo” (lista que incluía frequentemente Hebreus) estava feita e era aceite em toda a Igreja como Palavra de Deus (ver 2 Pe 3,15-16).
PAULO ESCRITOR?
Paulo não foi primariamente um escritor, mas um rabino convertido na célebre “Visão de Damasco” (Act 9,1-19; Act 22,4-21; Act 26,9-18) que percorreu muitos milhares de quilómetros, anunciando de cidade em cidade o “Evangelho” da morte e ressurreição de Jesus. Não lhe interessou narrar a vida de Jesus nem sequer os seus milagres. As Cartas eram o único meio ao seu alcance para comunicar com as comunidades recentemente formadas. Entre as Cartas autênticas de Paulo estão, assim, os primeiros escritos cristãos que chegaram até nós.
Há, pois, uma íntima relação entre as Cartas e a geografia das primeiras comunidades cristãs dos anos 50-60. Os Doze, que viviam em Jerusalém e viajaram muito pouco, na sua maioria não sentiram a necessidade de escrever Cartas. Podiam responder oralmente às pessoas e à comunidade. Daí o carácter geralmente circunstancial destes escritos, que não tinham propósitos propriamente teológicos. Paulo era, antes de mais, um missionário: «Ai de mim, se não evangelizar!» (1 Cor 9,16). A Carta aos Romanos é a excepção mais evidente a este respeito; e Colossenses e Efésios preocupam-se mais com a teologia da Igreja do que com os problemas das igrejas.
Tudo isto nos manifesta quais eram os problemas e as necessidades das primeiras comunidades cristãs, tanto judaicas como helenistas, às quais Paulo respondeu a partir do Evangelho. Um exemplo de tudo isto é o facto de Paulo falar apenas uma vez da Eucaristia (1 Cor 11,17-34), para responder aos abusos que havia na comunidade de Corinto.
GÉNEROS LITERÁRIOS E ESTRUTURA
Por tudo o que acabamos de referir, as Cartas de Paulo encerram géneros literários bem diferentes: desde o tratado teológico sobre a fé, da Carta aos Romanos, até ao simples bilhete a Filémon, passando pela multiplicidade temática de 1 e 2 Coríntios.
Estes géneros literários devem-se sobretudo ao circunstancialismo das suas Cartas, mas também ao temperamento arrebatado de Paulo, unido à sua espiritualidade de convertido. Não podemos ainda esquecer os métodos da exegese rabínica em que Paulo era mestre, por ter frequentado a escola de Gamaliel, assim como a linguagem própria de um semita. Por tudo isto, utiliza frequentemente a linguagem da diatribe cínico-estóica e da antítese e do exagero semita (ver Gl 3,19; 1 Cor 2,2). As grandes antíteses de conteúdo teológico de Paulo são: Vida-Morte, Carne-Espírito, Luz-Trevas, Sono-Vigília, Sabedoria-Loucura da Cruz, Letra-Espírito, Lei-Graça (2 Cor 3,1-16).
As Cartas de Paulo têm uma estrutura própria deste género literário:
Saudação. Paulo dirige-se a determinada comunidade cristã e saúda-a, por vezes longamente, desejando-lhe os bens cristãos em que aparece, com frequência, a fórmula trinitária. Nesta saudação encontra-se já um resumo da fé cristã.
Corpo da Carta. Aqui desenvolve a sua doutrina, faz as suas exortações e responde aos problemas e questões da comunidade. Esta parte constitui a quase totalidade da Carta e mostra-nos qual o seu objectivo.
Conclusão. Por vezes, é bastante extensa e contém várias saudações e acções de graças de origem litúrgica (ver Fl 4,2-23).
ESTRUTURA DAS IGREJAS
Uma estruturação – ainda que incipiente – da Igreja, mediante os bispos, presbíteros e diáconos, presente sobretudo nas Cartas Pastorais, mostra a necessidade que a Igreja tinha de sobreviver às tempestades, de ultrapassar a idade da infância, em que se sentia a protecção e o acompanhamento dos “pais” fundadores das comunidades.
Esta estruturação das igrejas cresce na medida em que diminui a tensão à volta do tema da Vinda do Senhor, nos tempos escatológicos, e na medida em que é ultrapassada a época do Kerigma e chega ao seu fim o tempo do carisma dos primeiros evangelizadores. Por isso, 2 Tessalonicenses recrimina os que propalam uma vinda imediata do Senhor (2 Ts 2,1-12).
TEOLOGIA
O conteúdo teológico das Cartas de Paulo é variado: escatológico, ou seja, a doutrina que se refere aos últimos acontecimentos da História da Salvação; soteriológico, sobre o papel de Deus e do crente na salvação, por meio de Cristo; cristológico, o lugar central de Cristo na realização do plano salvador de Deus; eclesiológico, o papel que Deus confiou à Igreja, por meio de Cristo, para a realização do seu plano de salvação integral da humanidade.
Paulo elabora ainda a Tradição (“parádosis”), a partir de temas tradicionais do judeo-cristianismo ou do helenismo. Recolhe hinos, por exemplo, imprimindo-lhes um cunho pessoal. A sua teologia está em contínua elaboração. Por isso, não podemos esperar dele uma teologia plenamente estruturada, nem no seu conjunto nem acerca de qualquer tema especial.
O modo como Paulo utiliza o Antigo Testamento ressente-se da sua formação rabínica. Nas 13 Cartas encontramos 76 citações formais introduzidas com as fórmulas próprias: «Como diz a Escritura», «Como está escrito». Algumas citações do AT são feitas com grande liberdade (Rm 10,18: Sl 19,5; Ef 4,8: Sl 68,19), como acontece, por vezes, no Evangelho de Mateus. Um dos processos de argumentação mais utilizados por Paulo corresponde às sete regras de Hillel. Outro processo de interpretação é partir retrospectivamente de Cristo para o AT, fazendo uma interpretação de Cristo como novo Adão (Rm 15,12) ou novo Moisés (1 Cor 10,2). Neste caso, o Antigo Testamento está repleto de figuras e profecias do Novo. Isto coloca-nos uma questão:
COMO CONHECEU PAULO CRISTO E O CRISTIANISMO?
Depois da sua conversão, Paulo viveu certamente nalguma ou em várias comunidades cristãs, de Damasco ou da “Arábia” e viveu com os Apóstolos (Gl 1,15-24). Aí recebeu oralmente as instruções necessárias e conheceu colecções escritas ou orais de “Palavras do Senhor”. Por isso, na sua argumentação, Paulo distingue as palavras do Senhor das suas próprias palavras ou opiniões acerca da indissolubilidade do matrimónio, da virgindade (1 Cor 7,10.25) e da retribuição dos ministros do Evangelho (1 Cor 9,14; ver 1 Tm 5,18). Outras vezes transmite quase textualmente a doutrina dos Evangelhos que, nessa altura, ainda não circulavam por escrito (1 Cor 11,23-25) e textos dos Sinópticos sobre a instituição da Eucaristia: Rm 12,14-18 e Mt 5,38-39; 1 Cor 6,7 e Mt 5,39-42; Rm 13,1-7 e Mt 22,15-22; Mc 12,13-17; Lc 20,20-26. A grande preocupação de Paulo consiste em levar o Evangelho, pregado no ambiente da Palestina, para o mundo greco-romano. Por isso, as suas Cartas representam o primeiro e o maior esforço de “inculturação do Evangelho”. A passagem da cultura semita para a cultura helenista deve-se sobretudo a Paulo, que levou o Evangelho anunciado por Jesus de Nazaré até às mais remotas regiões do Império Romano. Isto não quer dizer que Paulo tivesse em menor consideração a igreja de Jerusalém e a doutrina da Tradição por ela veiculada (ver Gl 2,2). A sua “visão de Damasco”, não se opondo à doutrina tradicional, apenas justifica o seu “Evangelho”, isto é, o novo sistema de justiça fundado sobre a fé e não sobre as obras da Lei, interpretadas no sistema farisaico, que era o seu, quando era rabino (Gl 3,23-24).
Teologicamente falando, os escritos de Paulo só se compreendem por esta sua mudança de campo: assimilou o sistema teológico dos cristãos de origem helenista, que antes perseguia, e começou a pregação contra o sistema judaico, que antes seguia com rigor de fariseu. Os próprios judeo-cristãos de Jerusalém foram certamente poupados na sua “perseguição” ao Cristianismo nascente, porque salvavam a relação umbilical entre Cristo e Moisés e não pareciam a Paulo mais do que um “desvio” farisaico.
Esta inculturação do Evangelho na cultura helenista – tipicamente citadina – levou Paulo, homem da cidade, a utilizar uma linguagem mais teológica e abstracta, própria do ambiente evoluído em que pregou o Evangelho, em contraposição com a linguagem campestre utilizada por Jesus no ambiente agrícola e pastoril da Palestina.
PAULO, POR ELE próprio
Sou Israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. (Rm 11,1)
«Faço-vos saber, irmãos, que o Evangelho por mim anunciado, não o conheci à maneira humana; pois eu não o recebi nem aprendi de homem algum, mas por uma revelação de Jesus Cristo. Ouvistes falar do meu procedimento outrora no judaísmo: com que excesso perseguia a igreja de Deus e procurava devastá-la; e no judaísmo ultrapassava a muitos dos compatriotas da minha idade, tão zeloso eu era das tradições dos meus pais.
Mas, quando aprouve a Deus – que me escolheu desde o seio de minha mãe e me chamou pela sua graça – revelar o seu Filho em mim, para que o anuncie como Evangelho entre os gentios, não fui logo consultar criatura humana alguma, nem subi a Jerusalém para ir ter com os que se tornaram Apóstolos antes de mim. Parti, sim, para a Arábia e voltei outra vez a Damasco.
A seguir, passados três anos, subi a Jerusalém, para conhecer a Cefas, e fiquei com ele durante quinze dias. Mas não vi nenhum outro Apóstolo, a não ser Tiago, o irmão do Senhor. O que vos escrevo, digo-o diante de Deus: não estou a mentir.
Seguidamente, fui para as regiões da Síria e da Cilícia. Mas não era pessoalmente conhecido das igrejas de Cristo que estão na Judeia. Apenas tinham ouvido dizer: «Aquele que nos perseguia outrora, anuncia agora, como Evangelho, a fé que então devastava.» E, por causa de mim, glorificavam a Deus» (Gl 1,11-24).
«São hebreus? Também eu. São israelitas? Também eu. São descendentes de Abraão? Também eu. São ministros de Cristo? – Falo a delirar – eu ainda mais: muito mais pelos trabalhos, muito mais pelas prisões, imensamente mais pelos açoites, muitas vezes em perigo de morte.
Cinco vezes recebi dos Judeus os quarenta açoites menos um. Três vezes fui flagelado com vergastadas, uma vez apedrejado, três vezes naufraguei, e passei uma noite e um dia no alto mar. Viagens a pé sem conta, perigos nos rios, perigos de salteadores, perigos da parte dos meus irmãos de raça, perigos da parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos da parte dos falsos irmãos! Trabalhos e duras fadigas, muitas noites sem dormir, fome e sede, frequentes jejuns, frio e nudez!
Além de outras coisas, a minha preocupação quotidiana, a solicitude por todas as igrejas! Quem é fraco, sem que eu o seja também? Quem tropeça, sem que eu me sinta queimar de dor? Se é mesmo preciso gloriar-se, é da minha fraqueza que me gloriarei. O Deus e Pai do Senhor Jesus, que é bendito para sempre, sabe que não minto» (2 Cor 11,22-31).
A igreja de São Salvador, no bairro de Zwierzyniec de Cracóvia, existe há 900 anos.
Ela teria sido construída pelo príncipe soberano Piotr Wlast, fundador legendário de 77 igrejas.
O arcebispo de Cracóvia lhe havia predito que ele recuperaria a visão, caso fundasse sete igrejas e três conventos.
Cheio de presunção, o soberano decidiu construir 70 igrejas e 30 conventos, dez vezes mais do que pediu o arcebispo. Porém, não recuperou a vista.
Ele recapitulou o que tinha feito e compreendeu seu pecado de orgulho.
E começou então a construir as sete igrejas e três mosteiros ordenados, entre os quais a igreja de São Salvador, fundada por volta do ano 1148.
Lá há um velho quadro que representa a Crucifixão. O singular é que o Crucificado está vestido com longas roupagens suntuosas e calçado com ricas sandálias.
Um dia viu-se um pobre violinista se ajoelhar, com as mãos elevadas ao alto, aos pés do Crucificado.
Ele rezava com fervor e, pegando seu filho, o alçava até o crucifixo. Ele não podia sair para trabalhar, pois criava sozinho seu filho e não podia deixá-lo sem companhia.
Os dois viviam na miséria, mas eram felizes. Até o dia que a criança adoeceu gravemente.
O violinista não tinha dinheiro para curar o menino. Voltou então até a Cruz, ajoelhou-se, e tocando seu violino com emoção, contou a Jesus seu desespero.
O milagre aconteceu. Uma das preciosas sandálias deslizou do pé do Crucificado e caiu no violinista.
Ele agradeceu a Deus, pegou a sandália e foi até a Praça do Mercado para trocá-la por dinheiro.
O violinista pobre de Cracóvia recebe a sandália
Mas os comerciantes viram essa mercadoria preciosa e chamaram os guardas denunciando um roubo.
Nem os comerciantes nem os guardas podiam acreditar que o próprio Jesus lhe tinha dado a sandália para salvar seu filho único.
O Conselho Municipal tampouco acreditou em suas palavras e naquela noite mesmo ele foi condenado à morte.
O violinista não conseguia convencer ninguém. A execução devia acontecer na manhã do dia seguinte.
Mas, como estipulava a tradição, ele tinha direito a um último desejo. A assembleia ficou pasma quando ele pediu para ir tocar seu violino uma derradeira vez, antes de morrer, diante de Jesus na Cruz.
Na madrugada, e na presença de muitos curiosos, o violinista se ajoelhou diante do Crucifixo e executou sua música enquanto chorava.
Todo mundo entendeu a extensão do desespero de um pai.
E, diante dos olhos de todos, a outra sandália caiu em suas mãos.
O Salvador tinha ouvido novamente suas orações.
Imediatamente o violinista foi liberado. Algum tempo depois, um pintor eternizou o testemunho da misericórdia divina num quadro que ainda hoje está posto no muro.
Durante as guerras, o Crucifixo foi levado embora. Mas o quadro do Cristo com o violinista continua sempre no altar da igreja de São Salvador.
(Fonte: “Légendes de Cracovie”, Wydawnictwo Wam, Cracóvia, 1972, p. 50 a 53)
Idade Média, os homens tinham uma devoção enlevada pela pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo.
A história da festa de Corpus Christi tem origem nessa devoção.
Pelo fim do século XIII, na Abadia de Cornillon, em Liège, Bélgica, nasceu um Movimento Eucarístico que deu origem à Exposição e Bênção do Santíssimo Sacramento, o uso dos sinos na elevação na Missa e a própria festa do Corpus Christi.
Neste ano de 2012, a festa de Corpus Christi cai no dia 7 de junho.
A abadessa Santa Juliana de Mont Cornillon ardia em desejos de que o Santíssimo Sacramento tivesse uma festa especial.
Miniatura do Livro de Horas (devocionário) de Maria de Borgonha. A devoção do Ssmo. Sacramento deito profunda raízes na Idade Média.
Ela teve uma visão em que a Igreja aparecia como uma lua cheia com uma mancha negra, sinal da ausência da solenidade.
Santa Juliana comunicou a visão a vários prelados. Entre estes estava o futuro Papa Urbano IV.
O bispo Roberto de Liège, em 1246, instituiu a celebração na diocese. O exemplo se estendeu especialmente por toda a atual Alemanha.
Em 1263, o Papa Urbano IV estava em Orvieto, ao norte de Roma.
Na vizinha localidade de Bolsena, o padre alemão Pedro de Praga celebrava Missa na Igreja de Santa Cristina.
Ele tinha sérias dúvidas sobre a realidade da presença de Cristo na Hóstia consagrada.
Assim que ele completou as palavras da Consagração, o Sangue começou a escorrer da Hóstia Consagrada e correr por suas mãos abaixo, sobre o altar e sobre o linho (corporal).
Vendo isto, ele interrompeu a Missa e viajou depressa a Orvieto onde o Papa Urbano IV residia.
Ao ouvir a história dele, o Papa o perdoou por ter dúvidas e enviou os representantes a Bolsena, para investigarem.
Paroquianos e outras testemunhas confirmaram a história do padre; e a Hóstia e os linhos manchados estavam lá para todos verem.
Este se conserva até hoje na basílica de Orvieto ― construída, aliás, para guardá-lo ― onde pode ser visto e venerado pelos fiéis.
O Santo Padre movido pelo prodígio, e a petição de vários bispos, estendeu a festa do Corpus Christi a toda a Igreja por meio da bula "Transiturus" de 8 setembro do mesmo ano de 1264.
Urbano IV encarregou o ofício e a liturgia das horas a São Boaventura e a Santo Tomás de Aquino.
Mas quando o Pontífice começou a ler em voz alta o ofício feito por Santo Tomás, São Boaventura, despretensiosamente foi rasgando o seu em pedaços.
As procissões de Corpus Christi se fizeram comuns a partir do século XIV.
Quando os protestantes conceberam a estultice de negar a Presencia Real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Hóstia consagrada, o Concílio de Trento reforçou o costume.
O Concilio de Trento dissipou os erros protestantes, determinado que fosse celebrado este excelso e venerável sacramento com singular solenidade; e honorificamente seja levado em procissão pelas ruas e lugares públicos.
Clique aqui para ouvir Lauda Sion Salvatorem, da Missa de Corpus Christi
A contestação reapareceu no século XX, sob rótulo deprogressismo, particularmente desconhecedor da Igreja e de tudo quanto o Espírito Santo inspirou à Esposa Mística de Cristo, em especial, durante a Idade Média.
Um conto que nos faz refletir! Deixar-se render à ameaça ou fazer o melhor ainda para vencer a crise?...
A crise
Um homem vivia à beira de uma estrada e vendia cachorro quente. Ele não tinha rádio, televisão e nem lia jornais, mas produzia e vendia bons cachorros quentes. Ele se preocupava com a divulgação do seu negócio e colocava cartazes pela estrada, oferecia o seu produto em voz alta e o povo comprava. As vendas foram aumentando e, cada vez mais ele comprava o melhor pão e a melhor salsicha. Foi necessário também adquirir um fogão maior para atender grande quantidade de fregueses e o negócio prosperava. Seu cachorro quente era o melhor de toda região! Vencedor, ele conseguiu pagar uma boa escola ao filho. O menino cresceu e foi estudar Economia numa das melhores faculdades do país. Finalmente, o filho já formado, voltou para casa, notou que o pai continuava com a vidinha de sempre e teve uma séria conversa com ele:
- Pai, então você não ouve rádio? Você não vê televisão e não lê os jornais? Há uma grande crise no mundo. A situação do nosso país é crítica. Está tudo ruim. O Brasil vai quebrar.
Depois de ouvir as considerações do filho estudado, o pai pensou: bem, se meu filho estudou Economia, lê jornais, vê televisão, então só pode estar com a razão.
Com medo da crise, o pai procurou um fornecedor de pão mais barato (e, é claro, pior) e começou a comprar salsicha mais barata (que era, também, a pior). Para economizar, parou de fazer seus cartazes de propaganda na estrada. Abatido pela notícia da crise já não oferecia o seu produto em voz alta. Tomadas todas essas providências, as vendas começaram a cair e foram caindo, caindo e chegaram a níveis insuportáveis e o negócio de cachorro quente do velho, que antes gerava recursos até para fazer o filho estudar Economia, quebrou.
O pai, triste, então falou para o filho:
Você estava certo, meu filho, nós estamos no meio de uma grande crise. E comentou com os amigos, orgulhoso: Bendita a hora em que eu fiz meu filho estudar Economia. Ele me avisou da crise
A cor do mundo
O ancião descansava sentado em um velho banco à sombra de uma árvore, quando foi abordado pelo motorista de um automóvel que estacionou a seu lado: - Bom dia! - Bom dia! – respondeu o ancião. - O senhor mora aqui? - Sim, há muitos anos… - Venho de mudança e gostaria de saber como é o povo daqui. Como o senhor vive aqui há tanto tempo deve conhecê-lo muito bem. - É verdade, falou o ancião. Mas por favor, me fale antes da cidade de onde vem. - Ah! É ótima. M
aravilhosa! Gente boa, fraterna… Fiz lá muitos amigos. Só a deixei por imperativos da profissão. - Pois bem, meu filho. Esta cidade é exatamente igual. Vai gostar daqui. O forasteiro agradeceu e partiu. Minutos depois apareceu outro motorista e também se dirigiu ao ancião: - Estou chegando para morar aqui. O que me diz do lugar? O ancião lançou-lhe a mesma pergunta: - Como é a cidade de onde vem? - Horrível! Povo orgulhoso, cheio de preconceitos, arrogante! Não fiz um único amigo naquele lugar horroroso! - Sinto muito, meu filho, pois aqui você encontrará o mesmo ambiente… Todos vemos no mundo e nas pessoas algo do que somos, do que pensamos, de nossa maneira de ser. Se somos nervosos, agressivos ou pessimistas, veremos tudo pela ótica de nossas tendências, imaginando conviver com gente assim. Em outras palavras, o mundo tem a cor que lhe damos através das nossas lentes. Se nossas lentes estão escurecidas pelo pessimismo, tudo à nossa volta nos parecerá escuro. Tudo, para nós, parecerá constantemente envolto em trevas. Se nossas lentes estão turvadas pelo desânimo, o universo que nos rodeia se apresenta desesperador. Mas, se ao contrário, nossas lentes estão clarificadas pelo otimismo, sentiremos que em todas as situações há aspectos positivos. Se o entusiasmo é o detergente das nossas lentes, perceberemos a vida em variados matizes de luzes e cores. A cor do mundo, portanto, depende da nossa ótica. O exterior estará sempre refletindo o que levamos no interior.
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A cobra e o vagalume
Era uma vez uma cobra que perseguia um vaga-lume que nada mais fazia do que simplesmente brilhar. Ele fugia rápido com medo da feroz predadora e a cobra nem pensava em desistir. Fugiu um dia, dois dias, mais outro e nada. No terceiro dia, já sem forças, o vaga-lume parou e disse à cobra: - Posso fazer três perguntas? – disse o vaga-lume. - Pode. Não costumo abrir esse precedente para ninguém, mas já que vou te devorar, pode perguntar. - Pertenço a sua cadeia alimentar? - Não. - Te fiz alguma coisa? - Não. - Então por que você quer me comer? - Porque não suporto ver você brilhar…
Quando vi esta imagem, despertou-me uma curiosidade de entender o significado dela. e encontrei o seguinte:
`A Trindade Misericordiosa" de Irmã Muller, nos remete ao caráter trinitario de Deus em sua relação com o ser humano:
- O Pai, no círculo a direita, é aquele que se debruça sobre nós, nos acolhe e abraça, ouve nossas suplicas e nos carrega;
- no círculo a esquerda, está o Filho, que, assumindo nossa frágil condição, vem a nós e manifesta, no serviço ao próximo, seu imenso amor;
- Acima, o Espírito Santo que nos aquece, abre nossos olhos e mostra nossa atual missão;
- No centro, há uma figura humana, representando todos nós, que, com nossas fragilidades e misérias, nossos problemas e limitações, somos sempre amparados e envolvidos pela misericórdia divina.´
Escreve que, quando recitarem esse Terço junto aos agonizantes, Eu Me colocarei entre o Pai e a alma agonizante não como justo Juiz, mas como Salvador misericordioso" (Diário, 1541).
(O DIÁRIO de santa Irmã Faustina) Vilna, Lituânia "Na sexta-feira 13/09/1935. A noite, quando me encontrava na minha cela, vi o Anjo executor da ira de Deus. Estava vestido de branco, o rosto radiante e una nuven a seus pés. Da nuvem saíam trovoes e relâmpagos para as suas maos e delas só entao atingiam a Terra. Quando vi esse sinal da ira de Deus, que deveria atingir a Terra, e especialmente um determinado lugar que não posso mencionar por motivos bem compreensíveis, comecei a pedir ao Anjo que se detivesse por alguns momentos, pois o mundo faria penitência. Mas o meu pedido de nada valeu perante a Cólera de Deus. (...) Porém, nesse mesmo momento senti em mim a força da graça de Jesus que reside na minha alma; e, quando me veio a consciência dessa graça, imediatamente fui arrebatada até o Trono de Deus. (...) Comecei, então, suplicar a Deus pelo Mundo com palavras ouvidas interiormente. Quando assim rezava, vi a impossibilidade do Anjo em poder executar aquele justo castigo, merecido por causa dos pecados. Nunca tinha rezado com tanta forca interior como naquela ocasião. As palavras com que suplicava a Deus eram as seguintes: Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro; Pela Sua dolorosa Paixao, tende misericórdia de nós. No dia seguinte pela manhã, quando entrei na nossa capela, ouvi interiormente estas palavras: Toda vez que entrares na capela, reza logo essa oração que te ensinei ontem. Quando rezei essa oração, ouvi na alma estas palavras: Essa oração serve para aplacar a Minha ira. Tu a recitarás por nove dias, por meio do Terço do Rosário da seguinte maneira:
Terço: Primeiro dirás o PAI NOSSO, a AVE MARIA e o CREDO. Depois, nas contas de PAI NOSSO, dirás as seguintes palavras: Eterno Pai, eu Vos ofereço o Corpo e Sangue, Alma e Divindade de Vosso diletíssimo Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, em expiação dos nossos pecados e do mundo inteiro. Nas contas de AVE MARIA rezarás as seguintes palavras: Pela Sua dolorosa Paixao, tende misericórdia de nós e do mundo inteiro. No fim, rezarás três vezes estas palavras: "Deus Santo, Deus Forte, Deus Imortal, tende piedade de nós e do mundo inteiro" (Diario, 474- 476).